Diário De Um Passado Iluminado | 2ª ed. | ✔️

Nascer e renascer

25 de dezembro de 2009

Querido diário,

A partir de hoje, o Natal é seguramente meu feriado predileto, e acabo de descobrir a maneira perfeita de comemorá-lo!

Graças à primeira tradição que Mason e eu criamos como casal, posso dizer que meu dia já começou com um tremendo "pé direito" e encontrava-me sorrindo antes mesmo de abrir sua mensagem.

Mase: Como vai a melhor namorada do mundo? ♥ Já acordou?

Encarando o calendário próximo, considerei que poderia mudar um pouquinho e, assim, ao invés de retorná-lo por mensagem, procurei seu contato e iniciei uma ligação rápida.

— Natal feliz! — desejei tão logo atendeu, deliberadamente revertendo a ordem e escutando-o rir.

— Muito feliz! — devolveu ainda no primeiro toque, empolgação inundando cada sílaba. — Pronta pra hoje à noite?

— Mal posso esperar! Tem certeza de que não precisam de ajuda?

— Quer que pergunte à cozinheira?

Argh, o garoto era esperto!

— Não, não, já entendi, é nossa vez de sofrer. — Ri, imaginando o ultraje de tia Lilliam. Teríamos nossa chance... — Podemos, pelo menos, levar presentes?

— Se for pra o aniversariante...

— Hã? Como assim? — Fui interrompida pelo chamado de tia Sue. — Desculpa, tenho que ir agora. Te vejo às seis?

— Estarei esperando.

Tomei meu tempo na cama macia, minhas bochechas praticamente doendo de tanto sorrir, e quase esqueci de tia Sue, que queria meu auxílio com possíveis presentes.

Como a resposta do Mason confundiu a nós duas, decidimos por uns quantos chocolates, afinal quem poderia recusá-los, não é?

De fato ninguém os rejeitou, mas as coisas decididamente não aconteceram como esperávamos, o que, se pararmos para pensar, não é exatamente uma surpresa, concorda?

Precisamente às cinco e cinquenta e nove, Mase, que estava arrasador em seu traje formal escuro, abriu-nos as portas para uma sala que verdadeiramente parecia decorada para um aniversário e questionei-me o que no mundo deixei passar. Estávamos comemorando dois eventos simultaneamente? Esta era, de longe, a única explicação razoável. A menos que... Focalizei as faixais pela casa.

FELIZ ANIVERSÁRIO, JESUS!

Concentrei-me, então, no garoto com um sorriso enorme. Aquela família era inacreditável. Inacreditavelmente fantástica.

— Estou tão feliz que estejam aqui... — confidenciou quando ficamos a sós, aproximando seu rosto.

Por um segundo esmagador, acreditei que fosse me beijar, porém apenas circulou minha cintura com os braços e girou-me pelo espaço, arrancando-me uma gargalhada surpresa.

— Já falei o quanto está linda? — perguntou ao me pôr no chão, estudando-me com extrema deferência.

Um tanto acanhada, tudo o que consegui fazer foi alisar a saia do meu vestido longo vermelho vivo, admirando pela milionésima vez seu godê com pregas e delicadas fendas que, em conjunto com o decote coração de alças finas e corte princesa, faria qualquer mulher se sentir da realeza.