capítulo sete

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capítulo sete.

"Nosso mundo uma vez estéril agora transborda de vida.
Eu acho espaço e o tempo tomam coisas violentas, coisas enfurecidas, e as tornam gentis."

Já não havia sobras de unhas para roer, ele sentia calafrios subindo entre as costelas. Não era comum reagir de tal modo quando uma palestra lhe era oferecida. Ele se dava muito bem em eventos similares, por isso sempre seria a primeira indicação do diretor.

Já era verão. Quase um mês dele se foi e seus calafrios não faziam jus à temperatura agradável que pintava a paisagem lá fora. Mas ele não sabia como faria aquilo funcionar. Seriam dez dias.

Dez dias fora. Só isso.

Talvez se ele não tivesse desistido de surgir na própria casa pelas últimas semanas e não estivesse dormindo na mesma cama que Draco por duas semanas.

As crianças já estavam familiarizadas com a sua presença, isso era mais que óbvio, Carina tirava cochilos em seus braços todos os dias. As férias foi o que eles usaram de desculpa para tê-lo por perto o tempo todo.

E seria difícil desgrudar por algum tempo. Harry tornara-se um grande e grudento chiclete.

— Uma ligação de negócios? — o francês tocou a lateral de seu corpo quando ele voltou da varanda e se inclinou sobre a bancada da cozinha. Aquilo não o pegou desprevenido, mas fez alguma coisa com o seu coração. Eles tinham feito muito daquilo ultimamente.

— Meio que isso.

— O que aconteceu?

— Jeff me ligou.

Ele também se inclinou com a bochecha no mármore, olhando para o seu rosto pelo mesmo ângulo. Era bonito até assim.

— E tudo bem com você?

— É, eu acho que sim. — seu nariz enrugou pela omissão. Draco abriu a palma em seu quadril. Ele quase desmanchou. Se ele estivesse correto, o homem desferia uma certa carícia no ato. — Ele me convidou para esse evento de literatura. Parece ser divertido, eu já fui em alguns.

— Você deveria ir.

— Por alguns dias, sim.

O francês ergueu o rosto, menos suave do que quando o deitou. Harry fez o mesmo com presteza para o momento em que Draco se afastou e deu a volta no mármore frio.

— Vamos tomar um café.

— Claro. — Harry murmurou, apoiando o queixo nas mãos. — A casa fica vazia sem todo mundo. Quando Fleur volta?

— Às sete, talvez. — eles ficaram em silêncio pelo que pareciam ser horas. — Você tem que prometer que vai se divertir lá, onde você estiver.

— Eu vou tentar. — um sorriso cavou sua covinha. — Só são dez dias, você nem vai notar.

Dez dias? — ele viu Harry assentir, mordendo o interior da boca. — Quer dizer. Pardon. Dez dias é comum, não é? Dix. Eu só quis dizer que vou notar, sim. Eu notaria se fosse um só dia, não seja bobo.

Os olhos de Harry ampliaram-se.

Par Dieu, o que foi? É como se não soubesse. — ele rolou os olhos e, ainda sim, parecia carinhoso.

Não, não sabia que ele podia ser assim tão doce. Exceto as crianças, ele só era flertivo e provocador.

— Eu estarei de volta antes do verão acabar. — explicou, puxando seu lábio inferior entre os dedos. — E eu espero que você não preencha o meu lado da cama, Malfoy.

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora