10.

619 67 15
                                    

S/N COLLINS,
narrativa.

Subo as pequenas escadas do ônibus escolar e passo pelo corredor estreito até o último assento, que já estava ocupado por uma pessoa. era o único banco sobrando já que o ônibus estava cheio hoje.

Por incrível que pareça minha noite de sono tinha sido boa ontem à noite, isso é bem difícil, já que meu sono estava desregulado no meio das férias, eu procurei regular e tive sucesso. Mas tem vezes que as noites não são boas e percebo isso quando acordo parecendo que não dormi nada ou quando acordo dolorida.

Pego meus fones brancos e coloco-os em meus ouvidos, estava pronta para escolher uma playlist para escutar enquanto o ônibus cursa caminho para escola, mas sou interrompida, por uma voz masculina (estranhamente conhecida) me chamando, ao meu lado.

Ao encarar para o garoto que me chamava, vejo Boris, com um sorriso amigável ao me ver. Reparo os olhos fundos, o que parecia que a noite dele não havia sido boa, reparo também nos cachos bagunçados, que na verdade dava um charme à ele.

Saindo dos meus pensamentos, sorrio de volta, e digo;

— Boris? Veja só, nos encontrando de novo, hein? Olá!

— Não é? Parece que você está me perseguindo - Ele brinca, me fazendo rir.

— Talvez eu esteja mesmo - Entro na brincadeira e ele gargalha.

Fazemos uma pausa nos recuperando das risadas e Boris diz, entediado:

— Ei, você realmente respondeu todas aquelas questões de matemática?

— Sim, respondi - Assenti, dizendo como se tivesse sido fácil. — Quer dizer, foi uma luta bem difícil, mas respondi!

— Sério? Sorte a sua, tenho certeza que não vou ganhar nem metade dos pontos prometidos. - Ele diz, desapontado mas ao mesmo tempo parecendo não estar ligando.

— Bem, a professora sempre se atrasa, quem sabe meu caderno não apareça na sua mesa - Digo com um sorriso travesso.

— Gostei disso - Diz ele, animado. — Mas mudando totalmente de assunto, ontem no almoço não conseguimos conversar muito.

— Sim, pois é - Concordo, colocando um mexa fugitiva de meu cabelo atrás da orelha. — Você queria me perguntar algo não é? O sinal tocou e não deu tempo.

— É - Ele afirma, desviando o olhar e fazendo uma pausa. — Na verdade, não é muito importante, eu nem me lembro direito. - Esfrega a nuca.

— Se lembrar me conta - Ele assente.

Em alguns segundos de silêncio, olho para a tela de celular de Boris, que estava no Spotify na aba de pesquisa que estava sendo preenchida por ele.

— Então, gosta de rock? - Pergunto, interessada.

— Oi? - ele tira os olhos do telefone, os levando para mim.

Aponto com a cabeça para a tela de celular que mostrava o perfil da banda Led Zeppelin.

— Ah, sim. na verdade, gosto um pouco. - responde. — Você curte?

— Não escuto tão frequentemente, mas conheço algumas bandas e até que curto sim.

— Sério? Isso é muito legal, eu escuto principalmente as-

— Deixe-me adivinhar; as antigas? - Interrompo, em um sorriso convencido.

— É, você meio que acertou.

— Rock antigo tem bem a sua cara, a propósito.

— Jura? - Eu assinto. — Vou levar isso como um elogio, então!

Em seguida o ônibus para e os alunos começam a descer.

— Vem, infelizmente chegamos. - Boris se levanta, colocando sua mochila nos ombros.

— Infelizmente - Repito, fazendo o mesmo que Boris e descendo do ônibus amarelo junto dele.

— Então, parece que vai ter uma festa na pedreira no fim de semana. - Boris começa, andando ao meu lado. — Acho que a maioria do segundo ano vai, suas amigas já devem ter falado com você.

— Sim, elas comentaram comigo, na verdade.

— Eu e os meninos estávamos pensando em ir, se você aparecer lá com as meninas acho que seria legal - Ele diz, e por um momento parecia que suas bochechas coraram.

— Beleza. É, acho que seria legal - Assinto, em uma risada nasal.  — Então, o que acha de me passar seu número? Se eu realmente for, eu te aviso.

Havíamos parado de andar, ficando de frente um para o outro.

— Claro, seria... bom. - Responde, escapando um pequeno sorriso de seus lábios e tira seu celular do bolso. — Anota aí, então.

— Está salvo.

— Ótimo. Te vejo na aula de biologia? - Pergunta, começando a se movimentar.

— Claro, te vejo lá!

— Tchau, S/n - Ele acena para mim, em um sorriso pequeno.

— Até mais, Boris. - Aceno de volta, devolvendo o mesmo sorriso.

library girl,  BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora