Meu amor

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POV: Diego

Abro os olhos, e já sinto meu corpo quente, logo, percebo a cabeça da Nina em meu peito, é reconfortante estar assim com ela, minha menina, oficialmente minha. Sei que passaria todo o tempo que tenho com ela em meus braços, e acho que isso chega a me assustar. Não resisto, então dou um beijo em seu cabelo, sentindo um cheirinho de baunilha, esse é seu cheirinho, aquele que quando sinto, me traz paz.

—Bom dia, lindo.- ela diz com uma voz meio rouca, ainda sem me olhar.

—Bom dia, linda. - digo acariciando seus cabelos.

Ela se levanta, deposita um beijo em minha boca, e logo se inclina para olhar a hora em seu celular, que está na minha mesa de cabeceira.

— Já são 9hrs. - ela fala ainda sonolenta. Não fico tão surpreso, considerando o horário que chegamos ontem.

De repente, se levanta rapidamente da cama com seu celular em mãos. —Está tudo bem? - pergunto preocupado.

Ela me mostra a palma da mão e sussurra "um minuto", disca um número, e coloca o telefone em seu ouvido. Estou confuso, mas como ela não disse mais nada, decido ir ao banheiro, realmente preciso de um banho.

Saindo do banheiro, ainda com a toalha enrolada em meu quadril, vejo ela sentada em minha cama com as mãos no rosto. Me aproximo rapidamente. — O que houve, linda? - pergunto já preocupado.

Ela me olha, e vejo seu rosto vermelho, e algumas lágrimas escorrendo por suas bochechas já molhadas, limpo-as com meus polegares. Nunca tinha visto minha menina assim.

— Não, não está. Como eu pude me esquecer - ele diz passando a mão em seu rosto - estava tão envolvida, com você, com nós. Que me esqueci completamente.

— O que quer dizer? - pergunto curioso.

— Minha mãe! Ela pegou um empréstimo para pagar a dívida, e agora não está conseguindo suprir o que precisa. - ela, ainda sentada na cama, joga sua cabeça para trás, apoiando-a na parede, e fecha os olhos. - Como eu deixei isso acontecer? Como?- diz pressionando suas têmporas com o polegar e o indicador.

Merda, também me esqueci completamente, e me sinto péssimo por isso, mas não acho que ela deveria se culpar, por deixar os problemas de lado, e viver um pouco.

— Linda, não se culpe por isso.

— Como não? Minha mãe precisa de mim. - ela fala um pouco irritada.

— E você precisa, pelo menos um pouco, não ter esse peso nas costas. - após eu falar isso, vejo que ela olha para todos os cantos do quarto, menos para mim
— Linda, sabe que você só precisa dizer, que te ajudo com isso.

— Não! De jeito nenhum. - ela fala rapidamente. Sua resposta me surpreende, porquê ela não pode simplesmente aceitar?

— Nina, você está vendo que precisa, só aceita minha ajuda, por favor. - imploro. -Não consigo vê-la assim.

— Não, realmente não posso. - ela diz, e simultaneamente nega com a cabeça.

— Não pode, ou não quer? - Pergunto, e pela ela falta de resposta, continuo.—Catarina, preciso que engula o orgulho, e me deixe ajudar. Pense em sua mãe, e em como ela está se sentindo agora, e em seu padrasto.

— Não quero que ache que quero seu dinheiro. - ela diz, limpando seu rosto com as próprias mãos.

— Você realmente não me conhece, se achar que penso isso de você. - Me sinto insultado com o que ela acaba de dizer. Eu amo essa garota igual nunca amei ninguém, jamais pensaria isso dela.

— Me desculpa, não queria... - Interrompo-a e digo — Então, confie em mim. E deixe-me ajudar.

Ela suspira e acena positivamente. Corro em direção do meu armário — Espera aqui, ou toma um banho, e tenta relaxar. - digo vestindo rapidamente uma calça de moletom cinza, e saio so quarto.

POV: Nina

Saindo do banheiro, após decidir que necessitava de um banho, percebo que o Diego, como da última vez, deixou um conjunto de moletom separado para mim, em sua cama, só que preto dessa vez. Visto-o, escovo meus dentes e sento na cama.

Logo depois, ouço passos. De repente, Diego e seu pai passam pela porta, e ponho-me de pé rapidamente. Droga, não queria que todos soubessem, Diego olha para mim com uma cara de "desculpa", realmente não acho que queria colocar seu pai no assunto, mas não vejo uma forma de ele me ajudar, sem envolvê-lo.

— Nina, o Diego me contou o que era necessário. -
Joseph diz olhando para o filho e depois para mim - Pode contar com nossa família, já mandei meu advogado telefonar para o banco que fez o empréstimo, não se preocupe, vamos dar um jeito.

Ainda sem jeito, falo: — Muito obrigada, Joseph. Mas por favor, não quero causar uma impressão errada, eu não... - Joseph me interrompe. — Por favor, não peça desculpas. Eu que deveria te agradecer, por tudo que vem fazendo pelo meu filho. Se posso ajudar, a pessoa que o Diego ama, não pestanejarei.

Surpreendo-me com a atitude do Joseph, acho que via esse homem como um cara, que não dava atenção à familia, e com um jeito meio estranho. Mas acho que tem um bom coração, não sei o que o Diego contou, ou se falou algo que realmente fez esse cara falar desse jeito, mas agora consegui ver o quanto ele ama o filho.

Quando o Joseph sai do quarto, corro para abraçar o Diego, não sei o que minha família faria se caso eles não tivessem ajudado. Sei que fui orgulhosa de início, mas como sempre lidei com tudo, sozinha, acho que nem sabia como era receber ajuda. Sei que agora, sinto como se eu estivesse, finalmente, leve.

Como o Joseph falou de advogado, presumo que ele fez uma negociação para estender o prazo do pagamento, e isso irá ajudar tanto, que acho que nem eles, não devem ter noção.

Ainda abraçada no Diego, ele coloca as mãos em meu rosto, beija minha testa e diz: — Saiba que pode sempre contar comigo, meu amor. - Meu coração acelerou, ao ouvir o modo como ele me chamou, eu o amo tanto, que não sei como passei tanto tempo sem tê-lo por perto.

— Eu te amo muito. - digo ainda olhando em seus olhos. E, ele me prende em um abraço, no qual, sinto o quanto o seu coração está acelerado.

— Ainda preciso avisar à minha mãe. - digo, ainda em seus braços.

— Ok. - ele diz me soltando, e percebo que está sorrindo.

Minhas frases seguintes, enquanto falo no telefone foram: "Sim, eu sei", "não foi nada" e por fim, "como assim quitou?"

Olho para o Diego ao encerrar a ligação, e ele me olha mordendo o lábio e depois da um sorrisinho.
—Você pagou por tudo? - pergunto ainda sem reação.

— Você deixou! - ele diz apontando para mim.

— Você falou ajudar. Não pagar tudo.

Ele, que estava deitado na cama, se põe sentado.
— Confia em mim, não foi nada.

— Eu não estou acreditando. Temos que pelo menos... hã... negociar um pagamento?

Ele revira os olhos: — Claro que não, isso foi uma ajuda, não um empréstimo. - reviro os olhos também. - Catarina, nem pense em insistir nessa bobagem.

Dou de ombros — Mas, eu... - enquanto me enrolava com as palavras, Diego me puxou para a cama. — Você, nada. Vamos aproveitar o momento, e esquecer de todos os problemas, só por hoje. - ele diz me dando beijos.

Nos colocamos de conchinha, e toda vez que ficamos desse jeito, sinto que poderia passar todo o tempo do mundo assim, em seus braços, sentindo nosso calor se misturar, e ouvindo sua respiração acelerada, ficar lenta.
....

Namorada de mentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora