10 - Desabafo

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Hi, people! Eu sei que tenho demorado com as atts, só uma por semana, mas vou tentar att mais vezes ok. Logo minhas provas vão acabar e vou ter mais tempo livre pra escrever! Então curtam esse cap por enquanto e logo mais eu volto com mais! 

Bjs da boiola! BYE😘

Rafa acordou na manhã de segunda e correu verificar seu celular, mas não havia nada novo de Gizelly. Bufou irritada e atirou o aparelho entre as cobertas. Estava chateada, pois não havia recebido nada de Gizelly na noite anterior nem naquela manhã. Se sentiu excluída, esquecida...

Estava um pouco ansiosa para ver se Bia conseguia encontrar Gizelly no Instagram e poder acompanhar melhor a rotina de Gizelly. Queria se sentir mais próxima da menina, mesmo que fosse apenas de uma forma anônima. Queria poder conhecer mais Gizelly, ver o que a divertia e o que a irritava. Aprender suas feições e aprender a ler seus olhos, pois aqueles olhos castanhos eram um verdadeiro mistério para a Kalimann que sempre foi ótima em ler as pessoas e as manipular tão bem.

No ano anterior, teve que ler um livro de Machado de Assis que achou um tédio e extremamente machista, mas leu mesmo assim, pois valia nota. Naquela época, um trecho lhe chamou atenção e achou ridículo, pois não fazia o menor sentido.

"Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, [...] mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me."

Agora Rafa entendia o que aquele velho escritor se referia, pois era assim que se sentia com Gizelly. Sentia uma força quase mágica a tirar do chão e a arrastar para o mar que eram os olhos castanhos e doces da menina atrapalhada e meiga. Estava morrendo de medo de ser tragada e morrer afogada naquela confusão de sentimentos, mas não conseguia evitar a sensação gostosa de se deixar envolver e mergulhar na doçura de sua voz.

Rafa suspirou e deitou novamente, encarando o teto enquanto lembrava de momentos antigos e comparando o que sentiu com o que sentia agora. Lembrou-se de uma vez que estava no refeitório e viu de longe Gizelly dançando com seus amigos. Era uma dança totalmente sem ritmo e desengonçada, mas Gizelly não ligava para quem estivesse olhando. Sorria e continuava rebolando como um poste sendo balançado para lá e para cá, rindo com os amigos da própria falta de coordenação e rebolado. Naquele tempo, Rafa bufou e riu debochada, achando ridículo. Agora sorria com a lembrança, achando engraçado e extremamente fofo.

Uma vez, Rafa leu algo de Deepak Chopra que dizia assim: "Quando você se apaixona, se apaixona por um espelho de suas necessidades mais atuais."

Agora a menina se perguntava quais eram as necessidades dela para estar gostando tanto de Gizelly. Talvez a sinceridade e a simplicidade com que ela levava a vida de forma tão humilde e honesta. Talvez a alegria em saborear coisas banais com os amigos. Talvez até fosse aquele jeito bondoso e alegre como tratava a todos.

Seja como for, Rafa estava se afundando em um sentimento desconhecido e em uma velocidade vertiginosa que a assustava. Eram poucos dias de conversa e risadas compartilhadas por mensagem e alguns olhares furtivos roubados no colégio. O sentimento que tinha em tão pouco tempo era apavorante. Nunca antes teve esse medo pela falta de reciprocidade e essa angústia da espera em ter sua companhia.

Isso tudo somado as dúvidas sobre si mesma e suas inseguranças estavam a desgastando mais do que conseguia notar. Seria ela gay? Afinal, estava se apaixonando por uma garota. Como todos reagiriam se descobrissem? Não! Ninguém poderia saber.

O Segredo de CopasOnde histórias criam vida. Descubra agora