oito [final]

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G A B R I E L.

A boate em que eu estava não era muito longe do barzinho, a chuva já tinha parado e foi tranquilo pra mim chegar lá. Estacionei o carro, enterrei um boné na cara para dar uma desfarçada, saí do carro e vi de longe o Guilherme puxando a Ayla para um espaço um pouco mais aberto e vazio. Atravessei a rua, entrei no bar e a Ayla estava colocando tudo para fora.

— Aí, tá do.. doindo. — ela dizia fazendo a mão circular a barriga e eu neguei já puto.

— Doendo, né? NANDA, Ô FILHA DA PUTA. PEGA UMA ÁGUA AÍ. — gritei a amiga dela que sinalizou e ela logo apareceu ali dando uma garrafinha na mão do Guilherme. — Não sabe se controlar né, sua filha da puta. Quer sair sozinha sabendo que não sabe o limite que tem.

— Gab...

— Gabriel, não briga com ela. Foi sabotagem. — encarei o rosto do Guilherme e soltei um ar que tava preso em mim. Ele foi dando água para ela e depois me olhou — É isso aí, mermo bofe.

— Que porra aconteceu aqui, Ayla? Porra mano, se estivesse em casa ou fazendo teu papel de mãe não estaria passando essa porra dessa vergonha. — me alterei e segurei com força em seu queixo fazendo ela me encarar,  ela estava muito bêbada, tava rindo da minha cara. — Não rir de mim não, Ayla. Qual foi? Qual é a porra do teu problema em ficar em casa?

— Ai, me erra, maluco. Todo dia isso. — resmungou e eu soltei seu rosto. Encarei o Guilherme de novo e ele só negou e balançou a cabeça para dentro do barzinho. — Gui, cadê o Ricardão? Quero beijar aquela boca gostosa de novo.

— Oi Gab! — Jully chegou toda alegrinha, de repente, atrás de mim e eu apenas balancei a cabeça como aceno. — Cadê o meu arrasca?

— Sei lá, doida. Quem é o carinha que a Ayla tava pegando aí?

— Gui...

— Pode falar, mona. Tô nem aí pra nada, ele sabotou a garota toda. — cruzei meus braços e rodei os olhos pelo local, encontrei a poucos metros da gente um rosto conhecido por mim, mas dentro do campo.

— Ricardo, do vasco? É? Porra, Jully. Abre a boca, caraí. — esbravejei e ela bufou, mas acabou confirmando. Entrei dentro do bar e as meninas amigas da Ayla tentaram me puxar, guiei até parar na frente do Ricardo que me encarava com um ar de superioridade.

— Eai, mano. Veio buscar a morena?

— Você é um merda mesmo né? Não sabe segurar a tua onda não, caralho?

— Calma aí, Gabigol... Foi só uns beijinhos pô, tu chegou aí e estragou meus planos pro resto da noite. — meu sangue já estava fervendo e eu precisaria apenas do mínimo de provocação para acertar a cara dele. Ele golou a Stellas e me encarou rindo. — Magina só, uma delícia dessas... Mulherzinha da estrela do flamengo, de quatro pra mi...

Meu punho acertou  o olho esquerdo dele com força, ele tombou para trás e só não caiu com tudo no chão porque os chupas fama dele, o deram apoio.

EU VOU RESOLVER ESSA PORRA CONTIGO DA MELHOR FORMA: DENTRO DE CAMPO! — berrei com ele lhe apontando o dedo e dei as costas. Passei pela rodinha da Ayla e me enfiei no meio, segurei em seu braço e a levantei, a empurrando para fora do barzinho. — Tu só me apronta, Ayla... porra.

— Nossa, me deixa bei...beiber! — ficou se sacudindo para se soltar de mim e eu a abracei com força prendendo seus braços e a empurrei contra o meu carro. — Aí infeno

— Escuta aqui... você vai entrar na porra desse carro e calar a boca! Ou eu mesmo vou amarrar um pano aí e te jogar aí dentro. — eu dizia entre os dentes e ela dava gargalhadas, parecia que gostava de me ver desse jeito. Abri a porta do carona, a empurrei para dentro e a prendi no cinto. Fechei a porta e dei a volta, arrancando com o carro dali. — Você beijou ele Ayla? — Eu olhava pra Ayla.

— Beijei, e ia foder com ele, mas você chegou, você sempre chega e me fode Gabriel... — ela dizia fazendo pausas para que não se embolasse na própria fala.

— Cala boca Ayla, cala boca, olha como você tá? Olha o que ele fez contigo, cara. Meu Deus.  — Ela tava sentada no banco do carona, de olhos fechados.

— A CULPA É SUA GABRIEL!

— Culpa minha uma porra, não te arrastei pra cá e nem te obriguei a beber nada não, maluca.

— SE NÃO FICASSE ME LARGANDO SOZINHA, ABANDONADA DENTRO DE CASA PRA CURTIR BALADINHA... EU NÃO TERIA QUE CHEGAR A ESSE PONTO, SEU FILHO DA PUTA DESGRAÇADO! — ela estava chutando o carro e de repente parou, colocando outra vez tudo pra fora.

— MEU CARRO AYLA, PORRA!

— Compre outro, inferno!

— Puta que pariu, o que eu te fiz mano? — perguntei mas ela não respondeu, tirou o cinto e pulou para os bancos de trás onde se deitou. Demorei uns quinze minutos até chegar no apartamento em que ela mora, abri com a minha chave e a Ayla foi entrando. — Porra, eu não te entendo na moral...

— Gabriel, ok.

— Não vem com ok não, ele é meu rival, Ayla. Vai me infernizar em todos os jogos tá bom pra você?

— Gatinho, des...de que você não perca a liberta. — ela demorava para falar mas já não estava tão bêbada assim. — E outra se for para colocar na mesa, você sempre faz o mesmo... Sempre faz questão de ir atrás daquela vagabunda!

Eu neguei. Eu sabia bem de quem ela estava falando. — Mas é diferente!

— Vai se fuder? Obrigada! — eu fiquei sem ter o que falar, eu estava puto demais e ficar ali á mais das quatro sa madrugada berrando só iria trazer ainda mais problemas. Ela subiu quase se arrastando pela escadas e acabei ajudando, joguei debaixo da água fria e ela resmungou chegando a chorar baixinho. — Que saco, isso tá gelado.

— Vai que assim você aprende. Ele poderia ter feito coisas muito piores com você, Ay. Eu não quero o teu mal não, porra. Mas não adianta, tu não escuta ninguém. — neguei puto e ela deu de ombros, lhe dei a toalha e ela se enrolou, escorregou e quase iria bater com a cabeça no blindex. Segurei pela cintura e choquei seu corpo no meu, antes isso do que ela se quebrar toda.

— Desculpas, Gab! — choramingou e eu só neguei, selei sua testa e a puxei para o quarto. — Vo... você não vai me desculpar, Gab?

— Amor, vai deita aí, por favor. Fica quietinha. — enfiei ela dentro de um blusão meu e a empurrei de leve para ela deitar, tirei meu tênis e minha roupa. Me deitando só de cueca do lado dela que estava encolhida olhando para a parede. Neguei e acabei rindo sem ela perceber, abri meu instagram logo de cara vi o post de um ig.

@fofocalizando: Segundos boatos @gabigol teria brigado com alguém na boate que a sua ex ou atual (?), @aymatosla, estaria

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@fofocalizando: Segundos boatos @gabigol teria brigado com alguém na boate que a sua ex ou atual (?), @aymatosla, estaria.
Estamos buscando mais informações.

— Não vão me deixar em paz, nunca? — murmurei sozinho e a Ayla me olhou de relance e depois olhou o meu telefone.

— Que merda! — bateu na própria testa e eu neguei.

— Vem cá, dona encrenca. — deixei meu telefone de lado e abri os braços para ela vir se aconchegar em mim, apertei a mesma em mim e seu rosto pousou no meu peitoral, selei sua cabeça e usei uma de minhas mãos para ficar alisando seu braço com um carinho e ela soltou um suspiro baixinho, antes de pegar de vez no sono.

×××
podem comentar que nos gostamos, viu? hahahahahhahaha

E sempre que eu te procuro é pra me achar 》 GB9Onde histórias criam vida. Descubra agora