BORIS PAVLIKOVSKY,
narrativa.Desperto com meu celular vibrando ao lado do meu travesseiro e, como uma preguiça, me movimento lentamente até desligá-lo. Fiquei um tempo olhando para o teto, as aulas voltaram, para a minha infelicidade, sendo sincero.
E então, salto da cama e me dirijo para o banheiro, me despindo das roupas que usei para dormir e vestindo novas. Somente de calça e meia, caminho até o espelho e viro de costas, conseguindo ver visivelmente marcas roxas em minhas costas desnudas.
Passo o dedo por cima dos roxos e até que estava bem melhor que antes, eu espero mesmo que melhore. Pego meu suéter que estava jogado na cama e visto.
Meu quarto estava um caos, mas estava tudo bem para mim adiar fazer uma limpa nele, eu não me importava mesmo. Pego minha mochila jogada no chão que estava quase arrumada, faltando somente uma coisa; pego um livro que estava em minha escrivaninha e o guardo.
Coloco uma alça da mochila nas costas e saio pelo corredor a caminho da cozinha. Eu faço tudo sozinho aqui, na verdade. Eu aprendi a fazer muitas coisas sozinho já que nunca tive uma figura paterna acolhedora o suficiente para querer me ensinar algo. Meu pai viaja muito pelo trabalho e as vezes eu agradeço muito por isso, pelo simples fato de ele voltar bêbado de quase todas suas viagens.
Eu ainda tinha tempo, então resolvi fazer um omelete simples e peguei o resto do suco de laranja que havia sobrado da noite anterior. Meu café da manhã não é uma coisa tão farta, mas pelo menos mata a fome, não é?
Após terminar minha refeição e deixar meu prato na pia por não ter tempo de colocá-lo na lava louça, pego a chave de casa, destranco a porta e saio.
[...]
Desço do ônibus escolar e caminho para dentro da escola. Eu não sabia se meus amigos haviam chegado, então destranco meu armário e pego os materiais da minha próxima aula. Quando fecho a porta metálica do armário uma figura surge escorada no armário ao lado do meu.
— Oi, Boris! - Eddie exclama, sorridente.
— Jesus Cristo, que susto! - fecho meus olhos por um segundo, sentindo minha alma ir embora por um momento. — Olá, Eddie.
— Tudo bem? Como foi suas férias, hein? - ele questiona acelerado, como sempre.
— Tudo. Minhas férias foram entediantes quando não saia com o pessoal.
— Minhas férias também não foram tão empolgantes, mas acho que eu me diverti.
Eddie sempre foi o oposto de mim. Ele é elétrico e muito mais extrovertido, já eu não sou nada das coisas citadas.
— Os outros, onde estão? - pergunto. Sentia saudades dos meus amigos.
— Olha, a última vez que vi o Lucas ele estava conversando com a Max, já Bill e o Stan ainda não os vi.
— Estamos bem atrás de vocês. - uma voz conhecida me chama atenção. Era Stanley acompanhado de Bill.
Sorri ao ver os dois garotos. Nós não saíamos juntos fazia um bom tempo, pra falar verdade, então já não os via a um bom tempo.
— E aí, gente - Stan sorri vindo em nossa direção, indicando que nos daria um abraço.
— Oi, Stan, quanto tempo, cara!
Caminhávamos pelo corredor barulhento e enquanto eles conversavam sobre um assunto que suponho que sejam férias, eu prestava atenção em outra coisa, ou melhor, em alguém.
Eu literalmente vi que uma garota extremamente parecida com S/n. Ela estava de costas mexendo em seu armário, eu pensei se era possível e, sim, realmente era possível. Derry é pequena, a única escola conhecida é essa, onde mais ela poderia estudar?
Mas assim que a suposta S/n virou seu rosto, escuto um grito que fez com que eu me virasse para meus amigos.
— Boris! Você está ao menos nos escutando? - Eddie pergunta, era quem gritou.
— Claro que não - Stan revira os olhos.
— Você anda com a cabeça nas nuvens, cara - Bill diz, dando um tapa em minha cabeça. — Estava olhando pra quem?
Voltei a pensar naquela possibilidade e franzo o cenho, para meus próprios pensamentos. Eu podia estar viajando, certo?
— Estava olhando para quem, Boris? - Bill volta a perguntar, curioso.
— Se eu disser vocês definitivamente vão rir de mim.
— Já fazemos isso todos os dias, não tem nada com o que se preocupar, querido. - Stan sorri, debochando.
— Eu juro por tudo que é mais sagrado que vi uma garota idêntica a S/n agora pouco.
E como o esperado, eles gargalharam se divertindo, achando que era algum tipo de piada. Mas depois de um momento, os sorrisos se formam expressões sérias, pensando que não era impossível.
— Mas não seria muita coincidência? - Bill pergunta retóricamente.
— Essa escola é tipo, literalmente, a única conhecida da cidade. Pode sim ter chances de ela estudar aqui - Eddie opina.
— Max sabe, então, Lucas deve saber também já que eles contam tudo um para o outro, pergunta pra' ele - Stan diz, dando de ombros.
Era uma boa idéia, mas não tinha visto Lucas desde que cheguei e não pretendia procurar por ele no meu horário de aula.
— Não agora.
Eu dizia a respeito do som do sinal da escola, que indicava que nossas aulas começariam.
— Biologia - Bufo.
— E desde quando você se importa com as aulas, Boris? - Stan pergunta, com a testa franzida, chocado com o cacheado.
— Desde agora? Quase repeti ano passado.
Os três garotos riram de mim. Era engraçado como nós, nós divertimos conosco nos desesperando com nosso fracasso.
— Tenho biologia com você - Bill informa.
Suspirei aliviado. Bill por outro lado, nunca repetiu e sempre me ajudou a recuperar nota no final do ano, então é, era um alívio Bill estar comigo em biologia.
— Agora eu tenho história - Eddie diz, cabisbaixo.
— Física - Stan avisa, desinteressado.
— Certo. Vejo vocês na aula de matemática, então.
Após minhas palavras, nos separamos e marchei, junto de Bill para a sala de biologia.
Assim que adentramos no local, algumas pessoas chegavam conosco e outras já estavam sentadas, como Lucas, que sentava a minha frente. Eu e Bill sentamos mais para o fundo, com carteiras lado a lado. A professora que estava pronta para começar a falar logo é interrompida, com a porta sendo aberta, fazendo com que todos olhem para ela, ou melhor, para quem a abriu.
vish meus amores
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library girl, BORIS PAVLIKOVSKY
Fiksi Penggemarem meio dos livros de uma biblioteca local boris se vê encantado pela garota nova da cidade.