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Eu nunca fui de me apegar a alguém, normalmente ficava com duas garotas ou mais em uma festa, mas nunca mantinha contato, ou se quer, sabia o nome delas.

Por um simples motivo. [Nome] sempre tomou conta da minha mente, ter atração por ela sempre foi contra meus princípios. Ela é muito nova e eu sei disso. Além que se eu falar sobre meus pensamentos e sentimentos à ela, poderia custar minha amizade com Shinichiro, e eu sei muito bem disso.

Ela deve pensar que eu a considero como irmã mais nova ou uma pirralha qualquer. Mas ela está enganada. Ao passar dos anos, eu a queria mais perto possível, mas nunca consegui. Sempre ia a sua casa encontrar Shinichiro, com objetivo de vê-la pelo menos uma vez. Sempre estava no quarto compondo ou tocando uma música aleatória na guitarra roxa com o branco meio amarelado – pelo fato da guitarra já está um pouco velha –, com adesivos de flores nos cantos.

Eu sempre quis sentir o toque dela pelo menos uma vez. As mãos com alguns calos por conta dos fios da guitarra, não me incomodaria. Só queria sentir o toque dela.

Eu encarava a minha blusa da nirvana que havia usado dias atrás. Em cima da máquina de lavar, questionando se eu a lavaria ou não. Talvez o cheiro de perfume se perdesse no amaciante e eu não o sentiria mais.

- Por que isso me incomoda tanto? – me auto questionei, pegando a blusa e a levando para o meu quarda-roupa.

A pendurei em um dos cabides, fechando a porta do armário logo em seguida. Peguei outra roupa nas gavetas, minha toalha e me direcionei para o banheiro. Joguei a blusa preta de manga curta, junto a calça preta rasgada nos joelhos, em cima do pequeno armário que ficava no banheiro, prendi meu cabelo e me despi, entrando na ducha quente.

Quando terminei, olhei para o relógio que marcava 7:50 A.M. Estava atrasado, como de costume. Mas quem trabalhava comigo no estúdio já me conhece e sabe que eu me atraso todos os dias. Que até passaram a não ligar mais.

Com preguiça de calçar algum tênis, peguei um chinelo adilette preto com branco e saí do apartamento.

A brisa fria da manhã me incomodava, mas era melhor do que um Sol de 30° graus batendo no meu rosto logo cedo.

Estacionei a moto em frente ao estúdio, vendo que as portas já estavam abertas, então provavelmente já haviam aberto o local sem mim, normal.

Akashi levou o olhar até mim, balançando a cabeça negativamente, voltando o olhar a tatuagem que fazia no braço de Shinichiro.

- O que você tá fazendo aqui, Shin? São 8 da manhã. – resmunguei, colocando café na minha xícara.

- Combinamos de fazer a tatuagem em homenagem ao quinto aniversário da BD. – ele me olhou sorrindo, enquanto tinha um cigarro entre os dentes. Eu dei de ombros, seria mentira se eu falasse que lembrava daquilo.

Peguei minhas luvas para fazer a tatuagem em mim mesmo. Olhei para o decalque, que não era muito complicado, fazia aquilo em menos de 20 minutos. Quase que não achava espaço para fazer no braço esquerdo, já que estava quase fechado de tatuagens aleatórias, que eu fazia quando estava no tédio.

Quando terminei a minha, fiz em Keizo que havia chegado logo depois de mim. Era o símbolo da gangue com sombreados simples no tamanho pequeno.

- Por que meu irmão não poderia fazer uma da dele?! – Shinichiro dizia indgnado.

- Caralho, você é burro? – exclamei – O símbolo da gangue dele é a mesma coisa do nazista, só que espelhado.

- Idai? Não é a mesma coisa. – ele tragou o cigarro, dando de ombros.

𝐈𝐓'𝐒 𝐒𝐎 𝐒𝐖𝐄𝐄𝐓, wakasa imaushiOnde histórias criam vida. Descubra agora