Capítulo 25

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NARRADORA

- O-o que você está fazendo aqui? Vai embora, eu já disse que não quero te ver nunca mais!

- É assim que se trata as visitas, Carlinha?

- Você não é bem vindo aqui, se o Arthur te ver ele vai te mat...

Felipe interrompe.

- Oh sim, seu querido Arthur! Aliás, como ele tem reagido com você...assim? 

Picoli observa Carla com desdém, focando seu olhar na cadeira de rodas.

- Diferente de você, o Arthur é um homem de verdade, e ele me ama mesmo "assim"!

- Você é tão ingênua, Carlinha! Até quando acha que o seu amado Arthur vai te aguentar inválida em uma cadeira de rodas? Logo logo ele vai cansar de servir de babá e vai voltar a ativa. Olha para você, Carla! Você não pode mais dar o que o Picoli quer, e quando ele perceber isso vai sair correndo atrás do primeiro rabo de saia que possa dar prazer a ele.

- I-Isso não é verdade! 

Diaz gagueja tentando controlar as lágrimas e não demora a ver o homem à sua frente se aproximar ainda mais.

- É sim, Carla, e você sabe disso! Um dia ele vai acordar e vai perceber que você não serve para mais nada...

- N-Não!

- Que é uma imprestável...

- P-Para!

- Uma inválida! 

- Você é um monstro!

- Acredite, Carlinha, eu posso ser mil vezes pior!

Felipe sussurra no ouvido da loira em um tom assustador, e sem dizer mais nenhuma palavra o executivo caminha em direção a porta, deixando para trás uma Carla completamente desolada.

UMA SEMANA DEPOIS

- Vamos lá, meu amor, eu sei que você consegue! Tenta só mais um pouquinho! 

Arthur incentiva a namorada durante a sessão de fisioterapia, não demorando a sentir seu coração se apertar diante do desânimo da loira. Há alguns dias a jovem vinha apresentando o mesmo comportamento, não sentia vontade de comer e nem de conversar. O empresário entendia que estava sendo difícil para Carla, mas vê-la naquela situação desenvolvia mais uma preocupação em seu coração.

- Eu acho que já está bom por hoje. Vou pedir que te levem para beber um pouco de água e logo logo nos encontramos, ok, Carla?!

- Eu levo ela!

Picoli se oferece para acompanhar a namorada, mas logo a voz da médica que cuidava do caso de Diaz, volta a ecoar pelo local.

- Não! Se possível eu gostaria de trocar uma palavrinha com o senhor em particular. 

O homem observa um dos enfermeiros se aproximar e direciona seu olhar para Carla, não demorando a vê-la confirmar que ficaria bem.

- O que gostaria de falar comigo, doutora? A Carla vai ficar bem?

- Oh, por favor, sem formalidades, me chame apenas de Aline! E bom, o caso da Srta.Diaz é um pouco complicado e necessita de um maior empenho da paciente nas sessões de fisioterapia.

- Entendo, só que..tem sido tão difícil! 

O loiro suspira cansado, deslizando as mãos pelo cabelo e não demorando a ser pego de surpresa ao sentir uma carícia ser iniciada em seu peitoral.

Dança Comigo - CarthurOnde histórias criam vida. Descubra agora