Volto para casa, e Adam me acompanha, mas estou decepcionada demais com ele para perdoá-lo, ele deveria saber o que estava em jogo.
— Serena, pode me perdoar? Diz, me segurando pelo braço assim que desço do carro.
— Adam, por favor, agora não quero falar. Digo me soltando, e continuo indo em direção a porta, até que o ouço.
— Por favor, tente me perdoar, o que eu fiz foi pensando em te ajudar. Diz e depois abaixa a cabeça, suspirado fundo.
Então, eu me volto para ele e me aproximo, já irritada.
— Me ajudar? Sabia, que ele poderia usar os meus filhos! Não posso te perdoar, é melhor não, nos vermos mais. Olha eu estou cansada, eu sou tão imbecil, não consigo entender, como posso deixar as pessoas me usarem assim? Primeiro Benjamin, agora você...
Ele me interrompe antes de terminar a frase.
— Calma! Eu não estava te usando! Eu queria realmente, que ele parasse de perseguir você, te deixasse livre, você não se decidia, achei que estivesse com medo, pensei que se eu o fizesse, ele saberia que tem alguém que estava disposto a te defender. Eu te amo, Serena! Quem ama, faz qualquer coisa para, proteger a quem ama. Tudo bem, eu errei, mas foi querendo acertar.
Está bem nervoso, e quase gagueja, mas eu estou muito chateada, para entender o que ele fez.— Tem uma sombra em cima de mim, estou presa ao passado, me sinto sozinha e ao mesmo tempo, cheio de pessoas me pressionando, dizendo o que tenho que fazer, ou o que não devo fazer, agora vem você, decidindo por mim! Não sei onde está escondida a minha esperança, os meus sonhos estão morrendo, eu já não consigo viver mais por mim mesma, reservei o meu tempo, para viver o medo, e não é somente de Benjamin, é de tudo, a minha volta. Estou cansada de tudo isso aqui, estou cansada de todos, estou cansada de mim. Não percebe que você fez exatamente o que Benjamin faria?
— Já pedi, mas vou pedir mais uma vez, e quantas vezes for preciso, me perdoa? Eu não queria que se sentisse assim, estou desesperado para encontrar uma forma, de desfazer o que eu fiz.
— Mas, não há nada que possa fazer. Eu gostaria muito de ter me apaixonado por você, e quer saber? Por qualquer outro homem, mas acontece, que não pude! Agora, por favor, vá embora!
— Eu vou, mas por favor, diz que me perdoa?
— Eu sinto muito, mas não posso e, na verdade, não quero! Estou triste demais, arrasada! Você, me tirou, o que eu mais tinha medo, de perder.
— Está falando dos seus filhos ou do Benjamin? Então, o olho indignada e o deixo ali, sem responder e quando entro, Kelly e Justine estão na sala.
— Serena, como foi? Pergunta-me Kelly, se levantando e vindo em minha direção, me segura pela mão e diz: — Vem senta aqui. Eu me sento, encosto a minha cabeça no sofá, e olho por um instante para cima e respondo:
— Eu, não sei o que falar, tudo que estou vivendo, parece loucura. Benjamin, quer que eu volte a viver com ele, é o único jeito de ver meus filhos, novamente. Mas, eu me recusei a ceder, naquele momento, eu decidi que ele não vai impor, o que ele quer. Estou com raiva! Muita raiva, de tudo! De ter vindo para cá, ter conhecido Benjamin, de tantas vezes ceder aos seus caprichos, por medo. Com raiva de Adam, de não ter falado, não, para o absurdo que ele propôs. Agora, além de perder o convívio com meus filhos, também perdi a vontade de tudo, estou morrendo por dentro! Estou cansada, triste, e não vou mais lutar, pelo menos não mais do jeito que vinha fazendo. Não quero, e não posso desistir dos meus filhos, porém também, não quero mais viver assim, eu vou embora, eu sei que entrar com uma petição aqui vai ser impossível, então eu vou fazer isso, nos Estados Unidos. Preciso, virar de uma vez por todas, essa página da minha vida. Eu quero gritar! Eu quero morrer! Não aguento mais, tanto sofrimento.
Eu, não consigo parar de chorar, então assim que termino o desabafo, elas me abraçam, e não dizem nada! Depois de alguns segundos, Justine se afasta e diz:
— Eu sinto muito, por tudo isso que está passando. Queria poder te ajudar, mas não sei como. Se for embora, ele vai surtar, mas tem que fazer o que pensa, ser melhor. Não sei, se fugir vai te ajudar. Talvez se vocês dois pudessem abaixar a guarda, pensassem mais em seus filhos, eu não estou falando que você não pensa, mas a atitude dos dois, falam por si só. Pensa bem, o que acha de virar o jogo! Não me olhe assim, mas se você se mostrasse imponderada, não ri não! Diz Justine ao me ver rindo de suas palavras. — É a palavra da moda sabia? Então, após conseguir arrancar um sorriso de mim, em meios as lágrimas, eu respondo.
— Eu, tremo diante dele, se eu for mais incisiva, ele vem para cima de mim. Eu não tenho chance, nenhuma! Digo, enxugando as lágrimas.
— Então, denuncia ele! Vai aos jornais, revistas, a "internet", hoje é uma arma, para esse tipo de coisa! Diz, Kelly se levantando e pegando uma bebida para mim. — Toma, beba um pouco, vai te fazer bem.
— Eu não quero, isso só vai me deixar mais, depressiva. Digo, empurrando a mão dela, com o copo de bebida. Então, ela mesma toma, de uma vez só.
— Kelly, se eu fizer isso, ele vai me deixar ver os meus filhos? Ele, vai parar de me perseguir?
— Penso, que não né? Diz Kelly, se sentando.
— É a palavra dele contra a minha, e depois eu não quero que meus filhos vejam isso, quando eles derem um, google pesquisando sobre o pai, quando forem mais velhos, ou que algum coleguinha na escola, o façam saber de uma coisa horrível sobre o pai deles, olha eu jamais colocaria meus filhos, contra ele. Benjamin, pode ser um monstro, mas é somente, para mim.
— Tem razão Serena, e isso pode acabar com a vida profissional dele, nenhuma empresa, quer se associar a um escândalo desses. Diz Justine.
— Não há, nada o que eu possa fazer, só vejo duas saídas, lutar contra ele longe daqui, ou voltar a viver com ele, e a segunda, está fora de cogitação. Então, ir embora foi a opção que restou.
— Amiga, isso pode demorar muito! Diz, Kelly.
— Sim, eu sei, mas o que devo fazer? Voltar, para ele? E deixar ele, conduzir a minha vida do jeito que ele bem entende?
— Tem razão, mas eu não queria que fosse embora, vou sentir a sua falta! Diz Kelly e Justine completa:
— Nós, sentiremos muito!
— Eu também, mas eu preciso me libertar, e me preparar para guerra, porque certamente será uma guerra.
Então, o meu celular toca, olho no visor, é Benjamin que está me ligando.
— Atende Serena, vamos ver o que dirá. Diz Kelly, então eu atendo e converso com ele, depois que desligo, elas me perguntam em coro, o que ele quer.
— Me chamou para jantar, diz que quer conversar sobre nossos filhos.
— Será que ele se arrependeu? Pergunta Justine.
— Não sei, Benjamin não é um homem que se arrepende fácil assim, mas eu vou, preciso saber o que será dessa vez.— Espero, que dê tudo certo, que ele entenda de uma vez por todas, que você não é propriedade dele. E que seus filhos precisam, tanto da mãe, quanto do pai. Diz, Justine me abraçando.
— Eu também espero isso Justine, é a minha última esperança, se ele não me disser nada para mudar a minha decisão, amanhã mesmo estarei indo embora, e só voltarei se for para visitar meus filhos, ou para buscá-los. E dessa vez, vou ter que contar a minha família, tudo o que vivi com ele, e pedir ao meu pai que me perdoe, por não o ter ouvido, e implorar sua ajuda. Aqui Benjamim pode ter esse poder todo, mas lá, meu pai também tem.
— Pelo jeito, será uma briga de homens de poder, vai ser boa então. Diz Kelly.
— Mas, seu pai não a perdoou, como vai convencê-lo? Pergunta-me Justine.
— A mim, ele não perdoou, mas se apaixonou pelo meus filhos. Então, eu tenho certeza que fará por eles.
— Me desejem sorte amigas, a sorte está lançada, seja o que tiver que ser, e que seja benéfico a mim, pelo uma vez, só dessa vez.
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O amor e o poder. O retorno
RomanceBenjamin e Serena se apaixonaram assim que se conheceram, e quando ela descobre algo sobre seu passado, ela desiste desse amor, mas Benjamin não desisti a obrigando a se casar com ele, e depois da violência e opressão que ela sofreu, consegue ser li...