Rituals Of Black Magic

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Em todos os conflitos anteriores, por mais desafiadores que fossem e por mais que ele se passasse por indefeso, Jon sempre conseguia pensar em alguma alternativa para sair da situação em que se encontrava.

Naquele momento, no entanto, não.

Após o rugido vitorioso, Darasos voltou à forma humana e saltou de cima da muralha até o chão, aterrissando intacto. Jon não conseguiu revidar enquanto era espancado mais uma vez, dessa vez não com fúria, mas com sadismo. O último soco o derrubou de lado na pedra, de frente para o rosto morto de Yasmin, aquela última lágrima ainda molhando sua pele. E ali, totalmente aniquilado, Jon se viu sem saída. Sem saída senão simplesmente ceder e abraçar a morte.

...Não.

Jon não abraçaria a morte.

Jon controlava a morte.

Jon era a morte.

E assim, mesmo com cada junta bambeando e rangendo, mesmo com cada fibra muscular ameaçando romper, mesmo com o sangue empapando todas as peças de tecido grudadas ao seu corpo, Jon se colocou de pé.

Darasos ouviu seu empenho monstruoso e riu-se conforme o necromante tremia, as pernas entortando, os cabelos brancos quase marrons com a poeira. Ele limpou o sangue ainda úmido nos lábios na manga do sobretudo, enfiando os dedos pálidos na boca e puxando um dente solto.

— Sua persistência é admirável, necromante — disse o dragão.

Então voou na direção dele, um soco já preparado.

Com uma única mão, Jon segurou o soco.

O sorriso de desprezo sumiu do rosto de Darasos. Ele ergueu o olhar e deparou-se com olhos brilhando em verde fitando-o diretamente. A luz era ofuscante e quase cegante, obrigando-o a abaixar as pálpebras. Tentou retrair a mão, mas a força do necromante era incoercível.

Porque, embora o dragão jamais fosse reparar nisso, dois dos três anéis de Jon sumiram de seus dedos.

O que diabos é você?

Jon sequer piscou.

— Eu sou o seu fim e recomeço.

A esfera negra cresceu em sua mão livre e encontrou o abdômen de Darasos.

No primeiro segundo nada aconteceu: aquele orbe obscuro apenas penetrou sua armadura e se alojou ali. Depois, no entanto, seus tímpanos zuniram, um brilho arroxeado veio de baixo e, quando se deu conta, ele estava no canto oposto da arena, cravado na parede, sem conseguir respirar. O rastro do raio estratosférico de magia de morte ainda fagulhava no ar entre ele e o necromante.

Darasos cuspiu uma bolha de sangue. Não foi muito difícil sair do buraco que abrira na muralha, mas, quando o fez, Jon já estava à sua frente, parado, esperando-o se recompor. Íntegro.

O dragão deu um soco desajeitado. Errou. Cambaleou e arfou, sentindo a dor das costelas trincadas.

— Você não tem a menor chance contra mim, moleque — rosnou. — Já matei as duas vadias sem a menor dificuldade, e você não será exceção...

Jon deu um passo ao lado.

— Vai ter que se preocupar com outra coisa primeiro.

No fundo de seu campo de visão, Darasos captou um brilho azulado.

Draconia - Trilogia Gjallarhorn, Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora