Capítulo 11

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NARRADORA

A loira soluçava em meio às lágrimas, e a cada palavra Arthur sentia como se dolorosas facadas atingissem seu coração. Aquele era o momento que tanto havia esperado, ela estava ali em sua frente completamente vulnerável e frágil. Tudo o que ele tinha que fazer era incentiva-la a vender o studio e tudo estaria terminado. Iria continuar com sua pose de empresário invencível e teria em suas mãos o que tanto queria.

- N-Não! 

O jovem m sussurra fechando os olhos com força sem acreditar que estava mesmo fazendo aquilo.

-  "Não" o quê?

- Você não devia vender o studio, você mesma disse o quanto isso é importante para você, assim como era para eles. Carla, você é capaz, você é uma mulher guerreira, inteligente, linda, determinada, e acima de tudo você é forte! Tenho certeza que seus pais deixaram o studio nas mãos da pessoa certa. Tudo vai dar certo, você não está sozinha, eu estou aqui! 

Picoli declara olhando intensamente nos olhos da dançarina e logo sente a mesma se lançar em seus braços, o abraçando fortemente enquanto chorava. Para Carla ouvir aquelas palavras de Arthur eram tudo o que precisava, e sabia que naquele exato momento estava nascendo dentro de si um sentimento desconhecido, algo que nunca havia provado antes e que com certeza mudaria toda a sua vida. O homem a aperta ainda mais forte contra seu corpo e suspira ao sentir o perfume da dançarina tão perto de si. Arthur ainda não acreditava no que tinha feito, sabia que havia estragado grande parte do plano e perdido a oportunidade perfeita para ter o studio em suas mãos, mas naquele momento todo esse seu capricho pareceu ser insignificante diante da dor que sentia em ver Diaz chorar. A verdade é que ambos estavam conhecendo um lado que não conheciam do outro, um lado que ninguém nunca havia visto antes.

Eles estavam se mudando! 

Carla e Arthur se afastam lentamente do abraço e em um movimento automático as testas de ambos se encontram. Seus lábios estavam há centímetros de distância e pareciam implorar para que aquela separação chegasse ao fim. Picoli acaricia o rosto da dançarina enquanto enxugava suas lágrimas, e lentamente ambos começam a se aproximar. Não aguentavam mais reprimir aquele desejo que nasceu em meio ao ódio. Carla sabia que ainda teria diversos problemas para resolver, mas aquilo não importava no momento. Arthur tinha noção de que mais uma vez havia perdido o controle de seu plano para ter o studio como desejava, mas no exato segundo em que seus lábios se encontraram tudo ao redor pareceu congelar somente para que ambos pudessem desfrutar melhor do beijo que mesmo sem perceber, haviam esperado tanto. Suas línguas se encontravam lentamente em uma dança sensual e apaixonada, ambos estavam tentando matar todo o desejo que havia sido reprimido por tanto tempo, mas somente aquilo parecia não ser necessário. Totalmente tomados pelo desejo o beijo começa a se tornar cada vez mais intenso. Seus corpos se colavam cada vez mais enquanto suas mãos passeavam por suas peles, causando um arrepio excitante em ambos. O casal se beijava de forma feroz, e totalmente tomado pelo desejo Arthur inclina o corpo de Carla para o sofá e se deita sobre ela sem machuca-la. 

Ambos estavam enlouquecidos de prazer, mas antes que pudessem se saciar, o celular de Carla toca fazendo com que o casal se separe completamente ofegante. A dançarina e o empresário não acreditavam que aquilo havia mesmo acontecido. Era óbvio que queriam mais um do outro, mas assim que separaram seus lábios a razão pareceu voltar a dominar suas atitudes. Arthur sabia muito bem como agir com uma mulher, mas com Carla era diferente. O loiro nunca havia sentido aquilo, aquele beijo trouxe sentimentos que ele nunca havia provado antes, e isso de certa forma o assustava. Por mais que tentasse colocar em sua cabeça que Carla era só mais uma que seria usada para satisfazer seus desejos, tudo nela o provava o quanto a mesma era única e o quanto a queria por causa disso. Diaz continuava paralisada enquanto o celular permanecia tocando. O gosto da boca de Arthur permanecia em seus lábios, e apesar de querer um pouco mais dele, sua mente parecia lhe alertar a todo o momento o quanto aquele desejo poderia ser perigoso. Ambos parecem despertar de seus pensamentos ao menos tempo e permanecem a se olhar intensamente. Por mais que buscassem as palavras, as mesmas pareciam fugir de seus lábios. Sabiam que haviam perdido totalmente o controle, e mais uma vez aquilo era novidade para eles.

Dança Comigo - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora