Dança Comigo - Carthur

Capítulo 3

NARRADORA

Picoli dá início a sua mentira e finalmente levanta sua cabeça, permitindo que seus olhos se encontrassem com os Carla, o deixando totalmente surpreso. Ela era mais linda do que ele imaginava. Seus olhos castanhos, sua boca rosada, seu corpo.

Tudo!

Arthur acreditava que seria fácil conquista-la, mas a verdade é que as coisas seriam bem mais difíceis do esperava. Com Carla a fascinação não era diferente. Tinha que admitir que Arthur era lindo, os cabelos lisos, os músculos bem esculpidos, os lábios carnudos, e principalmente os olhos cheios de mistério e sensualidade. O olhar do casal permanece conectado por um tempo, mas assim que percebe o que estava fazendo Carla desvia sua atenção e volta a levantar a barra de ferro em suas mãos.

- O que está fazendo aqui nesse horário? Como vou ter certeza de que você não é um ladrão?

- Eu só vim me inscrever como aluno no studio, não sou ladrão nenhum, você que já veio me agredindo!

Arthur murmura colocando a mão na cabeça, sentindo a dor latejante no local piorar ainda mais na medida em que tentava se levantar do chão.

- Agora a culpa é minha? Você aparece aqui tarde da noite, com as luzes apagas e comigo já fechando meu estabelecimento, e quando eu me defendo por causa do susto eu ainda sou a errada? 

Carla questiona indignada e logo cruza os braços encarando Arthur seriamente.

- É sim, a culpa é toda su...

O loiro sente seu sangue começar a ferver, mas antes que pudesse explodir completamente o empresário se lembra do seu objetivo ali. Teria que ser paciente e "romântico" para conquistar a dançarina, e gritar com ela naquele momento com certeza não era recomendável.

- Quer saber, vamos esquecer isso! Você é muito linda, sabia?! 

Arthur sorri galanteador e começa a se aproximar lentamente de Diaz, não demorando a sentir a jovem empurra-lo para longe enquanto revirava os olhos. 

- Era só isso o que me faltava! Vem cá, você vai querer se inscrever logo ou vai ficar aí perdendo o seu e o meu tempo me fazendo essas cantadas ridículas?

Carla questiona em um tom impaciente e logo os olhos de Arthur se arregalam. Ninguém nunca havia falado daquele jeito com ele, e era difícil manter sua posse de "bonzinho" quando na verdade tudo o que queria fazer era gritar com a loira teimosa à sua frente. 

- Só quis ser agradável, marrentinha, mas vamos lá fazer a matrícula logo!

A dançarina revira os olhos e volta a caminhar em direção ao seu escritório, sendo seguida por Picoli. O homem entra na pequena sala, e mesmo não estando acostumado com tanta simplicidade, é o cheiro presente entre as quatro paredes que acaba chamando sua atenção. O perfume doce e delicado que aparentava ser de Carla predominava no local, e por mais que não quisesse ceder, tinha que reconhecer que o cheiro dela era maravilhoso. Percebendo no que havia pensado o empresário se repreende mentalmente e volta sua atenção para Diaz à tempo de vê-la lhe entregar a ficha de inscrição. Há todo o momento seus olhares se conectavam, mas assim que Carla percebia o que estava acontecendo voltava a desvia o olhos. A loira não sabia o porquê, mas algo nele chamava sua atenção e a fazia querer olhá-lo mais um pouco. Mas com toda a certeza não admitiria isso, afinal, havia o conhecido há minutos atrás e já tinha problemas demais para se envolver em mais um. Picoli finalmente termina de preencher toda a papelada e após receber algumas orientações de Carla, ambos começam a descer as escadas do studio lado a lado. Os olhos da jovem voltam a analisar o rosto de Arthur e um leve remorço cresce dentro de si ao ver os machucados que sua agressão havia causado no homem.