3 - Clube de Teatro

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GLÓRIA DO POVO DE DEUS!!! NEGO DI SAIU!!! Em comemoração, vai aí um capzinho! Espero que gostem! Bye

Rafa acordou com o despertador do celular gritando em sua cabeça. Tinha a mania de colocar o celular embaixo do seu travesseiro e se arrependia toda manhã disso. Assim que desligou o alarme e desbloqueou a tela, correu entrar no aplicativo que havia baixado no dia anterior e checou suas mensagens, mas não havia nada novo da BiCaRalho.

Bufou decepcionada e saiu do aplicativo, jogando o celular na cama. Não era como se a BiCaRalho tivesse prometido falar mais tarde com Rafa nem nada do gênero, mas esperava um bom dia ou algo do tipo. Então levantou-se mal humorada e foi se aprontar para sair. Tomou um banho quente e demorou uns minutos se maquiando, escondendo a noite mal dormida.

Era novidade para Rafa ter algo que prendesse tanto sua atenção que lhe tirasse o sono. Na noite passada, mesmo depois de BiCaRalho ter se despedido a vários minutos, Rafa continuou encarando o chat, esperando um "Ei, tá acordada" para continuarem conversando. Nunca ninguém foi tão engraçado e tão inteligente como a nova amiga virtual. Sentia que poderia falar sobre qualquer assunto que nunca ficaria entediada. Ao mesmo tempo, o anonimato havia lhe dado uma liberdade que nunca tinha tido antes. Podia parar para pensar e ser honesta consigo mesma e com a pessoa com quem conversava. Por exemplo, ontem quando falavam sobre sexualidade e sobre atração... Foi a primeira vez que Rafa admitiu que estava observando Gizelly, e não avaliando. Estava admirando sim. E o que a autora disse sobre Rafa gostar da menina e não saber demonstrar pareceu absurda na hora, mas parando para pensar... 

Rafa nunca teve um motivo plausível para sua aversão à Bicalho. 

Então talvez... 

Só talvez...

Tendo isso em mente, Rafa decidiu prestar mais atenção em Gizelly e o que ela mesma sentia quando estava próxima de sua rival.

Desceu para tomar seu café da manhã atrasada e comeu apressada antes de sair para encontrar seu motorista que a levaria para a escola. Achava ridículo ter que continuar indo para a aula, mesmo não tendo mais nenhum conteúdo. Ainda mais que teria que ensaiar a cerimônia de encerramento do ano com a dita cuja da Bicalho.

Assim que chegou na escola, Caon correu para o encontro de Rafaella, já reclamando que a garota não havia respondido nenhuma de suas mensagens o final de semana todo. Rafa nem se deu ao trabalho de se desculpar, apenas ignorou os choramingos do rapaz e continuou seu caminho. Seus amigos já estavam badernando nos corredores quando ela chegou. O sinal bateu e Rafaella percebeu que certo alguém ainda não estava na sala. Os amigos de Gizelly cochichavam e se olhavam preocupados. A aula já estava quase na metade quando a morena chegou descabelada e sem fôlego na sala. Trocou meia dúzia de palavras com a professora e sentou-se perto de seus amigos.

Isso era novidade. Bicalho nunca se atrasou, nenhum dia sequer. Aquela era a primeira vez. Estava com os tênis desamarrados e os cabelos despenteados. Rafa notou que aquela era a primeira vez que via a rival com os cabelos soltos e os achou bonitos. Eram cacheados e um castanho escuro, quase chocolate. Tinha um brilho sedoso e um volume charmoso, dando forma a juba. Se a menina tivesse um pouco mais de trabalho, poderia deixá-los lindos. Notou também as olheiras por baixo dos olhos. Olheiras de cansaço.

Hum? O que poderia ter tirado o sono da paspalha? Pensou Rafaella.

Enquanto observava a distância, Bicalho puxou os cabelos para cima e prendeu os cachos em um coque frouxo que a deixava com uma aparência mais descontraída. Seu sorriso fácil deixava seu rosto mais redondinho e fofo, com os olhos pequenininhos. 

Talvez essa fosse a definição de sorrir com os olhos, pensou Rafa, distraída com a cena de Bicalho rindo com seus amigos.

Como havia decidido aquela manhã, passou a observar mais a rival, e tinha que admitir, a menina era realmente engraçada. A morena usava alguns bordões caipiras e religiosos que a faziam dramática e escandalosa, mas eram hilários. Era extremamente atrapalhada e desengonçada, mas tinha um charme magnético que atraía qualquer um. Seu sorriso era doce e meigo, mas também tinha um sorriso safado e maroto que a deixava muito sexy. Os olhos castanhos escuros e hipnotizantes pareciam esconder segredos interessantes, mas passavam uma doçura genuína que parecia dizer "pode confiar em mim".

O Segredo de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora