20.

329 29 4
                                    

NARRATIVA,
narradora.

Uma S/n inquieta chacoalhava seus pés no chão e olhava para o relógio em cima da lousa de giz repetitivamente, esperando o sinal tocar.

Já fazia dois dias desde que boris não comparecia as aulas, definitivamente tinha algo de errado e os amigos do cacheado já até disseram para a garota que era perda de tempo, que Boris não iria falar com ninguém mas a garota estava decidida em visitar o garoto.

A preocupação falou muito mais alto que a razão e ela nem se quer ligava mais para o que o garoto iria dizer ou fazer se a visse batendo na porta de sua residência.

Assim que o sinal ecoou pela Derry High School, S/n não hesitou em pegar seu material e sair em passos apressados pelo corredor turbulento da escola. Porque não eram alunos lentos que a impediria de estar em um minuto no ponto de ônibus, esperando o trasporte para levá-la para a casa de Boris.

A garota pegou seus fones e colocou-os em seus ouvidos, na tentativa de relaxar pelo caminho, porque sabia que seria difícil se ao menos conseguisse falar com o moreno.

Ansiosa, a Collins olhava as paisagens repetitivas que via todos os dias pela janela do ônibus escutando uma música repetitiva que sempre escutava no caminho.

Em um curto tempo, S/n já havia descido do ônibus e estava parada em frente a porta da morada de Boris Pavlikovsky. Respirando fundo e se preparando para o que viria logo depois, bateu na porta e ficou esperando, algum ser humano atender. O que não foi o que aconteceu.

Entretanto, S/n não estava disposta a voltar para casa sem pelo menos trocar uma palavra com Boris, iria ficar ali até anoitecer se for preciso - ou se seus pais enviarem uma mensagem para a garota. Mas ela não contava com isso.

Depois de alguns minutos, cansada e com as mãos doendo, S/n começou a cogitar em ir embora e que talvez não tivesse ninguém em casa mesmo, até a porta finalmente ser aberta e com ela uma figura velha e irritada cheirando a cigarro e álcool aparecer.

—  Eu não quero seus biscoitos, garota - Murmura o pai de Boris, já irritado pela garota estar o incomodando.

— Boa tarde, senhor Pavlikovsky, desculpe o incômodo, mas eu não vim vender biscoitos. Eu só queria saber se o boris está em casa - Disse a garota, tentando não soar incoveniente, mexendo às mãos conforme ficava mais nervosa.

—  Ele está sim e quem é você?

— Eu sou uma amiga da escola, poderia conversar com ele?

O homem soltou uma risada nasal, como se achasse que fosse algum tipo de brincadeira e disse:

— Ele está muito ocupado no momento, mas eu falo que você perguntou dele - Com um sorriso falso, ele tentava encurtar a conversa o mais rápido possível.

S/n assentia, não aceitando muito bem o fato de ter vindo até lá atoa e de não ter conseguido ao menos dizer um "Oi" ao cacheado.

— Na verdade... Ele está bem? Ele faltou esses dias na escola, achei que tinha acontecido alguma coisa - Tocou no assunto aproveitando que tinha alguém que podia dar respostas a ela.

— Boris pegou um resfriado, mas está tudo certo com ele.

A garota assentiu novamente, sentindo que não tinha algo certo ainda, mas não iria dar em absolutamente nada.

— Obrigada pela ajuda, então, senhor Pavlikovsky. Pode dizer ao Boris que eu estive aqui?

O homem assentiu e logo em seguida sem ao menos se despedir, fechou a porta na cara da garota, que levantou as sobrancelhas, surpresa com a grosseria.

Por mais que havia tido informações "concretas" sobre Boris, S/n ainda sentia que havia algo errado, que Boris não havia furado com ela por causa de um simples resfriado.
Mas mesmo se não fosse, não iria mais forçar a barra, o jeito era esperar o garoto chegar em um de seus amigos e explicar o que realmente aconteceu.

Porém, ninguém sabia quanto tempo isso ia levar.

library girl,  BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora