capítulo doze

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capítulo doze.

"veja, você trouxe o melhor de mim. você pegou minha alma e a purificou. nosso amor foi feito para as telas de cinema."

[três meses depois]

Harry e Draco decidiram manter o que tinham longe do ambiente de trabalho e, a princípio, não estava certo de que seria uma boa ideia assim. Depois das duas primeiras semanas, ele não se importava mais. Por favor, eles mais agiam como jovens amantes se empurrando em salas vazias quando o sinal tocava e Draco– Draco sempre seria o mesmo.

Teve essa vez em que ele entrou em sua sala e todos os rostinhos tinham ele na mira ao que ele caminhava à mesa e dava toda essa volta para pegar a maçã sobre ela e girar os calcanhares, em silêncio.

"Isso é meu, senhor Malfoy."

Algumas crianças cobriram os lábios e outras deixaram as risadinhas fluírem. Ele nem precisou olhar, mas soube que o francês parou e virou.

"Eu não vejo o seu nome aqui."

Elas riram mais. Deus, ele deveria ser o professor favorito de todas elas. Harry o fitou dessa vez, os olhos enfadigados pela resposta boba.

Ele saiu e piscou pelo quadradinho de vidro, soprando um beijo antes.

Ele era– Bem, ele só era.

Parou há tempos de tentar defini-lo, assim como parou de tentar não se encantar tanto pelo homem. Sempre-estava-lá, talvez fosse essa a melhor maneira de dizer aquilo. E aquela era uma das piores manhãs de todas.

Acordou não tão cedo, havia certa queimação no início de sua garganta, subindo, e um embrulho incomum no estômago. Tudo pela manhã foi feito com indisposição aguda e um pensamento: sem saladas por hoje.

— Bonjour, mama! — Carina abraçou suas pernas. Ela escalou até estar em seus braços e Harry desferiu um beijo na bochecha cheinha. Já se foram outros dois dentes e ela sorria mais que antes. — Tudo bem?

— Só me sinto um pouco enjoado, meu doce. — ele fez um bico. — E como você amanheceu o dia?

— Papa deu beijo. — ela disse num sotaque similar ao seu. Harry não queria ser babão, mas ela esteve aprimorando tanto o inglês e, na maioria das vezes, soava como ele. — Deu beijo em você também.

— Deu? — fitou o rosto meio sonolento do francês e beijou o rosto de Scorpius. Cassiopeia estava do outro lado, então ele soprou um beijo e ela devolveu antes que ele sentasse com a menina em seu colo. — Acho que os beijos não me acordaram hoje.

— Bonjour, crème brûlée. — Draco saudou e a mesma expressão azeda tomou seu rosto quando o francês pôs uma rodada de maçãs e pêras cortadas na mesa. Que merda estava acontecendo com ele, afinal?

— Bom dia, Draco. — ele disse, o embrulho aumentando. — Acho que vou passar, ainda me sinto cheio.

— Cheio? — ele o olhou por cima da xícara, andando até ele. — Você pulou o jantar e a sobremesa ontem à noite também. Achei que Scorpius tinha comido as sobras.

— Papa! — o menino apreendeu.

— Eu comi. — disse em um quase choramingo, separando os morangos para Carina. — Me deixou enjoado.

— Oh, croissant. — aninhou o nariz num lado de seu rosto, afetuoso. Harry inclinou para o toque. Ele esticou os lábios num bico e Draco desferiu um beijo curto lá. — Eu vou fazer um pouco de chá, isso sempre ajuda quando as crianças têm.

Roma & Julio | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora