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Bárbara voice's:

Eu amo meu irmão, mas odeio o fato de ele se sentir na obrigação de cuidar de mim, eu sei que não facilito as coisas, nem um pouco na verdade, mesmo assim queria que ele largasse do meu pé.

Queria que ele fosse igual nosso pai, ele não liga se estou viva ou não, mal o vejo pra ser sincera.

Sair com a Carolina hoje me fez sentir viva, consegui até sorrir sem fingir. Ela é engraçada e tem um jeito divertido de contar as coisas que já aconteceram na vida dela..

Mas quando passei do portão pra dentro, o aperto no meu peito voltou, a vontade de chorar cresceu, então corri pro quarto e tranquei a porta, pra tentar aliviar minha dor, o que obviamente não daria certo, Victor como sempre apareceu e me impediu de fazer o que eu queria, mas consegui despachar ele sem demora.

Depois de um tempo jogada na cama decidi tomar um banho, quando terminei voltei pro quarto, e novamente me joguei na cama olhando para o teto.

Senti lágrimas se acumulando nos meus olhos, e as deixei cair..

Chorei.

Chorei.

-Eu só queria sentir, esse vazio eu não aguento, onde está o Deus que a senhora tanto falava mamãe??? Onde ele estava quando deixou você morrer naquele acidentee? Onde está ele agora quando peço pra ele me tirar desse mundo? Ondee???? Faloo pra mim mesma, minhas vistas estavam embaçadas por conta do choro.

Me levantei, fui até minha comoda e peguei minha boa e velha amiga..

Olhei meus pulsos com as lâmina na mão, respirei fundo olhando algumas marcas e cortes ainda não cicatrizados em meu pulso.

Hesitei.

-eu tô sozinha.. Disse fazendo o primeiro corte do dia..

Ouvi o barulho da porta abrindo, mas ignorei.

-Bárbaara o que cê tá fazendo?? Victor me envolveu em seus braços segurando meus braços contra meu próprio corpo.

Apertei lâmina em minha mão. -Me solta!

-Não vou te soltar nunca! Victor disse, meu choro se tornou descontrolado.

-desculpa eu não consigo, eu tentoo... Falei sentindo um nó em minha garganta. -Eu não aguento mais tanta dor, eu queria ser mais forte que isso..

-Eu tô aqui, vou estar sempre aqui, você vai passar por isso, essa dor não vai te vencer, eu não vou deixar, você é minha irmãzinhaa, me deixa cuidar de você. Ouço meu irmão, ele me vira de frente pra ele mas não tenho coragem de olhar em seus olhos. -Me da??

Ouço seu pedido também, tentei conter meu choro falhando óbvio.

Cedi, olhei pra ele e notei seus olhos marejados, ele estava com a mão estendida esperando, então coloquei minha lâmina em sua mão, ainda suaja de sangue..

Ele pegou e colocou em seu bolso e me abraçou brevemente..

Caminhou comigo até o banheiro, mesmo sem entender de primeira sua intação o acompanhei sem reclamar, ele pegou o kit de primeiros socorros e voltamos pro quarto.

Me fez sentar na cama e se sentou no chão, pegou meu braço com cuidado, humideceu um algodão com álcool 70, e passou sobre meus cortes de maneira suave..

Em seguida pegou gases e uma faixa e enrolou meu pulso, observei seu cuidado em silêncio, quando ele terminou afastou a caixinha de primeros socorros e me olhou.

Seus olhos estavam prestes a transbordar, eu senti.

Tentei sorrir pra que talvez assim ele se sentisse menos pior, mas sei que meu sorriso saiu mais pra uma careta..

Vi a primeira lágrima escapar do rosto dele, que de imediato tentou secar, ele abaixou a cabeça..

Me ajoelhei no chão ao seu lado o abraçando. -desculpaa, me perdoooa...

Ele começou a chorar tanto, quanto eu..

I Kissed a GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora