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DHIOVANNA.
Eu paguei o taxista e a Ayla já tinha pego o Gael no colo e olhava assustada a amiga que ainda estava com um pouco de sangue saindo das narinas.

- Meu deus, vamos subir logo pra limpar isso e se tiver quebrado tem que ir no médico. - Day falava tentando parar o sangramento colocando a blusa que estava suja, ficando mais suja ainda.

- Como isso aconteceu, Ka?

- Foi um assalto.

Ela só repetia isso diversas vezes, subimos e eu peguei meu celular para ligar para o Gabriel. Enquanto as meninas ajudavam no machucado da Karen.

- Fala comigo, vida.

- Onde cê tá, Bi? - franzi a testa ouvindo um barulho como se fosse de festa ao fundo.

- Tô dentro do vestiário, o que você quer?

- Você precisa vir para a casa da Ayla. Agora. A amiga dela foi assaltada, levaram o carro da Ayla. O Gá tava junto, mas não aconteceu nada com ele graças a Deus.

- Puta que pariu. Tô indo. Deixa liberado aí.

- Tá.

Desliguei a ligação e fui para a cozinha interfonar e deixar a autorização do Gabriel, como se fosse a Ayla.

- Moço ateu na titia Cacá. - Gael falava baixinho no sofá e eu me abaixei para conversar com ele já que as outras estavam ocupadas ouvindo a Karen.

- Filho, fala pra titia.

- Ito, Ito bateu.

- Ito? - tentei pensar em algum nome e eu estava me tremendo só de pensar na possibilidade de ser o Ítalo. - Tá tudo bem tá vida? Vai com a tia Lisa brincar lá em cima. Quando o Bi chegar, a tia te chama tá?

- Papai? - eu assenti para ele e beijei sua cabeça, antes dele subir com a Lisa para o quarto.

- Você chamou ele? Não...não precisava disso. - Karen estava nervosa.

- Precisava sim!

- Dhio...

- Ayla, ele é pai do gael, precisava saber sim e ele já tá vindo pra cá. Agora... Me explica em qual meio tempo teve esse assalto?

- Eu estava saindo do BK e me renderam. - ela gesticulava nervosa e eu assenti a ouvindo. - Foi tudo muito rápido, só deu tempo de pegar o Gael.

- E isso? - Nanda perguntou do machucado e a Karen não nós olhava nos olhos em momento algum.

- Um dos caras me bateu. - falou tão baixo que por pouco a gente nem teria ouvido.

- Acho que não quebrou. - Ayla disse depois de limpar o machucado junto da Day.

- Tá tudo bem gente. Eu juro.

Ela começou a chora culposamente e eu suspirei. Tem alguma coisa errada.

AYLA.
De novo Karen tentava explicar a história já que agora estavamos na companhia do Gabriel, Jully e Arrascaeta. Eu estava sentada no sofá e choramingando pelo meu carro, me custou caro comprar ele e eu sempre sonhei em ter exatamente esse modelo.

Mas de todos os males o menor, meu filho estava bem e ela só estava agora com um inchaço no nariz.

- Tem rastreador no carro, eu botei depois daquele lance do Ítalo. - Gabriel disse depois de ouvir a história da Karen e eu suspirei, talvez se agimos com pressa conseguiríamos recuperar o meu carro. -  Que porra é essa?

- Achou? - Arrasca tava do lado dele e franziu a testa quando Gabriel lhe mostrou o celular. - Vindegal. - se embolou no português e eu iria rir se não fosse pelo momento.

- Porque caralho teu carro tá dentro de onde você morava?

Todas nós olhamos para a Karen e ela encarava o chão, entrelaçando uma mão na outra e tirando para repetir o mesmo movimento.

- Ito, Ito bateu na Cacá. - Gael desceu as escadas com a Lisa e repetia a frase várias vezes. - Papai! Caeta!

- Assalto né, Karen? - Jully disse cruzando os braços e eu respirei fundo.

- Gente, calma. Deixa ela explicar.

- Eu... Eu fui assaltada sim. Porque vocês não acreditam em mim? Olha a minha cara, eu apanhei, minhas costelas também estão doendo.

- Será porque você tá mentindo? Caralho a que ponto você chegou, Karen. - Nanda dizia e se aproximou do Gael que estava no colo do pai. - Amorzinho, olha essa foto da titia, ó o amigo.

Ela botou o celular na mão do Gael e ele gritou

- ITO! ITO! BATEU. GUITOU TITIA CÁ.

- Karen... Ele tá olhando uma foto do Vitor, você quer continuar com a história do assalto? - Nanda comentou quase sem voz e Karen negou nervosa e continuava repetindo sobre o assalto.

Foi a deixa para que a Jully estourasse e fosse pra cima dela, ou pelo menos tentou, já que a Day saiu do seu estado de êxtase e segurou ela.

- PARA DE MENTIR PORRA! CHEGA CARALHO, TU VAI CONTINUAR DEFENDENDO ELE ATÉ O QUE? ME DIZ? QUER QUE A GENTE VOLTE NO MORRO PRA TE BUSCAR MORTA? É ISSO, KAREN? - Jully gritava com ela, se não fosse por Day eu tenho certeza que ela daria na cara da Karen.

Arrascaeta interviu e tirou ela de perto da Karen, segurando ela para se acalmar e a Karen chorava de cabeça apoiada em suas mãos.

Gael veio para o meu colo e eu me sentei no sofá, estava em choque. Ela simplesmente deixou o meu filho tão próximo de um perigo eminente.

A sala estava num falatório sem fim, abracei meu filho e beijei sua cabeça.

- Eu vou da uma queixa dela. - Gabriel falou andando de um lado pro outro.

- Não! - Karen falou chorando.

- Mantém a calma, pelo amor de Deus. - Supliquei olhando pra ele.

- CALMA É O CARALHO AYLA, O CARRO EU COMPRO MAIS DEZ PRA VOCÊ, MAS VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE É ELA LEVAR MEU FILHO PRA FRENTE DE UM BANDIDO QUE PODIA SEQUESTRAR ELE? - Gabriel gritava transtornado.

Jully e Nanda estavam do outro lado da sala, caladas.

Dayane estava abraçada a Karen que chorava e pedia desculpas infinitas vezes.

- Mas não foi Gabriel, ela nunca deixaria isso acontecer, eu tenho certeza disso. - Olhei com lágrima nos olhos pra Karen.

Eu sabia a irresponsabilidade que foi ela fazer isso, mas a minha amiga precisava de ajuda, a gente tinha que contar com o que acontecia agora, Gael não tinha sofrido nenhum mal, porém a minha amiga estava no fundo do poço.

- Você está falando isso porque é sua amiga. Eu não vou aceitar isso.

Olhei pra Karen que se soltou da Day e se ajoelhou nos meus pés. Olhei pra cima tentando buscar forças pra não desabar junto com ela.

- Me perdoa Ayla, eu daria minha vida pelo Gael, eu imaginei que o carro você pode ter outro, sei lá .. mas o Gael eu nunca deixaria lá. Por favor.
- Ela falava entre soluços.

- Eu sei, eu sei. - Eu tentava levantar ela. - Para com isso, levanta.

- Se acontecesse alguma coisa com o meu filho, eu iria te foder nem que eu te caçasse até o inferno! - Gabriel travava o maxilar com tanta força que eu mesma já estava assustada. Ele pegou o Gael do meu colo e foi para a cozinha junto do Arrasca e a da Dhio, dizendo que iria resolver essa confusão.

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E sempre que eu te procuro é pra me achar 》 GB9Onde histórias criam vida. Descubra agora