12.

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BORIS PAVLIKOVSKY,
narrativa.

Chequei minha mochila pela terceira vez e de novo, não faltava nada. Em frente ao espelho, sem camisa me observo. Tenho problemas com autoestima e ficar sem camisa em meio de tantos adolescente idiotas, me dá medo.

Saio do meu quarto depois de vestir uma camiseta e colocar minha mochila nos ombros, vou até a bancada a procura das chaves de casa, não achei, vou até o porta chaves que era o lugar certo para as chaves estarem, mas não estavam lá, a buzina do carro de S/n ecoa pela casa, fazendo-me apressar a procura das chaves.

Eu e S/n ficamos muito mais íntimos depois de começarmos a trocar mensagens, que no caso, uma delas seria ela confirmando que iria para a pedreira e que poderia me dar carona, se eu quisesse. Bem, não recusei, aliás, seria mais rápido do que ir de bicicleta, já que estou mais sedentário do que nunca.

Entretanto, não aceitei a carona de cara. Na verdade, hesitei. Hesitei muito. Eu não sei, as vezes tenho medo de chamar meus amigos em casa e meu pai aparecer bêbado, não que ele iria fazer algo com eles, eu só não quero dar uma má impressão ou deixá-los desconfortáveis.

Mas ontem fui surpreendido com a saída a noite para uma viagem repentina de trabalho, pelo que ele me disse, seria a última chance dos negócios darem certo. Depois disso, aí sim realmente aceitei a carona de D/n.

— Estou indo! - grito para S/n ouvir, quando escuto a terceira buzina. — Merda, onde coloquei as chaves?

Pego minha mochila e as encontro no bolso menor, murmuro um xingamento e abro a porta imediatamente.

— Cara, já estava achando que estava na casa errada.

— Me desculpe, perdi as chaves da porta - Digo, esticando as chaves e caminhando até o carro.

— Perdeu as chaves de casa, dentro de casa? Sério, Boris? - Ela zomba de mim.

— Não enche - Resmungo e entro no carro assim que ela o destranca. — Valeu.

— Pensei que iria de bike com o resto do pessoal.

Ela dá a partida e diz:

— Na verdade, eu iria, mas meu pai achou mais seguro ir de carro do que ir com uma bicicleta caindo aos pedaços - explica, rindo. — Eu disse que podia levar as meninas, mas elas preferiram ir de bicicleta mesmo.

E eu imaginava o porquê.

— Entendi - Murmuro. — Ei, não sabia que você dirigia.

— Pois é, legal né? Tirei a carteira esse ano - Ela diz com um sorriso no rosto e batucando os dedos no volante. — Diferente de você, né, Boris?

Ela sabia do meu histórico com carros porque eu acabei soltando em uma das mensagens e, na verdade, tenho certeza que ela disse isso para tirar uma com minha cara.

— Só dirige o carro - Mudo de assunto a fazendo gargalhar.

Iria dizer que não tinha reparado, mas eu tinha sim. Eu tinha reparado o quanto ela estava bonita, sempre que a vejo, reparo.

[...]

O carro havia estacionado e eu e S/n descemos do automóvel, caminhamos e observamos os alunos do ensino médio se divertindo.

— Eles combinaram de encontrarem a gente aqui, né? - S/n pergunta para mim, parando de andar.

— Sim, mas não estou vendo eles.

Pego meu celular, sem sinal.

— Como vamos achar eles no meio de tanta gente?

— Acho que sei onde estão - Digo, olhando ao redor, tentando reconhecer alguém.

Eu vinha muito aqui com os meninos no verão. Costumávamos ficar lá em baixo, perto da água, talvez estejam lá.

— Venha.

Ela correu um pouquinho para me alcançar e começarmos a andar lado a lado. Ela parecia inquieta e tenho quase certeza que senti nossas mãos quase se encostarem, acho que fiquei nervoso com isso.

Caminhamos até o penhasco da pedreira e vimos um grupo de pessoas nadando. Não eram nossos amigos.

— Ei! Finalmente achei vocês - Uma garota exclama, quando reconhecemos a voz, nos viramos. era Beverly. — Caramba, onde se meteram?

— Onde vocês se meteram? Vocês não estavam onde combinamos. - S/n repete, cruzando os braços.

— Nós fomos pegar cerveja e acabamos ficando por lá. Venham vocês dois logo.

Bev nos puxa para o meio da multidão bêbada, molhada e dançante. Não demorou muito para eu ver os meninos, em volta da mesa com cervejas.

— Ei, Boris, você está aí. Adivinha só, Bill e Lucas estão competindo para ver quem bebe mais cerveja. - Eddie diz, erguendo a mão para me cumprimentar.

— E aí - Olho para dois garotos, se embebedando.

— Corrigindo. Estão vendo quem se joga da pedreira primeiro. - Stan corrige, cruzando os braços.

Rio e pego duas cervejas.

— Você quer? - pergunto, estendendo uma latinha para S/n.

— Estou dirigindo, se quiser voltar pra casa vou ter que beber só refrigerante.

— Ah - murmuro.

— Me dá essa aqui - Max aparece ao meu lado e toma a cerveja da minha mão e virando tudo na boca.

— Essa é minha garota! - Lucas exclama, com a voz embriagada e passa seu braço pelo ombro de max.

— Lucas, você está com bafo de cerveja - Max reclama, fazendo careta. — Me dá essa cerveja aqui. Você. Chega de beber por hoje, beleza?! - Aponta para lucas.

— Poxa, a festa acabou de começar - Resmunga, triste.

— E você já está completamente bêbado! Vem, vamos beber um pouco de água.

Quando o casal saiu da minha vista, Bev, Stan, Bill e Eddie apareceram perguntando se eu e S/n iríamos entrar na água, respondi que sim e quando Max e Lucas se juntaram a nós de novo, todos entramos.

library girl,  BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora