44 - Liberdade

800 147 49
                                    

~ Sete anos no futuro ~

- Quanto tempo? - Manu perguntou, quase indignada. - É isso que você tem pra me dizer? - Manu perguntava com a voz perigosamente baixa, fazendo a mineira a sua frente se encolher a cada palavra. - Depois de todos esses anos?

- Manu, espera um pouco... Vamos escutar o lado dela... - Bia tentou acalmar a amiga, colocando uma mão sobre seu ombro, mas a menor se desvencilhou furiosa. 

- Como pode estar do lado dela? - Manu perguntou se virando para a carioca. - Você sabe como a Titchela ficou destruída! Você sabe o que passamos! Como pode agir tão simpática como se ela apenas fosse uma velha amiga que reencontramos? - Manu perguntava com a voz cheia de magoa, mas sem levantar o tom de voz. 

- Porque ela é uma velha amiga! Ela já foi nossa amiga, não se lembra?! - Bia exclamou, impaciente. - E eu tenho perguntas! Ela não deixou apenas a Gi pra trás, tá legal! E eu sei que é por isso que está tão chateada...

- Acho melhor eu ir emb... - Rafa sussurrou tentando se pronunciar, se virando para sair, mas Bia a chamou.

- Você não vai a lugar nenhum, Cabeçuda - Bia cortou Rafa, irritada. - Se a Manu quiser ir, tudo bem, mas eu quero respostas!

As três ficaram em silêncio, Manu encarando Bia como se discutissem com olhares, enquanto Rafa observava ao redor, constrangida, vendo que a pequena cena delas chamava cada vez mais atenção no restaurante. 

- Ela vai ficar furiosa se souber disso... - Manu sussurrou para Bia, quase temerosa. 

Rafa escutou o sussurro com dificuldade e ficou totalmente confusa. Imaginou que Manu se referia a Gizelly. 

- Vocês já estão sem se falar faz semanas mesmo - a carioca respondeu dando de ombros. - O que é um peido pra quem tá todo cagado? - questionou, sentando na mesa e esperando as outras duas se sentarem. 

Manu voltou a encarar Rafa com olhos cheios de ressentimento, mas sentou-se ao lado de Bia, voltando sua atenção para o guardanapo de pano que ajeitava sobre o colo. 

- Senta logo, praga! - Bia exclamou para Rafa, mas não tinha um tom hostil, era o mesmo tom descontraído de sempre da carioca. - Bora, bora! Começa a falar que eu não tenho o dia todo! Ainda tenho que buscar meu filho na creche!

~ Presente ~

Rafa acordou por primeiro naquela manhã de segunda. Apesar de Gizelly ter o costume de acordar cedo, dormir nos braços da mineira parecia bom demais para se desperdiçar. Por isso a mineira pode aproveitar assistir a namorada ressonar baixinho em seu peito. Ela observava a morena com um sorriso bobo nos lábios e acariciava seu rosto com a ponta dos dedos, tirando alguns fios castanhos do rosto da menor. Ela estava tão lindo com os cabelos todos esparramados por seu ombro e pela cama, dormindo de forma tão serena, os lábios levemente entreabertos e um biquinho fofo no lábio inferior. A mineira sorriu ainda mais quando a capixaba franziu o nariz e apertou mais sua cintura. Estavam com as pernas tão entrelaçadas que se perguntava como iria se desvencilhar da menor, não que isso fosse um desejo seu, óbvio. 

- Para de me encarar... - Gizelly murmurou em uma voz rouca e sonolenta, ainda sem abrir os olhos. 

- Não estou encarando - Rafa respondeu com a voz divertida. 

- Tá sim, eu sinto - a capixaba argumentou, ainda de olhos fechados. 

- Você consegue sentir isso? - Rafa perguntou, meio descrente. 

- Sim! E já disse que isso é estranho, stalker - a menor respondeu, mas Rafa conseguia ver o tom brincalhão. 

- Isso não é estranho! É romântico - argumentou a mineira, beijando o topo da cabeça de Gizelly. 

O Segredo de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora