S/N COLLINS,
narrativa.Já passava das meia noite e a casa de Hopper se situava no pior estado que poderia apresentar. A única iluminação boa o suficiente no local eram os LEDs coloridos estendidos pelo teto, a decoração de halloween já estava em pedaços por adolescentes bêbados caírem por cima diversas vezes e, o som estrondoso saindo das caixas de som continuava presente apesar do horário. Eu apostava que se isso progredisse por mais algum tempo, as autoridades apareceriam aqui, ou seja, o pai de Jane.
Foi inesperado até para eu mesma a forma como me soltei nessa festa. Geralmente festas e eu tendem ser o maior fiasco, a pedreira estava como prova do meu fracasso, mas por incrível que pareça eu estava me divertindo mais do que o esperado.
Depois de mergulhar meu copo no ponche algumas repetitivas vezes eu já não sabia quantas músicas havia dançado junto de Max e Beverly, mas tinha certeza que não foram poucas. Sempre me considerei uma pessoa muito controlada quando se tratava de bebidas alcoólicas e posto isso não me encontrava bêbada no momento, apesar de beber algumas vezes.
Não podia dizer o mesmo de Max e Bev, que se acordassem no dia seguinte e soubessem do que fizeram esta noite, se sufocariam com seus travesseiros.
Compartilhávamos suor com dezenas de adolescentes na pista de dança ao cantar All I Do Is Will loucamente como se não houvesse amanhã. Se já tive vergonha de dançar alguma vez, essa S/n não existia mais a partir do momento em que ela se juntou com uma Max demasiadamente bêbada em uma pista de dança improvisada na sala de estar.
Eu conseguia ver Beverly daqui trocando idéia com algum cara de beleza mediana, rindo inúmeras vezes de qualquer bobagem que ele dizia, enquanto Bill, Stan e Lucas se aproximavam de nós, entrando no clima da música.
— Se importa se eu roubar ela por um minutinho? - Lucas grita pelo som alto, passando seu braço pelos ombros de Max.
Balanço a cabeça, negando.
— Eu já volto! - A ruiva exclama sorrindo, acenando para mim.
Eu assinto rindo. Ela não iria voltar.
Atravesso a multidão de jovens dançantes com as mãos para cima, balançando a cabeça no ritmo da música e me espremendo contra eles afim de chegar até a cozinha. Encostada na bancada americana tendo vista da sala de estar, observava o segundo ano dando pequenos goles no meu copo de água, pousando meu olhar sobre Boris.
Ele conversava com Eddie com um copo vermelho de plástico e ria de algo que eu não fazia idéia do que era, mas sabia o quão atraente ele estava naquele momento. Eu parecia tão boba olhando para ele daquele jeito, mas eu realmente não dava a mínima, eu já tinha baixado a guarda mesmo.
Meu coração estremece quando os olhos de Boris se encontram com os meus e ele me dá um sorriso ladino, que foi impossível não retribuir. Quando vejo Eddie de distanciar indo em direção de Stanley e Bill me encaminho até Boris.
Passo meus braços pelo seu pescoço depositando todo meu peso no garoto sentindo suas mãos abraçarem minha cintura e descansar sua cabeça em meu ombro, sorrio ao sentir sua respiração calma em meu pescoço.
— Vai dormir aí, não, vamo' dançar - Peço rindo, vendo ele levantar a cabeça e negar.
— Tô fora, tô cansadão...
Reviro os olhos, rindo.
— Mas já? - Provoco, vendo ele juntar as sobrancelhas e soltar minha cintura cruzando os braços.
— É, oxi! Dancei pra cacete com todo mundo, com você. Pra mim já deu já.
— Quer ir embora? - Pergunto, já sabendo da resposta.
Ele assente, mas diz:
— Você quer ficar? - Pergunta, querendo começar um draminha que eu já conheço.
— Eu vou onde cê' for, Boris - Digo simplista cruzando os braços, vendo ele dar um sorriso de lado, feliz. — Eu só preciso encontrar as meninas, me espera lá fora.
Ele assente, enquanto me misturo a procura de duas ruivas, o que não foi tão difícil já que as duas chamam bastante atenção.
[...]
Conclusão; todo mundo resolveu ir embora naquele momento, então não precisei me preocupar com o fardo de abandonar minhas amigas em uma festa em plena madrugada ou deixar Boris ir embora totalmente decepcionado.
Beverly iria ficar na casa de Max, então antes de ir para casa não pensei duas vezes antes de passar na casa da Mayfield para me certificar de que Billy não teria cometido um crime de ódio contra a irmã, mas por pura sorte o homem não estava em casa.
Após ter garantido que estava tudo certo com minhas ruivas, chamei um Uber para mim e para Boris, que estava me ajudando com minhas amigas.
Eu descansava minha cabeça em seu ombro sentindo meus olhos terem vida própria quase que se fechando sozinhos, mas a freada do motorista foi o suficiente para fazer meu sono de espalhar rapidamente e levantar a cabeça do ombro de Boris percebendo que estávamos em casa.
— Você tava babando em mim, que nojo - Ele diz, passando a mão em seu ombro, me provocando, sabendo que eu nem tinha pregado os olhos. — Ai! - Ele exclama, quando sentiu minha mão entrar em contato com seu pescoço, que havia sido estapeado.
Entramos em casa tão rápido que nem percebi que já estávamos em meu quarto. Murmurei em satisfação quando me vi livre do meu coturno que estava sendo desconfortável como nunca foi.
— Nossa, tô exausta, dancei demais! - Me jogo na cama, me deitando perto onde Boris estava sentado, mas o vejo se levantar e ficar de frente para mim. Franzo o cenho e me sento. — 'Que foi?
Boris segurava suas mãos parecendo tentar conter a ansiedade e a respiração que parecia ficar mais rápida.
— Boris tá tudo bem?
— Tá, é que eu quero te falar uma coisa - Ele diz, fazendo meu coração disparar tão rápido que achei que ele ia pular do meu peito.
Boris respira fundo e começa:
— Você sabe que eu gosto demais de você e depois desse tempo juntos, pude ter a certeza de que nunca senti o que sinto quando tô' com você, sabe? Você é única, S/n, eu quero estar com você agora e até Deus quiser, acho que já tá' na hora de oficializar isso aqui que nós temos, né - Ele diz, apontando para nós dois e colocando a mão no bolso. Eu tinha certeza que cairia dura no chão. — Quer namorar comigo?
Coloquei as mãos na boca, sorrindo. Eu estava prestes a ter um ataque de não sei o que, só sabia que estava morrendo ali, eu não acreditava que realmente estava acontecendo.
— Você já sabe a resposta, porquê tá perguntando seu idiota?! - Dou risada, nervosa, sentindo meus olhos começarem a lacrimejar. — É claro que sim, Boris!
Me levanto e me atiro em seus braços imediatamente, deixando as lágrimas de emoção caírem, secando-as depois de um tempo. Me afasto do seu toque apenas para colocarmos as alianças e beija-lo.
Eu só gostaria de saber como ele acertou minha numeração, mas me lembro que tenho duas amigas que sabem de tudo sobre mim.
— Eu te amo demais, garota.
— E eu te amo muito mais, seu bobo.
Achava que essa poderia ser uma das melhores noite da minha vida, mas quando finalizei ela dessa maneira sendo pedida em namoro por um cara incrível como Boris e dormir abraçada com ele, eu tinha certeza.
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library girl, BORIS PAVLIKOVSKY
Fiksi Penggemarem meio dos livros de uma biblioteca local boris se vê encantado pela garota nova da cidade.