capítulo vinte e dois

1.4K 241 47
                                    

Esse é o último capítulo 😭

Mas ainda temos o epílogo!

Boa leitura!

— X —

capítulo vinte e dois.

"Assim como as constelações e montanhas esculpidas. Assim como as árvores profundamente enraizadas e riachos borbulhantes, você não está aqui por engano."

Não é como ele espera que seja, não mesmo. Harry não lembra de tanta coisa ou qualquer coisa do trajeto envolvendo o carro até o hospital, porque aparentemente ele não funcionou mais. Ele lembra de luzes fortes no interior de uma sala, um consultório (?) talvez. Vozes que engatinhavam para dentro de seus ouvidos, abafadas, distantes.

Ele não tinha certeza se todas as partes foram reais ou pequenos fragmentos de lembranças rodando como um disco dentro dele, porque ele mal reconhecia os objetos ao redor. Era tudo um borrão. O que o impediu de entrar em desespero foi o rosto borrado de Draco e a pressão que sua mão fazia sobre a dele.

Estava tudo bem.

— Estou aqui com você. Tudo bem, amour. Cuidei de tudo. — É o que o aperto, colidindo com suas falanges, diz. — Ei, você está indo bem.

Vai ficar tudo bem. Ele não hesita em confiar nisso, decide que não precisa segurar os olhos abertos.

[...]

— Ele vai ficar bem. — O garoto é capaz de ouvir Cassiopeia entre um soluço e outro. Ela o conforta, tem feito isso desde sempre. Scorpius gosta de como ela decide fazer isso na língua deles; é como ouvi-la cantar uma canção de ninar. Macio, familiar, favorável. — Ei, me escuta. Harry está bem. O que aconteceu?

— É minha culpa. — Sussurra.

Mas não é. Bem lá no fundo, ele sabe que não é. É só que ele tem medo, porque eles não têm um bom histórico em manter as coisas assim, quando tudo está bem. É como se eles sempre escalassem de um buraco para cair no próximo.

O quarto está vazio, Lily e Ginny estão preparando cookies para distrair Carina. Ela está bem, apenas confusa e agitada. Cassi parece uma bagunça quando pendura o olhar sobre o garoto, um suspiro lhe escapando, e dizendo: — Não é– isso não é sua culpa. Acontece, eu acho, às vezes acontece. É normal.

— Normal?

— É, Scorpius. Eu acho.

De algum modo, essa informação não é satisfatória. — Então por que papa não parecia preparado? Ele disse no telefone: 'Harry apagou, Harry não acorda!' Você ouviu também. Não era assim que deveria ser, Cassi. Ele não podia apagar.

Ela deita, olha para o teto com o universo pintado. Meio que um universo. Lily preparou esse quarto para eles. Ela e Harry pintaram estrelas e planetas e a sombra do lustre se movendo parece fazer o quarto girar.

— Talvez não, então. Mas ele vai ficar bem. Por que isso seria sua culpa?

Scorpius só seca as lágrimas que estão pulando para fora e molhando seus cílios. — Porque eu escolhi ir. Daphne. Eu só queria falar com ela, não sabia que mama precisava ter o bebê.

Ela encaixa um pouco de silêncio entre isso e o que vai dizer, porque ela não sabe o que vai dizer ainda, mas sabe que não é culpa dele.

Decide perguntar: — Como foi?

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora