Guardiões do Olimpo

Cap 22.5- Missão Opostos parte 2: as essências

POV Hannah

Andamos por algumas horas, sempre seguindo o dispositivo, que tinha detectado alguma coisa mais a noroeste. Decidimos pegar um trem indo naquela direção, ia nos poupar tempo e energia, além disso se precisássemos sair no meio da viagem não era tão difícil assim pular da janela.

Eu quase dormi na cabine novamente, quando um barulho repentino me acordou. Primeiro achei que não fosse ser nada, mas então ouvi de novo. Um estranho barulho que parecia vir de dentro do trem. Acordei Maia e chamei Jacob, e esperamos nervosos.

Então tudo aconteceu de uma vez.

Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, o barulho parou e o nosso vagão explodiu. Alguma força externa tinha arrancado o teto, o que fez com que nós três fôssemos jogados para fora, cada um em uma direção diferente.

Quando ia começar a cair senti algo me segurar por cima. Era um maldito grifo selvagem, que me levava na direção onde o trem estava indo antes. Consegui ver antes dele me levar pra longe onde meus amigos estavam. Jacob tinha sido jogado mais ao sul, e já se recuperava e olhava em volta. Maia tinha caído não muito longe dele, mas ela foi engolida por sombras antes que pudesse se levantar.

Não pude ajudar nenhum deles, e comecei a tentar formular um plano para escapar das garras do monstro que me continha. Ele voava rápido, e me prendia por um braço só. Observei lentamente ganharmos cada vez mais altitude. Os vinte metros iniciais viraram trinta, que viraram quarenta, e quando vi já estava a quase cem metros do chão lá embaixo.

Se conseguisse pegar minhas espadas, daria para cortar o grifo e fazê-lo me soltar, com sorte até dava pra matá-lo. O problema seria quando eu caísse. Infelizmente eu não podia voar, e não tinha ideia de como aterrissar sem morrer.

Vi um lago relativamente grande se aproximando e soube que aquela era minha chance. Peguei a espada do meu lado direito e cegamente a golpeei o monstro acima. Ele me soltou com um grito de dor e comecei a cair. Rápido.

O chão estava chegando tão perto que tinha quase esquecido o que precisava fazer. Com a mão direita ainda segurando firmemente a espada, tentei me concentrar da melhor maneira possível antes da água me rodear e me levar para dentro do lago.

Tossi quando finalmente alcancei a superfície. Tinha ficado encharcada até a alma, não que fosse um problema, dava pra me secar em um instante depois. Deixei a água curar meus machucados antes de andar para fora do lago, olhando para cima receosa que o bicho pudesse voltar.

Andei sem rumo, por um tempo, tentando me lembrar para onde o dispositivo do Jacob tinha nos mandado ir. Tinha que ter uma fonte de energia bem grande pra ter conseguido atrair o sensor lá de Chicago, eu só precisava achar.

Depois de um tempo andando sem rumo, já bem no meio da tarde, tentei parar de me basear na minha memória e focar nos meus instintos. Foquei minha atenção na floresta em volta, buscando detectar qualquer anomalia que pudesse indicar onde estava o que eu procurava.

Fiquei um tempo, a maior parte da minha mente focada em me guiar entre as trilhas invisíveis da mata fechada. A onda de energia foi tão grande e repentina que me fez tropeçar. Devia estar muito perto. Acelerei entre as árvores na direção do sinal.

No meio de uma pequena clareira, com não mais de dois metros quadrados, estava uma esfera brilhante de energia. Eu mal conseguia enxergar dentro, mas pelo que pude ver tinham não uma, mas duas formas de energia diferentes, que dançavam juntas dentro da luz. Sem pensar direito no que estava fazendo, me aproximei da esfera, que se desfez ao meu toque.

A primeira essência tinha um brilho fraco, e parecia não ser completamente material o tempo todo. Ela era como um vapor cinza, preto e roxo. A segunda era muito como uma chama de vela, que aumentava e se reduzia a quase extinguir imprevisivelmente.