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BORIS PAVLIKOVSKY,
narrativa.

Me encontrava perdido nas páginas do livro que lia em meio da aula de artes. Tão perdido, que nem percebi quando o sinal tocou, indicando o fim da aula. Aquela velha passou a aula toda falando de setembro amarelo, como se alguém ligasse para aquela merda, não via hora desse mês acabar.

— Vai fazer alguma coisa hoje? - Lucas, que recolhia seu material como eu, pergunta.

— Não, por quê?

Ele tira um papel do bolso e me entrega em seguida já dizendo:

— É pro jogo de basquete, esse é meu primeiro jogo jogando como titular - Ele diz com um pequeno sorriso, parecendo orgulhoso de si mesmo.

— Sério, cara? Parabéns! - O puxo para um abraço de canto, o que arranca um sorriso gigantesco de Lucas. — Claro, eu vou ir sim, pode ter certeza.

— Valeu, Boris, isso é muito importante para mim.

Eu sabia disso. Lucas falava sobre entrar no time de basquete desde o ano passado, finalmente conquistar algo que ele desejava a tempos, era motivo para tal felicidade, por mais que não parecia estar totalmente estampada em seu rosto.

Já no corredor, encontramos com o restante de nossos amigos, que logo foram convidados para o jogo também e assim, começaram com um assunto sobre basquete, que eu não ousei me intrometer; já que não entendia nada.

— Você não parece estar tão animado assim, Lucas, aconteceu algo? - Eddie ousa perguntar, vendo que para a oportunidade que Lucas receberá, não parecia se importar muito.

— Ah, isso. É, na verdade... a Max terminou comigo.

— De novo? - Stan indaga, com os olhos arregalados, enquanto Bill ria, negando com a cabeça.

— Já é a quarta vez só essa semana - Murmuro. — O que aconteceu dessa vez?

— Ela brigou comigo só porque eu falei que ela tinha uma espinha nova! - Exclama, indignado, arrancando risadas do grupo. — Aí eu perguntei se ela estava de TPM e ela deu um pé na minha bunda.

— Relaxa, Lucas, antes do jogo vocês reatam, tenho certeza - Bill diz, colocando a mão sobre o ombro do amigo cabisbaixo.

Eu me perguntava como seria o meu relacionamento com minha namorada. Seria como a Max e o Lucas? ou seria totalmente diferente?
Eu comecei a pensar sobre isso depois que comecei a conhecer a S/n. Eu imaginava como seria se nós fossemos namorados, ela parecia ser a namorada perfeita para mim.

— Pensando em mim? - Uma voz doce atrás de mim, me assusta fazendo-me virar para trás.

E não tinha nada de assustador, pelo contrário, era a coisa mais linda que eu já vi. Ela era a mulher mais linda que eu já tinha visto, ela era natural, a beleza dela era natural, ela transmitia uma energia incrível, não dava para explicar.

— Que convencida - Digo, apesar de ela ter acertado, eu nunca que iria admitir que estava pensando nela.

Olho para meus amigos, que já não estavam mais ali, e sim se afastando, obviamente para me deixar sozinho com ela. Sacanagem.

Ela ri do meu comentário e diz:

— Vim cobrar meu lanche, Boris Pavlikovsky - Ela dizia meu sobrenome com tanta facilidade que até me surpreendi. E a partir dali decidi que a ouvir dizendo meu sobrenome era minha coisa favorita.

— Que e lanche? - Me faço de sonso, olhando para cima e ela dá um murro de leve no meu ombro.

— Não se faz de sonso, idiota. - Gargalho. Ver ela irritada era divertido.

— Está bem. Mas vou dizendo, eu tô sem grana, então não vai ser nada comparado com os lanches que você é acostumada a comer.

Ela revira os olhos e dá os ombros, dizendo:

— Eu não me importo, Boris. Tá livre hoje?

— Hoje tem o jogo do Lucas, não tá sabendo? - Questiono, ela nega com a cabeça. — Aparece lá, depois que o jogo acabar, eu pago seu lanche, senhorita.

— Combinado, então. - ela sorri de canto e eu retribuo o ato do mesmo jeito.

Eu sabia que aquilo não era um encontro, que era apenas uma saída de amigos e que talvez estivesse me emocionando, mas eu simplesmente não conseguia evitar a felicidade em meu peito de poder estar passando um tempo a sós com ela.

library girl,  BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora