Noite

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POV: Nina

O Diego demorou mais do que o esperado, então mando mensagem para ele:

Para: Diego
Eu: Cadê você????

Ele: Espera ai, tinha uma fila, mas já está quase pronto.

Eu: Ok

Levanto do lugar aonde eu estava e começo a olhar umas lojinhas que haviam por perto. Experimentei alguns óculos, chapéus, não gostei de nada, até que em um momento vi um vestido, um vestido vermelho vinho lindo, com fenda e um decote, me apaixonei, mas fui olhar o preço e está R$180,00, o vestido nem de marca era, que absurdo, sem chances, mas é tãoo lindo, não, não posso fazer despesas mais despesas. Esses presentes saíram mais caros do que imaginei.

-Vai comprar- ouço a voz chegando perto, olho para trás e o Diego olha o vestido e me entrega o sorvete, que delícia. Passo a mão que ainda está livre uma última vez mo vestido e digo: -não, to de boa. -dou de ombros e vamos andando em direção ao carro.

Diego está parecendo que viu um fantasma, chega a estar até pálido, e olhando para os lados o tempo todo. -Você assaltou algum lugar enquanto estava fora? -Pergunto rindo.

Ele me olha estranhando a pergunta e responde: -O que?

-Está olhando o tempo todo para os lados, ou está procurando alguém, ou fugindo de alguém.

-O carro, esqueci aonde coloquei o carro. -Ele se justifica.

Aponto para o carro preto que não está mais tão longe de nós e digo: -Aquele?

Ele ri e continuamos andando e ando até um pouco rápido para acompanhar os passos dele, o que deu nesse garoto?

...

Antes de chegar em casa, passamos em uma lojinha que vende produtos naturais, e pedi para o atendente, colocar uns vasinho de plantas dentro dos que eu havia comprado, e como imaginei, a madeira clara com o verde das folhas, ficou lindo.

Chegamos em casa e tenho que assumir que estava morta de cansada, encontrei a Dona Luci logo na entrada, então a levei para a cozinha, para que o Diego pudesse levar o presente lá para cima.

-Aonde vocês estavam? Está tarde.-Ela me pergunta enquanto pega o copo de água que a pedi.

-Exatamente, tarde para a senhora estar acordada, sendo que amanhã é um grande dia.

Ela me entrega o copo dizendo: -A minha querida, meus filhos querem uma grande festa, e só concordo por que é o único jeito.

-É lindo o que querem fazer pela senhora, a senhora é muito abençoada por ter eles.

Ela encosta uma das mãos em meu rosto e diz: -E estou sendo mais ainda abençoada com você na vida do meu neto.- Dou um sorriso, aceno e volto a beber minha água.

-Enfim, vou descansar ou amanhã vou ter um treco. -Ela diz.

Rio, pego mais água para levar para o quarto e subimos as escadas juntas. Digo boa noite para alguns dos tios e tias do Diego que vejo no caminho, levo ela até o quarto e volto para o meu. Está chegando o momento que menos queria, a noite. Isso não poderia ser mais fácil? Por que essa velhinha está complicando tudo, poderíamos estar em camas separadas e eu poderia não estar gostando tanto dela, iria mentir facilmente, mas está bem difícil.

Quando chego, ele estava saindo do banho, estou tão cansada que pego minha toalha passo por ele, e entro para o banheiro.

Ao desligar o chuveiro, ouço a voz de alguém, reconheço a voz do Matheus, é o que me bastava, vou colocar minha roupa, cadê minha roupa, eu não peguei minha roupa?

Vamos encarar isso então, já coberta pela toalha, abro um espacinho na porta -Meu bem, esqueci de pegar meu pijama.-Olho para o Matheus e fingi surpresa. -Desculpe, não sabia que estava aqui.

-Aonde está seu pijama - Pergunta Diego.

-Abre a mala, está na lateral direta. E as calcinhas em uma saquinho de cetim. -digo e sinto meu rosto arder.

Vamos lá, Gabi. Me diz que você fez, o que acho que fez.

Matheus revira os olhos e Diego me entrega as coisas.

Sabia que ela iria colocar na minha mala. Obrigada, Gabi.

Saio do banheiro e o Matheus já foi embora, pego minha escova de dente, e vejo que o Diego faz o mesmo, e nós acabamos escovando os dentes  juntos. Acho até engraçado, por quê o único homem que escovei os dentes junto, foi o Luan, e ao pensar nisso, vejo que desde que cheguei não penso mais nele, realmente, dessa vez para mim ele se foi.

Ao terminar olho para o Diego e para a cama e ele fala: -Eu faço uma mini cama com os coberta, me cubro com um lençol e durmo no chão.- tento discordar de ficar com a cama, mas ele insiste.

A gente prepara uma caminha para ele e como está calor, ligamos o ar e vamos cada um para o próprio lugarzinho.

...
Acordo cerca de duas horas depois de capotar, por estar com muita vontade de ir ao banheiro, levanto me desviando do Diego, e corro para o banheiro, quando volto, deito e me cubro toda, porque agora está muito frio. Frio com o ar, calor sem ele, que ódio.

Não pensa nele, não pensa nele, não pensa nele.

Ignoro meus instintos e toco no braço exposto do Diego, ele está congelando.

-Diego- Digo dando uma sacudida de leve nele.-Diego- repito.

Ele abre só um olho e isso é tudo que consigo ver com a luz fraca que a janela deixa passar.

-Sobe, você está congelando.

-O que? -Ele diz confuso e sonolento.

-Sobe para cama, você vai congelar com esses lençóis fininhos.

Ele não pensa muito, e sobe, faço uma barreira de dois travesseiros entre nós e logo capoto novamente.

......

Batidas na porta -Toc toc toc- se repetem toc toc toc.

Estou tão aconchegada, parece que estou em um ninho quentinho, o frio do quarto está aconchegante, me mexo um pouco, e, ai não, não, não, não.

-Meninos, já é tarde e precisamos da ajuda de vocês. Levantem logo.

Percebo o braço do Diego por cima de mim de modo que me abraça, viro a cabeça um pouquinho e vejo seu rosto bem perto. Cade a barreira de almofadas? Olho para o chão, e lá estão elas. Traíras.

-Já vamos descer... -respondo.

Olho para o Diego que ainda me abraçando, e vejo que dorme como uma pedra. Merda!

Namorada de mentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora