Hora do Mason - parte dois

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29 de agosto de 2009


Caro companheiro de previsões,

E aí, acertou?

Eu sim. Infelizmente. Tia Sue se rendeu logo no café da manhã. Estava ajudando-a com o suco quando meus ouvidos capturaram o primo indício.

— Então... — tentou introduzir o assunto.

— Acha que estas laranjas são suficientes? — cortei-a, em um intento vão de fugir do destino.

— Deveria ter considerado que você, mocinha, é a mestra dos sucos, não eu. Talvez assim sua esquiva tivesse sido mais eficaz.

— Desculpe, foi a pressão de falar algo rápido...

— Sunny Rose Clark!

Ri e ela apertou as têmporas em frustração.

— Ah, qual é, Sunny? Me dá um desconto, esperei até hoje!

— Esperou até hoje pra quê? — fiz-me de desentendida.

Minha tia estreitou os olhos e, baseado em experiências anteriores, resolvi não abusar da paciência que lhe restava.

— Tudo bem, tudo bem, pode começar o interrogatório! — cedi.

— Não é um interrogatório, Sunny, é uma conversa civilizada com os melhores propósitos — defendeu-se.

— Os melhores propósitos pra quem?

— Para ambas, e sabe que tenho razão.

Suspirei e ela passou um braço em minha cintura, puxando-me para um abraço.

— Sabe que só quero o melhor pra você, não sabe, meu amor? — Apertou-me um pouco mais com delicadeza, sua voz transbordando carinho, e senti-me mal por não colaborar na única forma que a tranquilizaria.

— Sim, tia, pode ficar tranquila, pois não tenho dúvidas quanto a isso. Também quero o mesmo para a senhora. — Fiz uma pausa, reunindo forças antes de acrescentar: — É por isso que tentarei ser uma interrogada melhor.

— Sunny! — repreendeu-me, conquanto não impediu uma risada. — Vou fingir que não disse isso, o.k.? Entretanto, continuando... Quem era de fato o rapaz que trouxe aqui?

— Como assim, tia? Eu lhe disse ontem, não?

— Sim, mas quero saber se me contou a história toda. Contou? Ele é apenas seu amigo?

— O que quer dizer?

— Meu bem, quer mesmo que eu diga com todas as letras? — Fez uma careta. — Não estão saindo, estão?

Engasguei-me com a porção de suco que estava provando e mãos vieram em meu auxílio.

— Estou bem, estou bem. — Tossi uma última vez. — E, não, claro que não estamos saindo! Acha que lhe esconderia algo assim?

— Não, mas você está crescendo tão rápido, e ele é um garoto tão bonito...

— Tia! — exclamei, vermelha como um tomate.

— O quê? Vai dizer que não acha?

Corei mais ainda e ela sorriu.

— Viu? Além disso, nunca trouxe ninguém do sexo oposto. Não por vontade própria.

— Mas não foi! — deixei escapar sem querer.

— Como assim? — Tarde demais.

— Tia... Por favor, sente aqui. — Puxei-lhe uma cadeira.

— O que é isso, querida? Está me assustando...

— De verdade?! Jesus, não era minha intenção! Não era minha intenção mesmo! É só que... Bem, é uma história tão louca que nem sei como contar!

Ela apenas aguardou, sinal de que sabia muito bem como lidar comigo.

— Minha nova escola tem o sistema educacional mais estranho que já vi! Nem toda nota azul é aceitável. Eu tirei C+ em uma, tia, C+! E todas as outras foram A ou B. No entanto, me arranjaram um tutor, acredita?!

O Mason é seu tutor?!

— Sim, eles escolhem entre os próprios alunos, mas ouviu o restante do que falei? Tudo isso por uma nota considerada boa!

— Sei que parece injusto, raio de Sol, mas olhe pelo lado bom: poderá melhorar ainda mais, o Mason realmente me pareceu inteligente, e se a instituição o indicou...

— Não é isso que estou...

— Mas ele é apenas seu tutor? — interrompeu-me. — Vocês aparentavam ser um pouco mais próximos...

— N-Nós meio que somos amigos também... — gaguejei.

Meio quê? — Inclinou a cabeça, por certo prestando atenção em cada uma das minhas reações. Pronto, meu destino está celado, que Deus me ajude!

— Ele me irrita às vezes, o.k.?

Mesmo? — Sorriu. — E como é isso?

— Por que esse sorriso, tia? Isso não é uma coisa boa!

— Eu não disse que era.

— E por que está sorrindo, então?!

— Você não respondeu minha pergunta: como é isso? Como ele te irrita?

— A senhora também não respondeu a minha.

— Não, mas eu sou a tia, tenho direitos.

— E eu não? Viu? É aí que começam as desigualdades, no interior da família, e olhe em que mundo estamos!

— Sunny, você é demais! — Gargalhou alto. — Quer saber? Vou aceitar sua queixa. Por enquanto.

— Sério?!

— Sério. Mas, se lá no fundo quiser minha opinião, realmente gostei dele, pareceu-me um cara legal, e não diria isso de qualquer um que aparecesse perto de você, pode ter certeza!

— Tia...

— Calma, esse é o meu lado empático falando. Meu egoísta está dizendo: "É isso aí, o garoto é o maior chato! Corre dele e fica comigo, poxa!".

Nós rimos abraçadas e um único pensamento se apoderou de mim: "Devo ter alguma sorte, afinal. Talvez o Universo não me odeie tanto assim, já que me permitiu ter ainda alguém tão incrível quanto Susie Catherine Clark ao meu lado". Amo-a mais do que a mim mesma!

Caso esteja ficando com ciúmes, amo você também, diário! Há! Há!

Uma Sunny emocionada


~♥~

Como esse é um capítulo mais curtinho, decidi, em vez da pergunta final, pôr um meme que vocês logo (re)verão na nossa página lá no Insta, porque um pouco de propaganda não faz mal, né? Há! Há! Não esqueçam de votar no capítulo! 

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