27 de agosto de 2009
Paciência em forma de diário,
Pronta para mais um dia na vida "tranquila" de Sunny Clark? Curiosa a respeito dos resultados das provas sem sentido de ontem?
Confesso que também estava, visto que certamente interferirão na minha média, e definitivamente não estou inclinada a adquirir mais essa preocupação (julgo-me bastante satisfeita com as que já possuo, obrigada!). Deste modo, durante todas as aulas me revezei entre prestar atenção (afinal, não queria cometer o mesmo erro que me levou a esta tormenta) e tentar adivinhar meu desempenho. Sabia que esta última atitude não me traria nenhum benefício (ao contrário: acarretaria em lacunas na minha compreensão), mas era algo involuntário. Estava além de transtornada.
Só de imaginar tia Sue sendo envolvida nisso... Não é que ela fosse me castigar ou qualquer coisa do tipo (não acho que o faria), mas ficaria tão triste... E já se angustia tanto quando lembra dos meus dotes sociais... Da falta deles, na realidade. Ficaria desolada se constatasse que, fora isso, ainda estava comprometendo minhas chances de ingressar em uma boa faculdade e, consequentemente, construir um bom futuro. Isso (seu desalento) eu não suportaria. É como se fosse o dos meus próprios pais, o que torna tudo muito pior.
Inclusive o Mason percebeu meu infeliz estado de ânimo e evitou me perturbar. Pelo menos, não de forma intencional. No segundo período, quando sentamos juntos, apoiou uma mão no meu ombro e deslizou o polegar na região em um ritmo calmante, consolando-me baixinho:
— Não posso imaginar o que está te incomodando, mas quero dizer que vai passar, o.k.? Lembre sempre que Deus sabe de todas as coisas e quer o nosso bem mais do que ninguém, então não se preocupe, vai ficar tudo bem.
O gesto me tranquilizou na exata proporção que me abalou. Como esse garoto consegue ser assim, hein? Não sei explicar, só sei que nunca conheci alguém como ele.
Fiquei nessa avalanche de emoções até que, de repente, requisitaram que eu fosse à secretaria. Algum palpite de quem queria falar comigo? Se seu chute foi na minha secretária "favorita" (Judith Jenkins, segundo o exposto em sua mesa), acertou. Assunto? Meus temores.
— Estava à sua espera, senhorita Clark — afirmou enquanto eu me aproximava. — Sente-se, por favor.
Obedeci.
— Está ciente das suas notas? — Não esperou minha resposta. — Estou com elas aqui. Dê uma olhada.
Explorei as folhas que me entregou e, para meu espanto, tinha me saído muito bem. Mas, então, por que tinha me convocado? Não queria me parabenizar, queria? Não conseguia nem formar essa visão na minha cabeça, quanto mais crer que fosse real!
— Já checou a de História Americana? — forneceu-me uma pista. — Em todas as outras, tirou A ou B, porém nesta, C+. O que acha disso?
— Bom? — arrisquei, recebendo uma expressão desgostosa em troca. — Razoável?
— Clark, permita que lhe informe algo de suma importância que já deveria saber: levamos o nome da nossa escola muito a sério. A excelência é, no mínimo, um objetivo inegociável. "Bom" e "razoável" não são aceitáveis.
Sim, só era o que me faltava...
— Este é nosso mais forte posicionamento e tem sido bastante eficaz — prosseguiu com o seu discurso. — Pensando nisso, acordamos em lhe arranjar um tutor.
— O quê?!
— Não há nada com o que se preocupar, este é um procedimento de rotina — tentou me abrandar inexpressivamente, como se já tivesse feito aquilo milhares de vezes. — É por isso que realizamos testes tão no início do ano. Assim, somos capazes de detectar e sanar as dificuldades do corpo estudantil com antecedência. Além disso, são nossos próprios alunos quem fazem a tutoria, por conseguinte sabem ainda melhor como trabalhar com vocês. Deixe-me anotar o contato de um deles... Prefere que seja aqui ou em sua residência?
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Diário De Um Passado Iluminado | 2ª ed. | ✔️
RomanceUma garota definida por um passado traumático, o qual tem controlado seu presente e futuro. O diário de quando tudo começa a mudar... Um acidente na infância transformou para sempre a vida de Sunny Clark. Mesmo em sua tenra idade, a sorridente e amo...