Esperar

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Acredito que uma das melhores sensações da vida é participar da concretização de um sonho, o resultado obtido tem lá sua importância, mas o passo a passo é um momento especial. Pegamos com exemplo um livro, para o autor é gratificante quando o leitor grifa, expõe ou comenta sobre qualquer citação, é uma volta no tempo para o exato momento da pesquisa e do desenvolvimento, de todas as noites em claro e lágrimas derramadas, onde a imaginação fala mais alto e a escrita flui. O autor olha para cada mensagem e pensa; é isso! É o que faz valer a pena, vencer apenas por vencer não gera nada a não ser uma emoção momentânea, agora batalhar e se orgulhar do seu desempenho e de tudo que conquistou poucas palavras no mundo tem o poder de descrever.

ㅡ Não vai contar nada? - apelo para todo o meu charme, toco seu braço delicadamente com as pontas dos dedos.

ㅡ Posso dizer que é branco. - desisto tombando a cabeça no travesseiro.

ㅡ Legal! - Ana ri sem dó.

ㅡ Queria contar mas minha mãe não deixa.

Faz cinco minutos que estou sem sucesso tentando conseguir alguma informação sobre o vestido de noiva, falta tão pouco, menos de um mês para casarmos. Foram tantas noites no tapete da sala e na mesa da cozinha pesquisando e discutindo preços, nosso assunto favorito no mundo, com o tempo se tornou comum pegar a Ana no banquinho ao lado do teclado com sua agenda.

ㅡ Preciso levantar. - Ana não permitiu me puxando de volta pra cama. ㅡ Linda!

ㅡ Está cedo e eu tô com sono. - o que Ana chama de cedo eu chamo de dez e meia da manhã.

ㅡ Marquei com meu pai. - vejo Ana se espreguiçar manhosa como todos os dias. ㅡ Te amo! - beijo seu rosto.

ㅡEu também.....

Tomo um banho e escovo os dentes, escolho uma roupa, Ana ainda está deitada de bruços quando saiu de casa. Papai me acompanhará a um lugar que foi comigo meses atrás quando pedi ajuda com um lance.

ㅡ Vamos na mesma joalheria de antes? - foi sua primeira pergunta ao entrar no carro, espero ele prender o cinto pra dar partida.

ㅡ Vamos sim.

Manobro o carro depois de acenar pra minha mãe que estava no portão, sigo a rota para o shopping, ele sempre foi mais contido o que não o impede de dar palpite em tudo, quando compramos o anel de noivado ele ficou horas comigo escolhendo o que mais combinava com a Ana.

ㅡ Que tal esse? - ele apontou para uma vitrine onde os anéis estão expostos.

ㅡ Não sei não pai. - são lindos mas não atraí atenção.

ㅡ Vamos lá no fundo então. - seguimos para o outro lado da loja. ㅡ Achei tão incrível a Alice levar a Ana até o altar. - ele comentou distraído com as joias.

Alice merece depois de toda essa trajetória, viveram tão perto uma da outra e ao mesmo tempo foram duas estranhas. Lutaram bravamente e venceram seus problemas internos, se uniram e agora estão sendo o que mais almejavam e que nunca deixaram de ser, mãe e filha.

ㅡ E o pai dela? Ele vem? - papai torceu o nariz zangado, Mariano não é sua pessoa favorita.

ㅡ Mariano foi o único que não confirmou. - mostro toda minha insatisfação. ㅡ Pai olha ali.

Bem no fundo quase encostado na parede de vidro está um par de alianças e pela descrição é ouro branco, os detalhes hipnotiza, é a cara da Ana. Esqueço tudo no momento que a vendedora coloca na minha mão.

ㅡ Com certeza é esse. - papai admira as alianças como eu. ㅡ Como vocês dois, natural, forte e indestrutível. - uma boa definição.

ㅡ Obrigado por estar aqui. - falo um pouco emocionado.

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