capítulo dezoito

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capítulo dezoito.

"nós podemos chamar esse lugar de nossa casa, a terra em que nossas raízes podem crescer. mesmo que a tempestade nos puxe e empurre, nós iremos chamar esse lugar de nossa casa."

— Não precisava ter. — prensou os lábios, observando como Draco se virava para conseguir um pouco de café puro. Por mais que os dois tivessem na mesma cama por uma noite inteira, não achava que ele tivesse grudado os olhos em algum momento. — Draco, eles estavam ali por você. Eles acordaram e fizeram todo o café da manhã pensando em você. Carina estava contando os minutos, embrulhando seu pre-

— Harry. — Draco cortou, um pouco tenso, levando dois dos dedos para massagear as têmporas. Apenas o olhou, deixando a xícara sobre a mesa. — Não me sinto bem agora.

— Mas você... — tentou dizer, seu corpo inquieto na tentativa de formular o que queria e como queria. Ele não precisou pensar muito para chegar lá, no ponto, porque de repente tudo era sobre isso e ele se sentia enjoado. — Olha, se isso é sobre Daphne... — Draco engole o líquido escuro e quente da xícara. Um gole, dois goles; seu corpo não está mais posicionado como antes. Os braços se enrolam nas costelas, encosta no balcão, pernas cruzadas. — É. É, sim, sobre ela, não é? Por isso você parece...

— Non, não é.

— ...tão estressado. — Harry o fitou, os ombros caindo colado ao suspiro que deslizou pelos lábios. — Dray.

— Eu... — o francês fez seu caminho para fora da cozinha, passando a centímetros do ombro de Harry. — ...só não quero falar sobre isso. Não agora, okay? Depois. Depois nós podemos. — e ele já estava fora.

[...]

Daphne ligou mais vezes num intervalo de horas. Em todas elas, Draco parecia um pouco pior.

Harry conseguiu entender.

[...]

O Natal acaba não sendo o que Harry imaginou que seria, e ele não tem certeza do que imaginou – um pouco de paz, sorrisos preguiçosos de seus pequenos pela manhã em que abririam presentes e também um pouco de bagunça na cozinha, quem sabe –, mas certamente não pensou em Daphne. Daphne de volta, Daphne ligando a cada duas horas, Daphne, Daphne. Ele não podia deixar de ouvir esse nome em sua mente durante esse tempo.

No momento, estava preparando uma torta de maçã para o forno e Scorpius decidiu que seria uma boa ideia dar assistência, porque Carina ainda dormia e Cassiopeia acabou sendo escalada por Narcissa para esvaziar a garagem entupida com caixas de roupas para doação.

Então, por hora, era só ele e Scorpius.

Eles trabalhavam até bem juntos, porque Scorpius era cuidadoso com as coisas que tocava e Harry não podia pedir por um assistente melhor que ele. Ele até deu dicas boas de como o mel poderia ficar bom e o obrigou a usar um gorro natalino bem mais extravagante que a árvore de natal.

— Harry. — chamou o menino. Havia farinha de trigo na ponta do nariz e nos fios da franja, quando Harry lhe deu uma atenção imediata. — Eu estava pensando. — a voz era mais baixa, quase tímida. Um pouco de tempo se passou até que ele voltasse a falar, mas Harry apenas não o pressionou. — Eu... — Havia algo de diferente sobre sua expressão, mas ele não entendia totalmente. Era meio doloroso.

— Aconteceu alguma coisa? — cuidou em não parecer alarmado para, então, não assustá-lo. Scorpius piscou forte, quietamente, e umas das mãos estavam na barra do suéter amarelo-berrante que sua mãe conseguiu achar no meio de suas roupas de quando ainda era uma criança. — Talvez–

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora