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NARRADORA,
narrativa.

— Essas ruas me dão um certo medo, sabia? - S/n murmura, abraçando os próprios braços conforme sentia o vento gelado bater em seus braços descobertos.

Boris solta uma risada nasal.

— É, realmente, as ruas de Derry parecem cenário de filme de terror de noite - Diz, caminhando lentamente enquanto olhava para S/n. - Mas de qualquer forma, você não tem nada a temer, eu posso te salvar de todo mal.

S/n solta uma risada ácida e em seguida olha Boris de cima a baixo, o julgando.

— Ei! - Ele exclama ofendido pelos olhares, fazendo a garota gargalhar. — Não vi graça.

S/n seguia rindo dele e por mais que Boris permanecesse implicando com ela, ele não conseguia esconder como adorava o sorriso da mais jovem.

— Pode me dizer aonde está me levando? - Questiona, tirando o cacheado do transe, seguindo o próprio.

— Ali.

— Ali aonde, Boris?

— Ali, ué - Boris implica, fazendo o que sabia fazer de melhor: se fingir de sonso.

A garota parou sua caminhada, fuzilando Boris com o olhar pela brincadeira boba.

Boris riu do semblante de S/n e disse:

— Você é bem esquentadinha, hein Collins - O mais velho brinca, fazendo a garota rolar os olhos, ainda esperando a resposta. — Vamos dar uma passadinha no mercado e de lá pra minha casa, que tal, pode ser?

— Claro, pode. Vai cozinhar pra mim, é?

— Talvez.

S/n levantou as sobrancelhas, surpresa e sorriu, dizendo:

— Desde quando você cozinha?

— Você está desvalorizando demais minhas habilidades culinárias, viu. Eu sou formado em muitas temporadas de Masterchef!

— Oh, me desculpe, então, seu chef - Ela levanta as mãos em forma de rendição.

Logo após o demorado percuso, os jovens chegaram ao seu destino final. Prontamente, Boris e S/n adentraram ao estabelecimento mal iluminado e seguiram para a sessão de congelados, no fundo do mercado.

Boris foi remexendo o freezer a procura de um hambúrguer congelado, enquanto S/n apenas assistia o garoto.

— Beleza, olha, você acha que eu levo carne moída ou hambúrguer congelado?

— Não sei.

— O que você prefere?

— Tanto faz para mim, na verdade. Pega o que você quer - S/n dá de ombros, se apoiando no freezer, segurando firmemente com as duas mãos.

— Mas eu não sei o que eu quero.

A garota ri, bufando da indecisão de Boris. Era engraçado como o garoto podia ser mais indeciso que ela.

— Leva carne moída, para caprichar no meu lanche, né.

— Claro, madame.

Ele largou os pacotes de hambúrguer e seguiu para a ala do açougue.

[...]

S/n tentava agir com indiferença, mas, estava super nervosa, sinceramente. Ela nunca havia entrado na casa de Boris e nem de qualquer outro garoto além de seus primos distantes, e depois do episódio com o pai do jovem, não imaginou pisar na residência dos Pavlikovsky tão cedo.

library girl,  BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora