noventa e quatro.

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Uns dias depois...
AYLA
Hoje tinha jogo do Flamengo no Maracanã e eu não sabia o porque, mas estava apreensiva. Talvez fosse apenas meu coração de torcedora raiz ou ansiedade já que tinha tempo que eu não vinha pra assistir.

Eu tentava manter minha atenção no jogo, mas eu não conseguia, meu coração começou a acelerar, meus olhos estavam cheio de lágrimas e tudo já estava turvo e eu estava morrendo de medo de tirarem o Gael dos meus braços.

Tomei susto quando todos levantaram comemorando mais um gol do Gabriel.

— Ayla? — Tia Linda segurou no meu braço e eu olhei pra ela. — Que foi?

— Eu não estou me sentindo bem. — Falei pra ela que fez me menção de tirar o Gael dos meus braços e eu gritei. — NÃO, NÃO TIRA ELE DE MIM.

Ela me olhou assustada, sem entender aquilo. E eu já tinha perdido o controle do meu choro, eu estava confusa, assustada, me tremia inteira e senti meu coração saindo na boca de tão forte que batia no meu peito, eu conseguia ver a pele pulsando. Agarrei mais ainda Gael no meu colo e olhava atenta para todos os lados.

— Me entrega ele! — escutei meio longe e gritei de susto.

— Ayla! O que tá acontecendo? Calma. — Alguém falava junto mas eu só estava focando em alguém pedindo meu filho e eu não sabia quem era. Não conseguia identificar nada.

Agarrei o bebê mais ainda, puxei sua bolsa e sai dali. Gael estava chorando e eu tentava acalmar ele.

— Shiuuu, tá tudo bem. Ela não vai te pegar de novo. Calma.

Nem sei como eu alcancei meu carro tão rápido, prendi o Gael na cadeirinha, entrei no carro ali por trás mesmo já o travando, pulei para frente e apoiei minha cabeça no volante. Precisava me acalmar ou causaria até um acidente no trânsito se eu fosse embora assim.

Gael tinha parado de chorar e eu estava respirando fundo, tomando novamente controle do meu corpo, liguei o carro e saímos dali, voltando para o nosso apartamento. Quando chegamos depois de pegar um trânsito de quase uma hora parados, Gael já dormia e eu entrei no apartamento o ajeitando no quartinho dele.

Me arrastei para o meu, me livrei das minhas roupas e me enfiei no banho quente, afim de relaxar todos os pontos de tensão no meu corpo.

Fiquei um tempo ali até me sentir bem de novo, saí de lá, me enrolei num roupão depois de me secar e desci para fazer algo pra comer. Respondi apenas a tia Linda dizendo que eu havia me sentindo bem mal e por isso tinha vindo embora. O Flamengo tinha ganho de 3 a 1, com dois do Gabriel e um do Diego de falta.

Deixei o celular de lado e montei um sanduíche com um suco de laranja.

Não demorou muito para a porta da frente fosse aberta e só pelo jeito de andar eu já sabia que era o brutamonte do Gabriel passando por minha sala e logo preenchendo meu campo de visão.

— Você tá louca de sair do estádio daquele jeito, Ayla?

— Me deu uma crise de ansiedade e eu escutei uma voz parecida com a da Rebeca, me chamando e pedindo o Gael.

— Ela está presa naquele manicômio ainda. — ele justificou e eu suspirei.

— Na hora parecia muito real e eu só pensei em proteger o neném.

— Tá, e agora, tudo bem?

— Uhum, aliás vou sair.

— Vai o que?

— Sair, aproveitando que você veio, leva o Gael ou então pode dormir por ai mesmo com ele. — desci do balcão, indo lavar as coisas que eu tinha usado e o Gabriel estava estático na entrada da cozinha. — Vai resolver o que?

E sempre que eu te procuro é pra me achar 》 GB9Onde histórias criam vida. Descubra agora