capítulo onze.
"Adultos seguem caminhos. Crianças exploram."
Harry notou que Carina estava concentrada na cena. Desde que Draco saiu para arrumar a zona que era o quarto das crianças, ela escorou a bochecha em seu branco e, da risadinha boba e infantil, foi a um bico pequeno e de partir seu coração em dois.
Ela não parou de olhar para Carina e Fleur desde que elas pareciam tão carinhosas na poltrona mais próxima. A mulher apertava a ponta do nariz da filha, fazia cócegas em sua barriga e ela ria abertamente. Era adorável.
Ele tirou alguns fios curtos que cobriam seus olhos castanhos, parecendo inalar seu humor meio tristonho. — Você está calada.
Ela prolongou o silêncio, mas Harry viu quando o lábio inferior da menina tremeu. Ele sabia que aquilo significava que ela estava a um passo de chorar, então a segurou pelos braços e trouxe para o seu colo. Ele ainda não entendia o porquê. — Está tudo bem? — insistiu um pouco, ela balançou a cabeça entre sim e não.
— Es-tu ma mama?
Harry tossiu. Ele fitou ela e as maçãs do rosto róseas, enfatizadas pelo verão. Es-tu ma mama? Ela indagou aquilo fragilmente e duas lágrimas gordas banharam aquelas bochechas cheinhas.
A cena ganhou a atenção de cada um presente na sala de estar. Scorpius e Cassiopeia cessaram a discussão sobre o controle remoto, não se ouvia mais a voz de Fleur e ele achava que as palavras estavam engatadas em sua garganta porque mais nada saía.
O fez pensar.
Ele amava aquelas crianças.
Certamente o período em que esteve com elas foi curto, mas emocionalmente intenso. Ele lembra que uma noite, próximos ao sono, Draco contara sobre o vínculo que ela e a avó tinham. Contara que, por mais que todos eles fossem atracados à mulher, Carina sempre a teve.
E agora ela estava ali, perguntando se Harry era ou não sua mamãe. Ele sentiu um nó atar em seu estômago. Aquilo significava muita coisa. Deveria significar o mundo para ela.
— Bebê. — sua voz soou entrecortada. Ele enxugou o amontoado de lágrimas que escorreram pelo rosto da menina. — Por que está assim?
Ela não estava audivelmente chorando e era quase preocupante. Crianças não choravam tão quietas.
— Cassi, chame seu pai. — Fleur pediu. Ela provavelmente não entendia aquilo. Harry não se incomodava com o fato de ela estar chorando, ele só queria que a tristeza a deixasse em paz.
— Não precisa. — ele disse aquilo e não desviou a atenção dos olhos amendoados. Talvez o fato de ter perguntado o porquê tenha desatado um choro real. Ela caiu com o rosto choroso sobre ele, os braços em cada lado de seu corpo. — Tudo bem, não precisa mesmo.
Cassiopeia engatinhou no sofá e chegou perto deles, apenas observando. Ele segurou soltou os fios dela entre seus dedos, piscando forte. Estava chorando.
— Você tem certeza? — Fleur quase murmurou, preocupada. A menina segurou firme, as unhas curtas fincando em suas roupas.
— Tenho. Eu não vou soltar você agora, okay? — ele levantou e ela fungou por dois ou três minutos. — Tudo bem ficar triste, não vou te soltar quando estiver triste. Eu vou amar você quando você não estiver sendo divertida também, você entende? Sempre. Sempre.
Ela pousou a lateral do rosto em seu ombro e ficou lá por mais algum tempo. Pares de minutos em que Harry sentiu o próprio coração murchar. Quando ela olhou para ele novamente, ainda tinha tanto brilho detrás de seus olhos. Tanta vida e esperança.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Roma & Julio | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Tudo está okay na vida de Harry. Ele é um professor de Inglês pacato do Ensino Fundamental, até que Draco, o novo professor francês de Artes Cênicas, entre em cena. drarry!au | +18 | harry!mpreg | draco!francês. • Obra original por hsmpr...