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Era errado sentir atração por alguém mais velho que você? Sentir o coração acelerado toda vez que as orbes roxas rolavam até as suas? Sentir um frio na barriga toda vez que ele passasse por você? Era impossível não sentir aquelas coisas por ele. Wakasa Imaushi, era o seu ponto fraco. Ninguém sabia disso, você mesma odiava admitir isso para si própria, admitir para alguém, talvez fosse impossível.

Pensava que para ele, você não passava da irmã de Shinichiro, nada mais que isso. Uma simples pirralha que estava perto de terminar o ensino médio. Bom era o que você pensava.

Sentia ele te encarar pela fresta da sua porta aberta, enquanto ele conversava com Shinichiro na sala, e você afinava as cordas da sua guitarra, sentada no colchão do seu quarto. Com alguns fios de cabelo soltos no seu rosto, levou o olhar até Wakasa, que tentava te encarar discretamente. Instantaneamente, ele tirou o olhar de ti, encarando Shinichiro novamente. Suspirou fundo, voltando à atenção para o instrumento.

Anotava as notas para a letra que Emma havia escrito para a nova música que a banda de vocês apresentaria. Já estava acabando, já que estava trabalhando nisso desde a metade do mês. Quando terminou, os garotos não estavam mais na sala. Com sua guitarra nas costas, se dirigiu à saída da casa. Avisando ao seu Avô e a Shinichiro – que não estava mais na companhia de Wakasa – que voltaria tarde. O mais velho apenas assentiu e seu irmão disse para se cuidar, algo comum.

Trancou a porta da casa, colocando a chave no bolso, descendo os pequenos degraus da varanda, encarando os próprios pés, que estavam calçados com um All Star preto de cano alto. Quando subiu o olhar, viu Wakasa, escorado na própria moto, mexendo no celular. Ele usava uma camiseta branca com o símbolo da banda Nirvana em preto, de manga curta, com uma calça moletom preta, calçando um All Star branco de cano baixo.

Arrumou a alça da bolsa que carregava a guitarra nas suas costas, indo para calçada, no objetivo de passar reto. Que não deu certo, já que o garoto te chamou assoviando e estralando um dos dedos, chamando sua atenção.

- Vai pro estúdio? – ele perguntou, tirando a atenção do aparelho, te olhando. Você assentiu. – Sobe ai, vou te dar uma carona. – sentiu seu coração acelerar por alguns segundos. O olhar baixo com uma impressão de noites mal dormidas que o garoto tinha, olhando pros seus olhos, sem desviar o olhar.

- Não precisa. – deu de ombros – Eu vou andando, não quero te atrapalhar. – o garoto revirou os olhos, inclinando a cabeça para o assento da moto.

- Deixa de frescura, sobe logo. – disse, de saco cheio. Cedeu, sentando atrás dele, segurando na parte debaixo da moto.

Assim que subiu, ele levantou o apoio que deixava a moto em pé, equilibrando a moto por si só. Ele deu partida, sentindo levar pela velocidade absurda que o garoto dirigia. Passando entre os carros sem hesitar, respeitando apenas os sinais, por um único motivo, que era você na garupa.

- Estão compondo uma musica nova? – ele perguntou, assim que semáforo fechou. Virando levemente a cabeça para te olhar.

- Ah sim, por quê? – você tombou levemente a cabeça para o lado, o olhando de volta.

- O Shinichiro me contou que vocês vão se apresentar em um bar semana que vem, te vi anotando enquanto tocava mais cedo, ai perguntei. – deu de ombros – Teria problema se eu fosse? – arregalou os olhos, sentindo um frio na barriga assim que ele perguntou.

- Claro que não. – sorriu timidamente para ele, que sorriu de canto, voltando à atenção para o sinal que estava prestes a abrir.

Se assustou, quando ele deu partida na moto, acelerando logo de inicio. Com a ação repentina, segurou na cintura do garoto sem hesitar, o abraçando forte, todo o resto do caminho. Só percebeu o que fazia quando chegaram ao local. Quando o soltou, ele sorria de canto, enquanto você descia, ele te acompanhava com o olhar.

- Entregue. – de a volta com a chave em seu encaixe, pronto para ir – Te vejo por aí, então. – você sorriu e assentiu.

Viu o garoto sumir rapidamente na avenida. O acompanhou até o fim. Foi tirada de seus pensamentos logo quando a poeira baixou. Arrumou a mochila, entrando no estúdio. As motos dos garotos estavam na entrada e provavelmente estava atrasada.

Quando entrou se deparou com todos jogados, uns dormindo – no caso Draken dormia no colo de Emma, enquanto ela brincava com a mechas de seu cabelo - , Chifuyu e Baji jogavam algum jogo aleatório no celular, Mitsuya e Hakkai conversavam, enquanto o grisalho ficava a posto no banco da própria bateria.

- Serio que não fizeram nada na minha ausência? – tirou a guitarra das costas, bufando logo em seguida.

- Você que está atrasada, não pode reclamar de nada. – Chifuyu retrucou, fazendo-te revirar os olhos.

- Eu falei para começarmos sem você, mas acho que só você tem autoridade por aqui. – Mitsuya deu de ombros, e todos em volta concordaram.

- Enfim, eu mandei as notas para o e-mail de vocês, mas também as trouxe. – colocou a pequena pilha de papel em cima da mesa. Os garotos de juntaram, menos Draken. Que não demorou muito, já que foi atingido pela borracha que você havia arremessado no rosto do garoto.

- Enfia isso no cu, arrombada! – exclamou, Draken, te fazendo dar risada. Assim que todos estavam juntos, começaram a checar tudo para começar o ensaio.

–––––––

Wakasa depois de te deixar no estúdio, foi direto para o pequeno apartamento que ele morava no centro da cidade. Ele trabalhava em um estúdio de tatuagem não muito longe de onde havia deixado você. Ele conseguia se sustentar tranquilamente com aquilo. Além de fazer alguns serviços extras na oficina de Shinichiro.

Tirou os sapatos, ficando apenas com as meias. A casa estava limpa, já que ninguém a frequentava, além dele. Suas meias brancas, continuavam com as solas impecáveis, enquanto andava pelo pequeno apartamento de três cômodos. Já que a sala e cozinha eram divididas por um batente. Um quarto e um banheiro.

Quando trancou a porta, colocou as chaves no batente, indo direto para o colchão que usava de sofá. Soltou os fios de cabelo que estavam presos na xuxinha, a jogando em algum lugar do “sofá”.

Enquanto tirava a camiseta, sentiu um cheiro completamente diferente do dele.

- Porra. – ele resmungou, tirando a camiseta por completo. Virou as costas da camiseta, a cheirando novamente – O cheiro do perfume dela impregnou na minha blusa...

Ele olhou para a porta de vidro, que levava a varanda - era apenas um espaço pequeno, que tinham escadas para levar para as varandas dos vizinhos -, vendo que sua casa ela apenas iluminada pela luz lunar. Ele voltou a encarar a camiseta, afundando o rosto na própria.

- Por que tinha que ser tão doce e viciante?

𝐈𝐓'𝐒 𝐒𝐎 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓, wakasa imaushiOnde histórias criam vida. Descubra agora