capítulo vinte e um

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capítulo vinte e um.

"Deslizando pelos meus dedos o tempo todo. Eu tento capturar cada minuto, o sentimento neles. Eles continuam crescendo. Deslizando pelos meus dedos o tempo todo."

O fim de semana na casa do lago é ideia de Ginny. E deve ter sido a melhor ideia ideia que ela já teve.

Exceto que algumas coisas apenas não mudam, mas Harry ainda pode relaxar com essas coisas. Se ele for honesto, só pode descansar a noite sabendo que coisas assim existem, que ele tem a melhor família com as melhores histórias para contar no fim do dia, quando deita a cabeça no travesseiro e pode rir de situações que só ele e Draco entendem.

— Mama, não quero.

— Você precisa usá-las. Como quer entrar na água assim?

— Eu pulo.

Ele sorri. — A resposta é não.

— Cassi não usa. — Ela desabotoa a boia de um dos braços. — Eu não uso também. Não quero.

Harry estreita os olhos para a cena, para o bico teimoso em seus lábios pequenos. — Cassiopeia sabe nadar, por isso não usa. Já você, mocinha, precisa delas até aprender.

Ela olha para baixo, chuta uma pedrinha e toca a flor de pétalas coloridas estampadas no maiô.

Quando ele acha que resolveu isso, Carina sussurra: — Eu sei também.

O lago é fundo e inconsistente. Ele discorda. — Não sabe ainda, Carina.

— Mama, eu cresci.

Ginny chega mais perto, sentando ao seu lado no tecido esticado sobre a grama. Ela tira uma maçã da cesta, mordendo, apenas observando a cena com um sorriso divertido adornando-lhe os lábios. Harry encara os olhos chateados da filha e acompanha a linha de raciocínio: — Então agora você deve entender que precisa de proteção, porque você ainda está aprendendo e eu me preocupo muito quando você não fica segura.

Ela para, parece absorver isso e, eventualmente, abotoa de volta, para o bem de todos, caminha na direção do lago com o sol iluminando seus cabelos loiros. Harry vê os outros três correndo, de longe, e não deixa que ela vá sem avisar:

— Fique com elas!

[...]

— Olha só. — Draco aperta as bochechas de Scorpius e ele tenta escapar. — O meu garoto bonito. Ele cresceu tanto nos últimos meses. O que aconteceu?

Ginny diz com a boca cheia: — A adolescência aconteceu, Draco.

— Ele não é adolescente. — A voz resmungada do francês faz o garoto grunhir. — Não, agora eu não posso deixar você ir. Você ainda é meu bebê, não é? Mon petit, oui?

Harry mastiga um sorriso, a mesa toda faz o mesmo. Lily põe mais salada no prato de Cassiopeia.

— Je ne suis pas un bébé, papa. — Scorpius consegue escapar e rastejar para o lado de Harry. — Tenha logo o bebê, mama, ele vai parar com isso.

Draco fielmente se defende: — Como se eu fosse parar algum dia.

[...]

E tudo vai bem por um tempo.

Até que algo corta esse ciclo.

[...]

— Tudo bem. — A voz de Draco é doce, ele pode até ouvi-la rastejando para dentro como mel, quando alcança Harry de não tão longe — uns dois metros de distância até a poltrona. — E por que você não fica aqui, perto?

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora