capítulo dezesseis

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capítulo dezesseis.

"apenas saiba que você não está sozinho, pois farei deste lugar o seu lar."

Harry se encontrava numa fase complicada ali. Ele esteve tentando separar os doces nas abóboras e, ao mesmo tempo, mantê-los distante das mãos rechonchudas de Carina. Ela desembrulhava com os olhos piscando, sabendo que não devia fazer isso, o doce escorregando em suas mãos e uma risadinha fluindo em seus lábios. Harry só deixava.

— Não deveria comer — ele começou com os cílios da menina batendo em súplica. — tantos.

— Mama. — ela murmurou manhosa, cavando uma resposta dentro do coração de Harry. Ele sabia que ele precisava trabalhar nisso. Porque resistência também era necessário. — Você comeu.

— Eu sei, eu sei. — ela riu, fazendo os lábios de Harry se curvarem para cima. E tudo bem, era Halloween. Ela acabaria comendo uma caixa de doces até o final do mês. Carina pegou uma daquelas gengivas do pote. — Só mais um? Cassi e Scorp ainda vão te levar para pedir doces quando chegarem. Você vai ser uma princesa? Usar uma coroa?

Ela balançou a cabeça, firme e rabugenta. Harry a fitou, confuso.

— Não quer ser uma princesa? — ele quase entrou em pânico. Porque Draco estava comprando fantasias em algum lugar e, ele sabe, deixar para última hora significa princesas e gladiadores nas prateleiras. Ela negou de novo, menos firme e mais murchada. — Tudo bem, amor. Me diga o que você quer, nós podemos ser tudo! Que tal fada sem asas?

Ela coçou a ponta do dedo e Harry notou que ela estava cada vez mais como um reflexo seu. Não queria que ela fosse como ele porque era instável demais. Carina era muito pequena e brilhava com o calor de mil sóis, corria de um lado para o outro e dançava, pulava com os cachos, no fim de cada percurso daqueles fios anelados, saltando.

Ela era jovem demais. Ele prometeu para si mesmo que ela sempre seria jovem demais para inseguranças.

Ela deitou sobre o balcão ainda sem dizer nada, rodeada de doces e com o cabelo preso lá em cima. Algo de errado havia. Detectar coisas assim começava a ser fácil depois de algum tempo. Começava a ser facinho quando se conseguia sentir algo batucando em seu coração.

— Pode fantasma?

Harry piscou. Claro que podia.

— Um fantasma assustador? — ele sugeriu, fingindo distração. Pelos cantos, via ela assentir uma vez, duas, três. Prensou um riso. — Ah, claro. Como eu não pensei nisso antes? Um fantasma fedorento.

— Mama! — ela tinha ofensa e diversão pinceladas na voz, então Harry estava vivendo muito melhor. — Non! — ela balançou as mãos no ar, os dentes retangulares em fase de crescimento bem visíveis. Harry fingiu duvidar disso, apertando os olhos para o sorriso bonito.

— Ele não toma banho. — colocou-a no chão. Na verdade, ele tentou. Ela apertou sua blusa para ficar quando tentou pousá-la. Harry a trouxe para perto. — Vamos fazer sua fantasia.

— O bebê é princesa, mama? — ela cutucou sua bochecha. Ele sorriu porque adorava perguntas sobre o bebê. Ou quando Scorpius beijava sua barriga. Cassiopeia estava numa onda de aceitação. Ela perguntava se Harry estava bem quando os enjôos matinais aconteciam e sempre estava atenta quando avalanches de perguntas vinham sobre o bebê. Cassi era um pouco ciumenta. — Quem é princesa?

— Eu sou princesa, bebê.

— Mama princesa. — ela distraidamente cantou.

Ele recortou e moldou um lençol guardado para fazer dela um fantasma. Carina rugia como um filhote de leão porque aquele era aparentemente o ruído que um fantasma faz antes de atacar.

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora