Cap 25- Guerra 2

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POV Bryan

A conversa com a Hannah na madrugada antes da batalha me deixou mais animado do que qualquer outra coisa podia ter deixado. Fiquei revisando estratégias até o fim da madrugada, parando só quando o sol começou a nascer.

Depois de desejar boa sorte a Vitória, fui com o meu grupo até a área de batalha separada para a gente. Era o grupo mais misto e perigoso de monstros que tinha. Tinham vários romanos conosco, então nossa formação de ataque-defesa era bem sólida. A sorte estava a nosso favor.

Eu estava em uma das camadas internas para defender os arqueiros e magos do grupo. Tecnicamente o lugar mais seguro em todo aquele campo de batalha. Menos pra mim, nesse caso.

- Bu.- A voz veio de trás de mim, e antes mesmo de eu me virar já sabia o que ia encontrar. Inea sorria confiante pra mim no centro da nossa precisão, parecendo relaxada mesmo com a batalha se desenrolando à nossa volta. Os outros estavam concentrados demais para perceberem ela lá. É claro que se tinha alguém capaz de penetrar nossas defesas seria ela.

- Já tava demorando.- Comentei sem esboçar surpresa.

- Tenho que admitir, você melhorou as formações de combate, mas não o suficiente pra me deter. Eu até diria que algum dia você chega lá, mas tenho dito isso há quase seis anos e não adiantou muita coisa.- Sua boca pintada de vermelho parecia sangue.

- Vamos acabar logo com isso.- Revirei os olhos pra ela. Ela estava dando nos meus nervos desde que eu tinha onze anos, e eu não podia esperar pra me livrar daquele carrapato.

- Pra que a pressa Bryan? Medinho de perder?- Ela sorriu provocativa.

- Só nos seus sonhos.- Nos colocamos em posições de combate e antes que ela pudesse atacar gritei- Disperge!

Os guardiões à nossa volta se espalharam pelo campo de batalha, me dando espaço para a luta com Inea. Não ia tentar afastá-la dos outros porque sabia que não ia dar certo, mas tinha conversado com o grupo mais cedo e eles sabiam que nosso confronto final ia acontecer ali. Estavam prontos. Ela rosnou e pude perceber que frustrei seus planos. A oniah provavelmente esperava conseguir usar os outros guardiões para me distrair da batalha, bem como eu tinha previsto.

Saquei minhas armas enquanto ela rosnava e preparava sua luva com garras para atacar. Começamos a correr ao mesmo tempo. Todo golpe dela era preciso e letal, não tinha espaço nenhum para erros. Aquela luta tinha que ter técnica impecável, o primeiro a cometer uma falha ia cair.

Ficamos em uma dança de atacar, desviar no último segundo e contra-atacar tentando surpreender o oponente, tudo enquanto a mente trabalhava para tentar ficar sempre um passo à frente do outro.

A onda branca foi tanto um alívio quanto uma maldição. Por um lado Inea parou de ser tão precisa com seus ataques e me deixou com um pouco mais de tempo para respirar. Por outro, minha cabeça não funcionava mais tão rápido quanto antes, o que dificultava meu planejamento de batalha.

Decidi deixar Atena de lado e ir com a intuição de Hermes que existia no meu sangue. Podia dar super certo ou muito errado, mas era a vida e não tinha mais nada a perder. Mesmo que nossos ataques estivessem mais lentos, o ódio em nosso olhar só aumentou. Agora a batalha começava de verdade.

POV Ayla

Tinha passado mais tempo estressada por causa da batalha que se aproximava do que fazendo qualquer outra coisa. Terminei de ajustar os últimos detalhes de estratégia com a equipe, verifiquei as armas e armaduras de todos os guerreiros e chequei se o sistema de segurança da central estava funcionando.

Tudo estava certo, e era isso que me estressava. Se eu tivesse achado algum problema talvez isso tivesse me ajudado a esquecer a sensação persistente de que tudo estava fácil demais, porque não estava. Essa ia ser a maior luta que acontecia em séculos, milênios talvez e eu não conseguia deixar de achar que alguma coisa ia dar errado.

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