36 - Namorada

1.2K 166 29
                                    

Naquela primeira noite em Salvador, ambas estavam cansadas da viagem, então apenas jantaram os hambúrgueres que Rafa havia pedido, tomaram um banho relaxante para tirar o suor e se jogaram na enorme cama, se aconchegando uma na outra para assistir um filme juntas, pegando no sono logo em seguida. O dia seguinte começou preguiçoso, com um café da manhã na varanda e beijos demorados e delicados. Era o melhor carnaval de Gizelly e de Rafa também. 

Já de manhã, ambas saíram para as ruas de Salvador, aproveitando tudo o que a cidade tinha a oferecer com seu carnaval mais animado e coloridos. As duas riam e se divertiam a todo instante com suas Abadás coloridas e shorts, sempre lado a lado e tirando várias fotos de recordação. Almoçaram qualquer coisa na rua e não paravam um minuto que fosse. 

Quando retornaram no final da tarde para tomar um banho e se arrumar para sair novamente, decidiram ficar a noite no hotel, pois estavam demasiadamente cansadas. Iriam para o bloco na próxima noite, afinal não tinham pressa nenhuma e estavam se divertindo ao máximo. 

Novamente Rafa pediu algo para comerem e estavam deitadas assistindo algo na televisão quando a mineira sentiu a ponta das unhas de Gizelly lhe acariciando o abdômen. Sentiu a própria pele se arrepiar e suspirou em frustração. Sabia o que a menor queria, mas tinha feito planos para ser em outra noite. Havia pedido que decorassem a suíte e passaria o dia provocando a menor. Tinha todo um roteiro que passou dias idealizando para aquele momento específico. 

Com toda a força de vontade que conseguiu reunir, tentou ao máximo ignorar os toques delicados e carinhosos de Gizelly. Mas aos poucos, a menor subia cada vez mais seus dedos pela barriga de Rafa, chegando perigosamente perto do vale dos seios da mineira. 

Rafa tentando continuar firme em sua decisão, forçou um bocejo e se aconchegou mais na capixaba, se virando de lado e escondendo o rosto no pescoço da outra, fingindo pegar no sono. Até mesmo controlou uma respiração mais pesada e ritmada e um aperto mais frouxo na cintura de Gizelly. 

Com certeza, Rafa daria uma ótima atriz. 

Depois de alguns minutos com seu teatrinho, Gizelly se deu por vencida e desistiu. Soltou um longo suspiro de frustração e voltou a abraçar melhor Rafa, se preparando para dormir e desligando a televisão. 

Gizelly queria entender a cabeça de Rafa, mas não conseguia. Por várias vezes as duas estavam a pouquíssimos passos de finalmente fazer o que vinha tirando o sono de Gizelly, mas a mineira sempre parava as coisas quase de forma brusca e falava que não era o momento. "Tem que ser especial", ela dizia para a capixaba quando a mesma ficava chateada ou irritada. O que a mineira não entendia era que seria especial apenas por serem elas duas. Gizelly já tinha até mesmo sonhado várias vezes com isso. Infelizmente, até no sonho, Gizelly perdia a parte que lhe interessava, pois acordava momentos antes. Talvez fosse porque seu cérebro não sabia como representar aquilo que nunca experimentou. Ou talvez fosse a projeção da frustração e o anseio da menina. Seja o que for, Gizelly já não aguentava mais esperar. 

No dia seguinte, acordaram cedo e tomaram um café reforçado, pois teriam um dia longo e cansativo pela frente. Gizelly estava levemente emburrada e Rafa sabia o motivo, mas resolveu ignorar. Depois de alguns mimos e agrados, a menor já voltou a ser a menina animada e carinhosa que sempre foi. 

Saíram juntas do hotel para as ruas barulhentas e movimentadas de Salvador. Ambas em seus Abadás e com muito protetor solar. Rafa fazia questão de lembrar Gizelly de passar de tempos em tempos, pois a menor não estava nenhum pouco preocupada, mas na noite passada já estava reclamando que estava com a pele levemente ardida. 

Foi no almoço que Gizelly fez amizade com um grupo de universitários, para o desagrado de Rafa, pois a mineira ficou aborrecida de não ter mais a atenção total da capixaba apenas para ela. Eram um grupo grande de oito pessoas. Três meninos e cinco meninas, todos levemente embriagados e muito eufóricos. Gizelly se enturmou com o grupo de jovens de tal forma de logo estava sobre os ombros de um dos meninos, assim como outras duas meninas subiram nos ombros dos demais rapazes. Rafa observava quase tremendo de raiva o jovem segurar firme as coxas de Gizelly, que envolviam o pescoço do mesmo, enquanto o pobre rapaz tentava manter o equilíbrio com toda a folia que Gizelly fazia. A mineira quase podia sentir o ciúmes lhe arder nas veias como lava quente. 

O Segredo de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora