noventa e dois.

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Estavamos curtindo tudo que fosse possível e eu já nem sabia em qual copo de whisky era aquele.

Talvez eu já tivesse passado do sétimo, oitavo? Sei lá. Mas estava tudo de boa. Um pouco embreagada? Talvez.

Mas tava tudo certo e eu estava feliz, depois daqueles dias loucos e toda a adrenalina que ainda sobrou nos dias seguintes... principalmente com o dengo do Gael que chegava a me assustar pensando que meu filho não voltaria a ter seu riso solto e sua felicidade contagiante de volta.

E eu estava mesmo precisando extravasar, botar todo aquele cansaço de antes pra fora e me divertir e era isso que estava rolando.

Eu havia pego algum amigo do Neymar, que caso eu esteja certa ele se chamava Rafael Zul. Zule? Sei lá, alguma coisa assim, mas com certeza era Rafael.

Me levantei de onde estava sentada e fui dançar com as meninas, Junior chegou por ali e começou a dançar comigo e quando a música trocou para um pagode, nós dançamos juntos mas eu estava com sede e precisava de algo refrescante.

— Ai Junior, tem caipirinha aqui não?
— Me soltei dele e ele negou rindo. — Porra, só tem bebida quente e redbull, seu fodido?

— Não tem pronta... você nem me deixou explicar, pretinha, relaxa. — eu revirei os olhos e ele foi me guiando até a mesa que tinha as bebidas lá.

GABRIEL.
Já se passava de uma da manhã e eu estava sem sono, sem nenhum pingo mínimo de sono e sabia que era por conta da Ayla está naquela tal festa e eu estava acompanhando por stores das amigas dela ou de um pessoal que  estava por lá também. Vi o Neymar grudado na minha mulher na maioria dos videos, já tinha uma porrada de igs de fofoca especulando mil coisas.

Respirei fundo e fui mexer em outra coisa, respondi umas mensagens e resolvi descer pra beber uma água. Levantei da cama, calcei o chinelo e saí, passei no quartinho do Gael e ele dormia serenamente, nem aí para nada. Desci ligando a luz da escada e guiei direto para a cozinha, acendi a luz de lá e tratei de pegar a água.

Peguei outra vez meu celular e abri mais uma vez o instagram, busquei pelo perfil do Neymar e pensei umas mil vezes antes de clicar nos stores dele.

Porra, ele tem milhões de seguidores... seria impossível de ver meu nome no meio ali das visualizações, então foda se, deixei o copo na banca e me debrucei ali, cliquei nos stores e esperei abrir.

Uns aleatórios, parças, mulheres e pronto lá tava ela naquela porra de vestido justo do infernos e um sorriso largo no rosto.

Você tem certeza que sabe fazer isso? — ele perguntou enquanto a câmera gravava a Ayla fazendo algum drink.

— Tudo que eu faço, faço muito bem. Só trabalho lindo, né, amor? — Ayla disse entre risos e eu senti meu sangue esquentando.

Pô pretinha. — ele dizia dando risada e ela terminou o drink, golou e piscou pra ele. — Ficou bom?

Uhum, que provar? — ofereceu e esticou o braço e ele bebeu mas a câmera ainda estava nela. — Bom pra caralho né?

Porra, demais amor.

— Filho da puta! — gritei puto e larguei o celular de qualquer jeito na bancada, ele quicou e foi direto pro chão.  — Arrombado do caralho, fudido!

Eu resmungava uma sequência de palavrões e catava meu celular do chão, fui para sala e me joguei no sofá ainda puto, mais agoniado do que antes.

AYLA. — duas horas mais tarde.

Confesso que talvez eu tenha passado um pouco além da conta no alcool, ahhh mas eu estava precisando né? eu mereço!

A Day acabou vindo dirigindo no meu carro, já que ela era a mais sóbria do grupinho. Ela acabou me deixando aqui na frente da mansão e depois amanhã daria um jeito de trazer meu carro ou buscava, sei lá.

Eu tropecei nos dois últimos degraus da entrada e se a porta não tivesse muito bem fechada eu iria ir catando tudo entrando na mansão.

— Ô caralho de chave! — forcei minha vista e depois de forçar algumas vezes consegui destrancar a porta, entrei e a encostei de volta, me escorei ali no aparador e dei um jeito de me livrar das minhas sandálias.

— Whisky? De novo?

— QUE ME MATAR DE SUSTO, SEU ARROMBADO! — gritei quando ouvi a voz do Gabriel e ele estava sentando no braço de um dos sofás.

— Quantos copos?

— Sei lá, Gabriel... porra, só sei que bebi pra um caralho. Tô enxergando dois gabigol, flamengo ia ficar foda ein. — comentei tentando focar meu olhar nele e o vi bufar.

— Na internet toda estão especulando  que você tá namorando o camisa dez lá. — comentou entre dentes e eu gargalhei. — Tá rindo de que, sua perturbada?

— Imagina só, de Aylagol pra Menina Ayla. Top, vou pensar nisso. — comentei e fui na direção da escada mas o bonitão se enfiou na minha frente, o que me fez dá uma cambaleada e ele segurou no meu quadril.

— Eu deveria deixar você se foder, mas isso não é da minha índole. — ele dizia e eu dei de ombros sem entender nada. — Bora, antes que eu me arrependa.

— Vai botar neném pra dormir, Gabizinho? — debochei e ele revirou os olhos, dava para ver ele melhor com as luzes da escada.

— Bebe leite?

— Blé! Sem chances, gatão. — apontei em seu rosto e ele me deu apoio.

— Não vou transar contigo bêbada assim, para de ser idiota.

— Vai me ajudar ou me dar sermão, Barbosa? — resmunguei e já tinhamos subido, ele me guiou para o quarto dele.

GABRIEL.

Ei! Aqui não!

— Cala a boca, caralho, eu vou te ajudar só. — eu tava puto sim, mas não iria deixar ela se virando sozinha no estado que ela estava.

— Você é insuportavelmente marrento.

— E você gosta. — pisquei para ela e ela bufou.

— Idiota.

Eu ri baixo e a puxei para o meu banheiro, liguei a luz, e fui mexer na roupa dela. Subi seu vestido com dificuldade na hora da bunda e ela gargalhou.

— Sou muito grande, baby.

— Eu sei. — concordei e pensei em completar com "e muito gostosa" mas era arriscado dela meter a mão na minha cara e em dias isso aqui é o mais próximo que ela me deixou chegar e isso é apenas por ela está bem alterada. — Levanta os braços.

Ordenei e ela fez, terminei de puxar o pano e só aí percebi que agora ela só estava com uma calcinha pequena de renda, acabei secando seu corpo todo  com o olhar, minha boca se encheu d'água, mordi meu lábio e a Ayla olhava para um canto do banheiro sem nem perceber nada.

Botei ela para dentro do box, liguei o chuveiro no gelado e ela gruniu. Deixei ela ali e fui atrás de pegar uma blusa minha para ela. Quando voltei no banheiro, Ayla estava nua e se escorando deixando apenas a água cair sobre sua cabeça.

— Vem, já tá bom.

— Minha cabeça vai explodir feito uma bomba daquelas que derruba um prédio. — resmungava lento e eu ri baixo, ajudei ela a se secar e a se colocar dentro da blusa, ela foi indo para o quarto meio zonza ainda e eu sequei o chão do banheiro. — Tô com sede.

— Vou pegar água e um remédio logo, fica aí. — apontei para a cama onde ela se mantinha sentada.

Peguei água, um comprimido pra dor de cabeça voltei para o quarto. Ayla estava no mesmo lugar, sentada e quase dormindo.

— Toma.

Cruzei meus braços e observei ela beber tudo, deixou o copo no armário que ficava ao lado da cama e se deitou logo, puxou o cobertor e eu suspirei, desliguei tudo. Deitei do lado dela e fiquei quieto esperando ela pegar no sono para que eu conseguisse a puxar pra mim e passar o braço por seu quadril. Ayla soltou um suspiro arrastado, se aconchegou mais em mim e eu selei sua cabeça.

E sempre que eu te procuro é pra me achar 》 GB9Onde histórias criam vida. Descubra agora