Luzes cintilantes

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Quando Jeongguk se afasta de Taehyung, ele se sente como se estivesse caindo o tempo todo e está a poucos segundos de cair no chão. Abrir os olhos para olhar nos de Taehyung é assustador, realmente assustador. Jeongguk se sente como um personagem de um filme de terror, caminhando em direção à porta escura no final do corredor, de onde todos os uivos mais terríveis e dolorosos estão vindo, e ele está prestes a abri-la.

Pelo menos, ele não sente nenhum arrependimento pelo que fez. Pela primeira vez, ele não quer voltar no tempo e mudar nada, porque mesmo se tivesse essa chance, certamente faria a mesma coisa.

Jeongguk está pronto para Taehyung ficar com raiva ou confuso com ele, ele espera que o menino fique chocado e congelado, esperando que ele fale primeiro, ele está até preparado para Taehyung socá-lo. Ele estava pensando nas possíveis reações do Kim no táxi no caminho para cá e ele havia pensado em todas as emoções que ele poderia ver nos olhos do menino depois de se afastar dele.

No entanto, Jeongguk parecia ter esquecido que, quando se tratava de Kim Taehyung, nada poderia ser previsto.

Então, quando Jeongguk se afasta de Taehyung, ele não espera ver o medo familiar nos olhos de Taehyung.

Eles ficam parados por algum tempo, olhando nos olhos um do outro, sem ousar quebrar o silêncio. A boca de Taehyung ainda está ligeiramente aberta, assim como a de Jeongguk, porque os dois estão com muito medo não apenas para se mover ou falar, mas até de respirar. Este momento parece tão frágil como se uma mera respiração bastasse para quebrá-lo em pedaços.

Jeongguk sabe que precisa dizer algo. Taehyung está tentando encontrar respostas para suas perguntas nos olhos de Jeongguk e este sabe que terá que entregá-las ao menino eventualmente, mas o nó em sua garganta torna difícil falar.

Eventualmente, é Taehyung quem fala primeiro.

— É uma brincadeira?

A pergunta deixa Jeongguk com mais mil perguntas. Ele abre a boca silenciosamente, como os peixes fazem, ficando completamente sem palavras, enquanto o olhar de Taehyung está penetrando nele.

— O que? — Jeongguk pergunta estupidamente.

— Jeon Jeongguk, eu juro, se isso for a porra de uma piada ou uma pegadinha-

— O qu-não, não é, eu juro que não é!

Taehyung interrompe o contato visual, respirando fundo, antes de repentinamente puxar a manga de Jeongguk e dar um passo para trás, puxando Jeongguk para dentro de casa com ele.

Quando a porta atrás deles está fechada, Jeongguk finalmente se força a superar seu medo mais uma vez hoje e dizer algumas palavras.

— Me desculpe. — Jeongguk está olhando para Taehyung tão de perto que quase se esquece de piscar.

— Por que você está se desculpando? — O menino pergunta, sua voz rouca e tensa.

— Por tudo — responde Jeongguk. — Mas principalmente por ser tão estúpido todo esse tempo.

— Pare de dizer que você é estúpido, você não é. — Taehyung caminha até Jeongguk novamente.

— Eu sou, Tae. Eu deixei você hoje para ter um encontro, então corri aqui à noite e te beijei. Eu já te intimidei antes porque eu era muito estúpido para aceitar meus próprios sentimentos, eu não te beijei de volta na noite daquela festa. Já cometi tantos erros, como você pode dizer que não sou estúpido?

Taehyung não diz nada pelos próximos segundos enquanto olhava para o rosto de Jeongguk como se o estivesse vendo pela primeira vez em sua vida, mas ele não parecia zangado ou ofendido. O menino parece tão miserável e exausto como se tivesse acabado de sobreviver ao pior episódio de sua vida e agora precisa recolher cada pedaço destruído de si mesmo.

Boys Don't CryOnde histórias criam vida. Descubra agora