POV: Nina
Eu não prestei atenção em nada da aula, não consegui. Só fiquei pensando naquela proposta idiota, estúpida e não sei mais que adjetivos devo dar. Resolvo que vou ficar na sala na hora do intervalo, para tentar não ver o Diego e me esquivar daquela proposta maluca.
Então recebo uma ligação. Olho para a tela e vejo "Mãe" e atendo logo de cara.
— Oi mãe- Tiro o celular da orelha, e olho a hora, ainda é cedo, e minha mãe sabe disso- ainda estou no colégio, está tudo bem?
— Oi minha filha, desculpa ligar essa hora, é que... - ela começa, mas engasga nas próprias palavras.
— Pode falar mãe, está tudo bem? -Pergunto um pouco hesitante.
Logo depois de desligar o telefone, eu sabia o que tinha que fazer. Entrei no aplicativo de mensagens, procurei o nome dele e digitei:
"Me encontra depois da aula, você já sabe sobre o que é."
Quando saí da sala, o Diego já estava lá me esperando. Quando o vi, falei: —Nossa, vc está mesmo desesperado.- Ele me pegou pelo braço, e me tirou da multidão de gente que estava saindo da minha sala e disse: —Você não sabe o quanto.
—Para aonde você está me levando? - pergunto.
— Biblioteca, ué -ele fala como se fosse óbvio. -Tem muita gente aqui.
Observando o caminho que estamos percorrendo, digo. —Achei que você não sabia o caminho da biblioteca.
—Falei que nunca tinha entrado lá, e não que não sabia o caminho.-Ele diz inclinando um pouco a cabeça e com sorriso de canto.
Quando chegamos na porta, digo: —Já pode me soltar.- e olho para o meu braço, e seus olhos me seguem.
—Desculpa, nem reparei que ainda estava te segurando. - ele fala soltando.Entramos no ambiente, e o guio para o mesmo corredor que ficamos hoje mais cedo.
—Como sabe que aqui tá sempre vazio?
—História da literatura italiana, quase ninguém se interessa- Dou de ombros e paramos de frente um para o outro.
—Então, você vai aceitar? - ele pergunta sem enrolação.
—Antes de tudo, precisamos combinar algumas coisas...
—Isso é um sim? - ele questiona, arqueando as sobrancelhas e sorrindo.
Aceno com a cabeça positivamente e ele me olha com um sorriso, mas ao mesmo tempo com uma expressão de surpresa.
—Sobre o que você quer discutir? -Ele pergunta, se inclinando para frente, meio sorridente. Não entendo para que tanta ânsia por causa dessa... Como posso chamar? Coisa?
— Alguns pontos.-Levanto os dedos de acordo com a contagem.
1- Ninguém da escola pode saber.
2- Sua família não pode saber, nem depois que tudo acabar.
3- Nada de beijos, nem dormir juntos, ou intimidades, nada assim.Ele acena positivamente com a cabeça, mas acrescenta: — Vamos precisar nos abraçar pelo menos. Para fingir, é claro.- ele diz dando de ombros.
—Ok, mas só quando tiver alguém por perto.
—Muitas garotas adorariam ser pagas para me abraçar, Catarina.
—Como você mesmo disse, não sou como elas. - digo piscando.
—Ok, ok. - ele revira os olhos — E por que você mudou de ideia?- Ele estava olhando fixamente para meus olhos, e se minha expressão mudou após a pergunta, não sei, mas ele acrescentou rapidamente — Se posso te perguntar.
—Não, não pode.-Digo com um meio sorriso- E sobre o valor, tem algo em mente?
—Dez vezes oq te dou pelos trabalhos.
—Justo.-concluo
—Justo.-Ele repete.
Olho para ele, olho para cima e digo: -Isso é loucura, né?
—Desespero define melhor.- ele fala, e nós dois rimos, e ele continua- Aliás, sairemos amanhã de manhã. Me manda o endereço e passamos na sua casa.
Tinha esquecido que era sexta, não sei se estou preparada para isso, mas tenho que fazer. Minha cabeça ainda está a mil, mas somente digo: -Me passa seu endereço e de manhã cedo vou para sua casa. Eu levo a Gabi e ela trás de volta meu carro.
Ele ri e diz: -Não precisa, na garagem da minha casa deve ter espaço para mais um. E... achei que ninguém iria saber. -Ele me olha com certa ironia.
—Ela saberá, e somente ela, ok?-Digo e aponto o dedo em sua direção, quase que uma ameaça subentendida.
—Ok. -Ele diz e levanta as mãos em rendimento, se apoia no chão e levanta, logo depois me dá a mão para que eu possa levantar também.
Agora eu me pergunto. Em que momento que nós sentamos??
De: Catarina
Para: Mãe
Preciso de mais um tempo, mas acho que sei como posso te ajudar. Segura as pontas ai...
Tudo vai ficar bem, eu te amo❤️
VOCÊ ESTÁ LENDO
Namorada de mentirinha
Ficção AdolescenteCatarina, uma jovem ainda do colégio, muitas vezes, faz deveres para seus colegas, por dinheiro. Mas até aonde, ela iria, para conseguir ajudar um difícil situação familiar? Ainda mais com uma proposta indecente, mas muito valiosa, em mãos. Seria el...