capítulo quinze

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capítulo quinze.

Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer.

— O quê? — ele riu. Os lábios tênues tremeram numa risada curta, como acontecia quando ele tentava contar uma piada e não funcionava tão bem. Harry sentiu aquela ondulação no topo do estômago, um sorriso aflito e apenas com os lábios escorrendo em seus lábios. Droga. — Um o quê?

— Um bebê? — ele sentiu algo como refluxo recolhendo suas palavras e a queimação incomodando sua garganta porque– olha só, ele não estava tranquilo com isso. Era uma notícia enorme, um coração estava batendo além do seu dentro de seu corpo. Foi alguém, muito pequeno, que eles dois fizeram e– nossa, sim, ele queria roer até a última pontinha de suas unhas naquele instante.

A seriedade lentamente tomou o rosto do francês, as pupilas diminuindo para dar espaço à imensidão azul e o silêncio cresceu. Okay, ele podia aguentar alguns instantes maçantes de silêncio. Claro que sim, óbvio que não havia uma montanha russa faminta por adrenalina em algum lugar entre os pulmões e o abdômen.

— Um bebê do tipo–

É. — foi mais seco do que pretendia. Ele engoliu um monte de ar, mas ainda parecia sem fôlego.

— Uau. — Draco comentou mais para si mesmo. Uau. Era essa a reação que ele não estava esperando. Porque o quê? Aquilo era um uau de "Uau, nós vamos ter um bebê?! Isso é incrível!" ou era um de "Uau, isso foi bem inesperado e inconveniente." Ele viu o semblante pálido e mudo por uma eternidade de dez– ou mais segundos. Diga alguma coisa. Diga qualquer coisa.

— Eu poderia facilmente pirar agora.

Harry prensou os lábios.

— Pirar? — Ah, não. Pirar não era bom, era? Desde quando Draco dava respostas tão vagas e confusas e tudo aquilo que Harry não honestamente precisava agora? — Draco, tudo bem se– Você sabe que tudo bem se isso for meio assustador, mas eu preciso que você seja-

Ele pressionou seus lábios ainda pasmos sobre os apreensivos de Harry. Ele amaciou seu peito, foi como se, de repente, o amor fosse sólido e se materializou na sua frente, o beijando com a suavidade de harpas e uma sinfonia de anjos. Era ridículo que ele estivesse tão apaixonado.

— Eu estava absorvendo a ideia, calculando em que momento isso poderia ter acontecido e se foi por esse motivo que esteve quieto e enjoado esses últimos dias. — ele informou, circulando seu pulso com um polegar e mergulhando a palma da outra em sua nuca. Harry, por fim e merecidamente, suspirou. Sim, a paz chega para todos. — Um bebê.

— Um grande passo.

— Um salto gigantesco. — Draco corrigiu, elevando um canto de seus lábios num sorriso costumeiro. Ele enroscou a ponta do dedo numa mecha de seus cabelos. — Eu amo uma casa cheia, você sabe disso.

Harry avançou um beijo em seu queixo. Ele também amava uma casa cheia e queria tanto mantê-la cheia.

— Vamos subir e... — o francês sugeriu, as sobrancelhas lá em cima e lábios chamativos e saborosos ao alcance dos seus — ...comemorar um pouco.

[...]

Okay. Era manhã e não tão tarde assim. Talvez... nove? Ou dez? Ele só lembra de desligar o despertador do celular e dormir pelo que parecia ser mais cinco minutos até Carina ser a primeira a acordar e puxar seu braço para fora da cama. Ela fez o mesmo com o pai, cutucando seu rosto até que os dois decidissem acordar.

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora