Capítulo 7

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NARRADORA

Diferente do estava encontrar, o studio estava vazio, a não ser pela presença cabisbaixa de Pérola.

"O que está acontecendo?"

Tal pergunta se repetia diversas vezes na cabeça do empresário, e logo o loiro começa a procurar Carla com os olhos, finalmente percebendo que a dançarina também não estava ali.  Sentindo uma aflição desconhecida atingir seu coração em cheio Arthur se aproxima a passados lentos, não demorando a chamar a atenção de Pérola.

- O que aconteceu? Por que não tem mais ninguém aqui? Cadê a Carla? Ela está bem?                         

Picoli pergunta aflito e surpreso com sua própria reação. O loiro sabia que não era seu dever se preocupar com ela, afinal, tudo aquilo fazia parte de um plano, e quando tudo terminasse nunca mais à veria de novo. O jovem empresário tentava se convencer disso, mas há cada segundo esse pensamento se tornava mais distante, pois por mais que tentasse, Arthur já não conseguia mais se controlar. Realmente se importava com Carla e com certeza se preocupava mais do que devia.

- Ela não vem para o studio hoje.

Pérola declara com um olhar triste e logo Picoli sente a aflição tomar conta de si.

- Por quê? O que aconteceu com ela?

- Hoje faz 3 anos que os pais dela morreram.

A morena respira fundo e logo volta a falar.

- A Carla se faz de forte o ano todo, mas a única exceção disso é hoje.

Pérola sussura cabisbaixa enquando podia sentir 1% da dor que a amiga sentia.

-  Ela passa o dia todo trancada dentro de casa, sofrendo sozinha sem falar com ninguém, já tentei tirar ela de casa ou até mesmo me aproximar quando isso acontece, mas...nunca funciona! E por isso todo o studio fica em luto quando esse dia chega.

A jovem finaliza a explicação, e sem ao menos perceber o pensamento de ver Carla chorando parece rasgar o coração de Arthur. Picoli não conseguia entender o que estava acontecendo consigo mesmo, mas se obrigando a fingir para se mesmo que não de importava, o loiro balança a cabeça em afirmação.

- Bom...já que não vai ter aula hoje, eu vou indo. Até mais, Pérola!

Antes que a morena pudesse dizer algo a mais, Arthur se vira para ir embora e caminha até a saída. Sabia que estava permitindo que seus sentimentos fossem longe demais, e se forçando a agir de maneira lógica, Picoli dá o primeiro passo de volta para a empresa, sentindo seu corpo paralisar automaticamente. Sua mente lhe mandava voltar para a empresa, mas seu coração gritava para ir ao encontro de Carla. Queria acreditar que continuava sendo o homem insensível que não ligava para os sentimentos de ninguém, mas antes que percebesse seus pés já caminhavam rapidamente em direção a casa da dançarina, enquanto se xingava mentalmente. A cada passo Arthur tentava se convencer de que estava fazendo aquilo pelo bem do seu plano para conseguir comprar o studio, mas bem no fundo sabia que aquela estava longe ser a verdade. Sabia que seria bem provável que ela ao menos abrisse a porta para ele, mas naquele momento o empresário permitia que todo o seu orgulho descesse pelo ralo.

Ela precisava dele, e ele estava
disposto a estar ali por ela!

[...]

As lágrimas caíam de forma descontrolada pelo rosto de Carla e uma dor dilacerante parecia rasgar todo seu coração. Com toda a certeza aquele havia se tornado o pior dia de sua vida, e todos os anos após a morte de seus pais eram assim. O sofrimento era o mesmo de quando recebeu a noticia que fez seu mundo virar do avesso, mas a saudade que sentia deles aumentava mais a cada ano. E ali estava ela, trancada em casa, sozinha e chorando enquanto sua única vontade era de desaparecer do mundo. Diaz desperta de seus pensamentos ao ouvir a campainha tocar e automaticamente se esconde mais debaixo das cobertas do sofá enquanto esperava que a pessoa que estava em sua porta desistisse de tentar obter alguma resposta. As batidas continuavam cada vez mais altas, e antes que pudesse fazer alguma coisa a voz que tanto lhe enlouquecia chega aos seus ouvidos de forma preocupada.

Dança Comigo - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora