A dor veio antes do som de pássaros. Deveria ser manhã, Lin LuSe concluiu antes de abrir os olhos. Ele tinha a sensação de que não sabia como abrir as pálpebras, então, apenas assistiu a escuridão, muito consciente de sua dor.
Dor significa estar vivo. Estar vivo significa que ele falhou em atender o desejo de seu gege. Tudo bem, ele diz a si mesmo, ele vai tentar melhor na próxima vez.
A luz do sol provoca seus olhos fechados, fazendo ele ver o vermelho do interior das pálpebras por mais tempo do que gostaria. O sono não volta, então ele só pode rezar para a ferida infeccionar e parar de doer.
O cheiro chega primeiro do que o som de passos. Esse tipo de cheiro indica que alguém está perto, alguém está cuidando dele. Por isso, Lin LuSe empurra a letargia para longe e se esforça para abrir os olhos.
Ele encara o teto comum e, apesar da sua cabeça estar latejando por ter dormido demais, ele vira o rosto na direção da porta.
Wen Ning está parado na porta, mexendo uma tigela de mingau. O cheiro de arroz flutua no ar entre eles e deve ter peixe no mingau, porque o cheiro é muito bom.
A boca de Lin LuSe abre e fecha, nenhum som sai. Ele não sabe o que dizer ou fazer depois que se levantou por impulso. Ele deveria chorar de alívio que está em casa? Ele deveria se arrastar e fugir o mais rápido possível? Ele deveria beber o que estava na tigela e fugir em seguida?
Você não pode culpar ele por ter fome. Ele não se lembra qual a foi a última vez que ele comeu, então, além da sua ferida doer, seu estômago ronca também. Lin LuSe coloca a mão na ferida, mas está bem atada, então ele não corre o risco de vazar sangue até a morte agora, porém ele vai dar um jeito depois.
Wen Ning esperou, pacientemente, por três dias até que Lin LuSe acordasse. Ele está feliz que conseguiu parar o sangramento e manter o corpo do demônio hidratado. Pelo brilho de suor na testa, ele pode ver que a febre cedeu. Wen Ning quer se aproximar e limpar as gotinhas que estão se acumulando acima da sobrancelha de Lin LuSe, no entanto, ele não faz ideia de como fazer isso.
Ele não sabe o que dizer que possa apagar o que foi feito, além disso, se não forem as palavras perfeitas, como Lin LuSe vai desculpar ele?
Porém, com a pressa que essa pessoa levantou, Wen Ning conclui que esse homem não quer ficar perto dele e ele não consegue julgar.
No silêncio indeciso de trinta segundos, ele apenas dá alguns passos e para numa distância segura de Lin LuSe. Ele está tentando mostrar que não vai dizer mais palavras ofensivas e nem brigar. Ele está feliz que seu parceiro sobreviveu.
Será que Lin LuSe está com medo que Wen Ning bata nele? É esse tipo de pensamento que o faz sofrer, porque ele bateu em Lin LuSe e o tratou pior do que trataria um inimigo.
— Coma, está numa boa temperatura. - Wen Ning coloca a tigela no chão e se afasta. — Não precisa sair correndo, você ainda está ferido.
Lin LuSe não sabe o que responder, mas ele sabe que está com fome. Viver um dia de cada vez é o importante, ele sabe que em mais um dia ou dois vai estar totalmente recuperado, então, ele apenas aceita o mingau. Uma colherada de casa vez, quase constrangido que Wen Ning não deixa de olhar para ele.
É desconfortável.
Ele sabe que Wen Ning quer que ele vá embora rápido, mas não quer dizer isso porque ele está ferido. Lin LuSe não consegue comer além da metade porque está sendo observado.
— Obrigado. - Lin LuSe devolve a tigela. Ele não está fedendo a lama e está vestindo calças limpas. — Vou devolver a roupa, antes de ir.
— Ir? Para onde você vai? - Wen Ning está ansioso, de repente. Ele o trouxe pra casa, não é? Isso não é um sinal suficiente? — Ainda está machucado, não consegue andar direito. Para onde você vai?
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Soulmate
FanfictionNo início do mundo, um demônio teve sua alma partida. Da produção de um fio de prata, ele uniu dois dos fragmentos, mas ainda faltava um que tinha se perdido no mundo humano. Uma vez que essas duas almas demoníacas predestinadas se encontraram, ela...