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-É de la que vem as cinzas da adaga. – Elena
juntou as peças, assim como eu.

—Sim. As bruxas não permitiriam que nada
verdadeiramente imortal caminhasse pela terra.
Cada criatura precisa ter uma fraqueza para
manter o equilíbrio, assim como a lenda gêmea Petrova. – Elijah acrescentou, olhando para mim. -Bruxas e seus feitiços, é claro.

-Se o sol não pode matar um Original, então por
que Klaus está tão obcecado em quebrar a maldição do Sol e da Lua? – Elena perguntou, mudando ligeiramente de assunto.

-Certo. A maldição do sol e da lua. – Ele riu
levemente, me fazendo levantar apenas uma
sobrancelha. Sim, Elijah, é muito engraçado o fato
de existir um sacrifício onde minha irmã é a estrela
principal. –É tudo tão... bíblico, vocês não acham?
– Ele sorriu, mas sua expressão se tornou um
pouco mais cínica um segundo depois.

-Oque há de tão engraçado nisso? – Elena
questionou, e eu acenei em concordância.

-Sabe, meu irmão escreveu sobre essa maldição
enquanto estava embriagado. Assim como a
maldição Petrova. – Elijah riu novamente, e eu
ergui minhas sobrancelhas.

-Então você mentiu para mim. – Eu o acusei, um
pouco chateada.

-Eu só não queria te assustar, naquela noite você
parecia tão cabisbaixa e... – Ele começou, mas eu o
interrompi.

-Por que Klaus inventaria duas maldições falsas,
então? – Exigi, cruzando os braços sobre o peito.

-Não são as duas que são falsas, querida.
Escrevemos as maldições em todas as culturas que
conhecíamos. Pergaminhos romanos... astecas... -
Elijah listou vagamente.

-Mas por quê? – Perguntei, encolhendo os
ombros ligeiramente com a falta de informações.

-A maneira mais fácil de descobrir a existência de
uma duplicata, é espalhar a notícia em todo lugar.
A duplicata precisa ser sacrificada em sua cidade
natal. E se você está tentando colocar as mãos em
uma pedra da lua perdida, sempre ajuda quando
todos os membros de duas espécies diferentes à
procuram. – Elijah sorriu de lado para nós duas.

-Então não é asteca? – Elena perguntou a coisa
mais irrelevante da história toda.

-A maldição do Sol e da Lua... é falsa. Não existe.
A maldição Petrova, entretanto, existe, e eu sei
tudo sobre ela. – Elijah explicou. Elena e eu nos
olhamos por uns segundos, antes de eu desviar o
olhar. Estou confusa, e um pouco magoada por
Elijah não ter sido totalmente sincero comigo.

-Eu ouvi direito, ou...? – Perguntei, nós três
voltando a andar.

–Klaus e eu inventamos a maldição do sol e da
lua há mais de mil anos. Os originais são os únicos
que sabem tudo sobre a maldição Petrova, a lenda
gêmea da duplicata. Você. – Ele disse, sem olhar para nenhuma de nós.

-Espere um segundo, Elijah. Oque as bruxas
disseram sobre mim é verdade ou não? –
Perguntei, realmente cansada e afetada por todo o
assunto, além de estar bastante confusa. Elijah
encolheu os ombros, e eu suspirei.

-Mas se não há maldição... – Elena começou,
mas Elijah rapidamente a cortou.

- Há uma maldição, só que não é essa. A
verdadeira é muito pior. É uma maldição colocada
em Klaus. – Ele a informou. Ótimo, então Klaus e
eu temos maldições sobre nós, simplesmente
maravilhoso. E olha que eu nem sei o que diabos eu
fiz pra merecer!

Essa seria uma boa hora para aquela piada comum:
Oque eu fiz?" – "Nasceu!"
É exatamente como me sinto agora!

-Do que você está falando? – Eu suspirei,
frustrada.

- Klaus têm tentado quebrar a maldição nos
últimos mil anos. E você, Elena, é a única
esperança dele. – Elijah respondeu, parando na
nossa frente e nos olhando dessa vez.

-Qual é a verdadeira maldição, então? – Eu
continuei, ficando irritada.

-Seu telefone não para de zumbir. – Elijah
suspirou, tirando meu celular de seu bolso. —
Atenda, por favor. – Ele entregou meu telefone de
volta, e eu atendi sem nem ver quem era.

-Oque é? – Perguntei ao levar o celular no
ouvido. —Stefan? Oque aconteceu? – Perguntei.
Ele me explicou resumidamente, me fazendo arfar.

-Não, oque?... Não, não... Oi?... Sim... Não, eu
não... Sim, ok... Certo, tchau. – Digo por fim,
desligando o celular.

-Oque há de errado? – Elena franziu a testa.

– Klaus foi atrás da Jenna. Eu não... Stefan quer
que você vá pra lá. – Eu avisei, tensa, e Elena
arregalou os olhos.

-Receio que isso não fazia parte do acordo. –
Elijah declarou, neutro.

-Ela é nossa família, Elijah. Elena vai até ela, e
depois vai voltar. – Digo para ele, séria. –Vou ficar
aqui com você, e isso é só porque eu tenho mais
perguntas a fazer. Vai, Lena. E me ligue se precisar
da minha ajuda! - Eu disse, em nenhum momento
desviando os olhos de Elijah, como se estivesse o
convidando para um desafio.

-Sua falta de cautela me impressiona. – Elijah
sorriu, inclinando levemente sua cabeça, antes de
olhar para Elena. —Vá, mas caso você não volte, já
sabe o que acontece. – Ele disse friamente, e Elena
acenou enquanto saía correndo para longe. Eu
respirei fundo, me virando para Elijah.

-Agora, me conte mais sobre a maldição Petrova.
– Exigi, cruzando os braços.

-A maldição Petrova foi criada por um propósito.
A bruxa que fez a maldição se certificou de que
você fosse temida antes mesmo de existir, para que
as pessoas tivessem medo da grande lenda gêmea da duplicata. Era a maneira que as bruxas tinham
para proteger você.  Você será tão poderosa que será capaz de matar Niklaus. – Ele me explicou, e eu
pisquei os olhos uma vez para me situar.
–Mas é claro que, depois de tantos séculos de espera, meu irmão parou de temer essa lenda, já que nunca encontramos uma única duplicata viva sequer depois de Katerina, e muito menos gêmeas. Mas ele é paranóico, ele ainda procurou por... você. A preciosa gêmea de Niklaus Mikaelson.

-Então eu vou ser mais poderosa do que o Klaus? – Perguntei, encolhendo os ombros.

-Sim, querida. – Ele acenou com a cabeça.  Eu pisquei os olhos duas vezes ao ouvir suas palavras, entendendo um pouco mais dessa vez. – Uma lenda gêmea da duplicata nunca deveria existir, mas você existe. E você será um ser muito poderoso.

-Entendo... – Murmurei, olhando para o chão.

-É algo mais complexo, mas... os dons que você
receberá,  junto com a força e a velocidade... Você já é uma loba, mas terá mais poderes. – Ele respondeu.

-Entendo... – Murmurei.

-Sinto muito por ter jogado tudo isso em você tão
indelicadamente, eu só queria ter sido sincero
desde o começo. – Elijah confessou com um olhar
triste.

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