Dança Comigo - Carthur

Capítulo 27

UMA SEMANA DEPOIS

CARLA

Observo o pessoal do studio adentrar a pequena cabana carregando minhas malas enquanto eu tentava a todo custo controlar as lágrimas. Uma semana havia se passado, e deixar Arthur havia sido a coisa mais difícil que já fiz na vida. Os dias pareciam passar rapidamente, mas apesar do que as pessoas dizem, o tempo parecia aumentar ainda mais minha dor. As vezes eu me pegava pensando que tudo isso não passava de um pesadelo e que há qualquer momento despertaria e descobriria que toda essa traição não havia passado de um mal entendido como ele insistia em dizer. Com a ajuda dos meus amigos eu havia conseguido uma cabana no interior da cidade, e tinha a plena certeza de que ali ninguém me encontraria. Continuaria fazendo as sessões de fisioterapia com outro médico, e por mais que toda essa situação fosse difícil, só o tempo me diria se fiz realmente a escolha certa. Sinto meu corpo ser abraçado por Pérola e logo desabo no colo da minha amiga. Eu amava Arthur intensamente, mas apesar de todos os sentimentos que ainda nutria por ele, eu nunca perdoaria uma traição. Sabia que dali para frente as coisas seriam ainda mais difíceis, talvez conviver com aquela dor fosse impossível, mas eu precisava tentar. Pois durante um bom tempo aquela solidão seria minha principal companheira.

[...]

- Levanta daí! Uma semana já se passou, você precisa seguir em frente!

Em um movimento rápido Ronan puxa o lençol para longe do amigo e não demora a vê-lo levantar a contra-gosto.

- Seguir para onde? Ela foi embora, Ronan! E o pior é que eu não traí ela, tudo aquilo foi uma armação para nos separar, e..

Ronan interrompe.

- E por isso mesmo você tem que reagir! Você não sabe onde ela está ou com quem está, mas ficar deitado o dia inteiro não vai resolver as coisas. Você tem uma empresa para recuperar, Arthur! Tenho tentado segurar as coisas, mas você precisar tomar a frente. Precisa descobrir quem armou para te separar da Carla e conquistar sua garota de volta!

Picoli sente um soco de realidade o atingir, o trazendo de volta ao mundo real. Lutaria para ter de volta o que era seu, ou não se chamava Arthur Picoli.

TRÊS MESES DEPOIS 

- Isso, Carla, mais um passo! Vamos lá, você consegue! 

Com muito esforço a loira abandona a barra de ferro onde se apoiava e sorri caminhando por conta própria. Durante aqueles três meses às lágrimas de Diaz haviam se tornado diárias, mas agora pela primeira vez a jovem chorava de orgulho, alegria e alívio. 

Havia voltado a andar!

- Sabia que você conseguiria! Parabéns!

 - Obrigada por tudo, não tenho palavras pra descrever toda minha gratidão!

Carla declara após finalmente alcançar o médico de cabelos grisalhos, não demorando a receber um sorriso acolhedor em troca. Apesar de toda a saudade que sentia de Arthur, havia encontrado nesse período distante, pessoas que a ajudaram de uma forma surpreendente. E se naquele momento havia conseguido voltar a andar, entendia que devia muito ao médico que havia a acolhido como uma filha.

- Esse é o meu trabalho e estou imensamente feliz por ter te ajudado! Logo logo quero receber um vídeo seu dançando em seu studio. Agora vem aqui e me dá um abraço, querida!

Rapidamente a jovem sorri e não demora a envolvê-lo em um abraço de gratidão. Havia passado muito tempo longe, e naquele exato momento Diaz percebeu que estava na hora de voltar para a sua verdadeira casa e enfrentar de vez o que havia deixado para trás. Após algumas horas e há alguns quilômetros longe dali Arthur sorri satisfeito ao terminar de ler mais uma papelada e se inclina sobre a cadeira, percebendo que já tinha quase tudo o que precisava para pegar a presidência da empresa de volta. Durante aquele tempo sobre o controle de Felipe, Picoli havia descoberto que a produção e os lucros da empresa haviam caído drasticamente, o que era sem sombra de dúvidas um ponto à favor dele. A batalha judicial seria intensa e quanto mais Lombardi fracassase, melhores argumentos Arthur teria para reconquistar o que era seu por direito. Por um momento o empresário sente sua mente lhe guiar até Carla e a saudade apertar seu coração. Três meses haviam se passado e o loiro continuava a amando com a mesma intensidade. Picoli já tinha tudo planejado e sabia que logo logo teria sua empresa e sua Carla de volta. O homem tinha plena convicção de que tudo daria certo, mas também sabia que a partir dali teria que suportar uma das piores partes do seu próprio plano.   

[...]

Os dias pareciam voar para longe e antes que Carla pudesse se dar conta o dia de voltar para casa já havia chegado. A jovem queria fazer uma surpresa para todos e por isso havia se certificado de não avisar a ninguém que voltaria. Diaz desperta de seu pensamentos ao sentir o carro estacionar, e após pagar o taxista, seu coração dispara ao se ver diante do seu studio depois de tanto tempo. Sem suportar mais esperar a loira adentra o local e caminha em direção às escadas que levavam até a pista de dança. Há cada degrau que subia sentia as lágrimas de emoção banharem seu rosto diante dos sentimentos que lhe rodeavam. A jovem havia enfrentado coisas que nunca havia imaginado viver. Havia ficado em coma, perdido os movimentos das pernas, sido traída, e perdido o homem que tanto amava, mas naquele exato momento todos os problemas pareciam ser insignificantes diante do amor que sentia por aquele lugar. Pois apesar de tudo, finalmente se sentia em casa!                       

Lentamente Carla empura a porta não demorando a ver o olhar surpreso de todos se direcionarem até ela antes que aquela mesma multidão de pessoas corresse em sua direção para abraça-la. O studio estava repleto de alunos, mas no exato momento em que Carla avista seus amigos as lágrimas de emoção parecem inundar o local. A cada abraço e sorriso a dançarina se sentia ainda mais em casa. Havia voltado a andar e agora poderia finalmente voltar a fazer o que tanto amava: dançar!

[...]

- Ai meu Deus, eu ainda nem acredito que você está aqui e que voltou a andar! Você conseguiu, amiga!

Carla sorri se sentando na poltrona que havia no escritório do studio, não demorando a ver Pérola sentar em sua frente. Algum tempo já havia se passado desde que a jovem chegou ao local, e após muitos abraços, lágrimas e sorrisos, a loira havia retomado imediatamenre para a direção do seu estabelecimento.

- Nem me diga, as vezes nem eu acredito que realmente consegui sair daquela cadeira de rodas. Acho que depois de tudo o que passei as coisas vão voltar a melhorar. Para falar a verdade a única coisa que me falta é o...

- Arthur!

A dançarina sorri tristemente e não demora a sentir as mãos da morena repousarem sobre as suas em sinal de apoio.

- Você tem certeza de que aquelas fotos eram verdadeiras? Pelo o que conheço do Arthur acho que ele nunca seria capaz de te trair, Carla! Quando você ainda estava em coma, ele ao menos saía do seu lado. Ele te ama!

- Quem ama não trai, Pérola! Aquelas fotos são verdadeiras e só serviram para confirmar o que eu já sabia. Por mais que eu ainda o ame, é hora de seguir em frente e tentar esquecer tudo o que aconteceu.

- Tem certeza disso?

- Sim...é o melhor a se fazer! 

Diaz sabia que seria difícil, mas teria que lutar para conseguir superar a dor que ainda a visitava todas as noites. Havia voltado uma nova pessoa, e agora mais do que nunca voltaria a fazer as coisas do seu jeito.

ALGUNS DIAS DEPOIS

CARLA

Termino de me arrumar e observo meu reflexo no espelho. Havia sido convidada para representar o studio em um importante evento, e há cada dia que se passava sentia mais orgulho em ver que o lugar que meus pais tanto lutaram para conquistar estava finalmente sendo reconhecido. Ainda podia senti-los perto de mim, e por eles faria de tudo para continuar cuidando daquele estabelecimento. Desperto dos meus pensamentos ao notar que já estava atrasada para o evento e não demoro a sair de casa. O tempo parecia se passar como num estralar de dedos, e antes que eu percebesse já me encontrava em frente ao local repleto de carros luxuosos e fotógrafos. Eu ainda me sentia desconfortável com tudo aquilo, e após o que pareceu ser um século, consigo finalmente entrar no espaço, não escondendo minha admiração direcionada ao ambiente ao meu redor. Eu observava tudo com atenção, mas antes que pudesse seguir meu caminho sinto um corpo grande e forte se chocar contra o meu. Em um movimento rápido me viro em direção ao desconhecido, 
não demorando a sentir meu coração falhar uma batida ao ver quem estavaem minha frente depois de tanto 
tempo.

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Pelo visto a Carlinha não acreditou no Arthur...
E agora?
O que vai acontecer com o nosso casal?
Quem será a pessoa com quem a Carla se esbarrou?
Comentemmmm!!!
💣💥