Braga

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POV: Diego

Depois de pouco tempo de conversa com a Nina, a tia Cecilia, bateu em nossa porta avisando que a vó Luci insistiu que a Nina transformasse sua torta de limão em cupcakes para serem servidos em sua festa. Minhas tias ficaram ajudando a Nina nesse serviço e meus tios, foram pegar algumas mesas para a festa. Matheus passou maior parte do tempo sendo uma cadelinha da Nina. (não que eu me importe, só quero ressaltar).

....

Como combinamos, vamos sair para comprar algo para minha avó (o que é extremamente desnecessário, mas a Nina é muito teimosa). Para nos aprontarmos fizemos aquele mesmo esquema, tomei banho, vesti minha roupa, e desci para esperar. Mas como já faz uma eternidade que ela está lá no quarto, então subo para apressar ela.

—Vamos logo, Nina!-grito batendo na porta do quarto.

—Calma, só mais 10 minutos. -ela grita de volta.

—Estou esperando a 30. -falo impaciente.

Barulho de porta destrancando. Ela abre a porta, e vejo que está tentando colocar um colar.

—Vamos? -Pergunto escorado na porta.

—Um minuto.-Ela me olha nervosa, olha para o colar nervosa e aparentemente desiste de colocá-lo.

—Me dá vai- digo e estendo a mão, ela me olha confusa, então continuo: —o colar, eu te ajudo a colocar.

Ela me olha surpresa, pega o colar, me entrega e vira de costas. Jogo o cabelo dela para o lado e ela o segura, passo o colar por seu pescoço e... que negócio difícil, escorrega da minha mão um pouco mas consigo colocar.

—Pronto, podemos ir? -Pergunto novamente.

Ela joga seus cabelos castanhos para trás, se vira para mim, me agradece e continua: —Vou só pegar meu celular e podemos ir. - ela diz rindo. Faz o que falou, pega o celular e a bolsa na cama, passa por mim, e do corredor me olha e diz: —Podemos ir?

Rio com a ironia, e descemos as escadas juntos.
—Aonde vão? -Diz minha mãe que está na sala de estar com algumas da minhas tias.

—Cadê a vó? -Pergunto sem responder ela antes.

—Subiu para tomar um banho, por quê?

--Nina quer comprar algo para ela, mas quer fazer surpresa. -ela olha para a Nina que está ao meu lado e sorri.

—Ah, entendi. Então vão logo, que faz um tempinho que ela subiu.

—Ok- Respondo e vou em direção a porta.

—Você vai com o carro do seu pai? -Diz ela um pouco mais alto.

—Simm- respondo e fecho a porta.

De modo abafado por conta da porta fechada, ouço-a dizer "Não chegue tarde", mas só ignoro.
....

—Aonde você quer ir? -Pergunto enquanto estaciono em uma espécie de feira que há na cidade, é mais para turistas mesmo, mas acho que pode ser o lugar ideal.

—Não sei, não conheço o lugar. Me dá umas dicas de algo que sua avó possa gostar.

—Olha, o que sei é que ela gosta de coisas rústicas, artesanais, plantas, e doces muito doce. -Digo rindo.
....

Andamos mais do que sou capaz de dizer.

—Você não era a pessoa atlética entre nós? - Nina pergunta logo após eu pedir para a gente dar uma pausa e sentar para descansar.

—Eu achava que era, e você não cansa? -Pergunto sentando em um banquinho que estava por perto.

—Não enquanto eu não achar o que quero. -ela pausa, olha para os lados: - olha, fica ai, eu vi de longe umas lojinhas na rua ao lado, vou ver se acho algo bom e em uns 30 minutinhos tô de volta.

Olho para ela, olho para o lugar que já está escuro por causa da noite, olho para ela novamente. Merda, não posso deixar ela andar sozinha por um lugar que não conhece. Levanto, reviro os olhos e digo que vou com ela para ajudar a escolher, e assim, voltamos a procurar algo. Depois de mais uns 20 minutos andando na rua que ela falou, finalmente ela acha vasinhos de plantas feitos de madeira e com iniciais esculpidas, ela tenta montar o nome Luci, e logo que consegue, pega os quatro vasos.

Finalmente, sentamos para comer algo, e eu estou morrendo de fome, já que a última coisa que comemos foi o almoço.

—Vamos sentar aqui e pedir hambúrgueres? -Pergunto mostrando uma pequena lanchonete que havia ali perto.

-Pode ser, eu tô morrendo de fome. -Ela fala colocando uma das mãos na barriga enquanto com a a outra segura a sacola com os vasos.

Após terminarmos de comer, ela pergunta: —Iai, podemos ir agora?

—Eu estava pensando em pegar um sorvete para a gente.-digo, porquê óbvio que depois de andar tanto, eu merecia um sorvete.

—Você não enche, não? -Ela pergunta rindo.

—Não - respondo com ironia - você vai querer um?

—Sim- diz ela rindo -mas acho que aqui não tem.

Aponto para a esquina e falo: —Ali na esquina tem, me espera aqui, volto em alguns minutos.

—Tá bom. -ela dá de ombros.

—O que vai querer?

—Pode ser uma casquinha mista, não sei se aguento algo maior.

Levanto, vou no balcão pagar a nossa conta e saio para fazer a compra dos sorvetes.
...
Estou pegando um sundae e a casquinha mista. E acabo me assustando ao ouvir alguém chamar meu sobrenome.

—Iai Bragaaa. -Reconheço essa voz de longe.

Alguém me diz que eu estou em um sonho, sonho não PESADELO.

Olho para trás e lá está ele. — Campos, iai? -Respondo tentando me manter calmo.

Ele, que não imaginei que iria aparecer aqui, nem nos meus piores pesadelos, Luan Campos, o ex namorado da minha atual falsa namorada, o único cara que tem o poder de estragar tudo. Estou ferrado!

Namorada de mentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora