28 de agosto de 2009
Minha prezada âncora,
Às vezes, gostaria de estar errada. É fato que ultimamente várias de minhas suposições e planos falharam miseravelmente, porém quando mais desejo (e preciso) estar equivocada, não poderia estar mais correta. Com isso, você deve presumir, acertadamente, que meu dia foi tão fantástico quanto havia previsto. A parte da tutoria, em especial. Ainda não consigo crer na forma como tudo se deu.
Graças a Deus, hoje é sexta-feira, porque indiscutivelmente não suportaria mais um desses dias escolares conturbados. Nunca fui muito afeiçoada ao meio de semana, como todo mundo, suponho (essa é uma opinião bem estruturada, principalmente no meu caso, portanto não poderia lhe ser contrária), mas isso evoluiu a um nível totalmente novo.
Honestamente, jamais cinco dias (foi realmente essa quantidade?!) me pareceram tão longos e penosos! Assemelharam-se a toda uma vida, em minha opinião, reviravolta atrás de reviravolta. Isso é cansativo, sabia? O que não daria por um pouco de tranquilidade e previsibilidade nesse momento?...
Na escola, em si, nada exatamente novo ocorreu... eu acho. Bem, possivelmente só uma: como o usual, estava em minha classe com uma antecedência significativa, porém, dessa vez, alguém logo se juntou a mim.
Assim que me avistaram, olhos de um verde impressionante se iluminaram com um misto de surpresa e... algo mais (não sei o quê. Não obstante, provavelmente o mesmo que os meus, podia sentir...), até findarem em... preocupação?
— Aconteceu alguma coisa? — indagou-me Mason, tomando o assento ao meu lado, embora não fosse o seu (nessa sala, felizmente, as mesas são individuais, assim não me distraí com sua extrema proximidade e pude transmitir-lhe todo meu desapontamento e confusão com aquela pergunta).
— Não sabia que estava tão mal... — Desviei o olhar.
— Não, eu não... Desculpa, não quis dizer isso. — Começou a bagunçar o cabelo, o que detestei, porque me fez voltar a olhá-lo quase imediatamente (É MUITO INJUSTO QUE FIQUE TÃO LINDO QUANDO FAZ ISSO! Considerando ainda que não faz o menor sentido, nem deveria ser possível, concorda?). — Não é você...
— Se completar com "sou eu", essa conversa se encerra aqui — interrompi-o com firmeza.
— Não é você nem eu. — Riu. — Na verdade, é o horário. Nunca vi alguém tão cedo aqui, além dos outros membros do grêmio, claro.
Isso indicava que eu meio que tinha razão sobre ele, certo?
— Você é um deles, então? — resolvi tirar a dúvida.
— Sim.
— O presidente?
— Não. — Gargalhou novamente. — Por que acha que seria o presidente?
— Sei lá, você... Você parece popular entre os alunos. — Baixei o tom de voz, como se aquilo fosse algo ruim. Foi um ato involuntário, mas, pensando melhor, representa bem meu posicionamento a esse respeito. Toda aquela gente cercando e encarando você o tempo inteiro... Não, socorro!
— Imagina! — desdenhou com um gesto de mão, e, incrivelmente, não pareceu que estava "se achando" nem nada do gênero, como era de se esperar. Da maioria das pessoas, pelo menos. O Mason é de fato... diferente. De um jeito bom. Quero dizer, geralmente.
— Até eu notei, Mason, e só faz uma semana que entrei nesta escola. Se não for por esse motivo, por qual? Faz parte de algum time? Se bem que nunca te vi de uniforme, nem mesmo um casaco...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário De Um Passado Iluminado | 2ª ed. | ✔️
RomanceUma garota definida por um passado traumático, o qual tem controlado seu presente e futuro. O diário de quando tudo começa a mudar... Um acidente na infância transformou para sempre a vida de Sunny Clark. Mesmo em sua tenra idade, a sorridente e amo...