𝟎𝟗

209 21 15
                                    

downfallꜞꜝ. . .

Flashback on
03/07/2019
19:19, Nublado.

Bokuto e Kuroo já se encontravam em meu quarto arrumando as coisas que tinham trago para a festa do pijama. As aulas na faculdade se encerraram bem mais tarde do que o esperado, o que atrasou nossos planos de passar a tarde toda no shopping.

Quando cheguei no quarto com algumas barras de chocolate e potes de sorvete em mãos, Kuroo ajeitava as máscaras faciais que havia trago em cima da cama e Bokuto retirava da mochila três pijamas de bichinhos.

- Eu não acredito que você ainda tem eles. - Falei apontando para os pijamas.

- Pois acredite, eu ainda guardo. - Jogou em minha direção e na do Kuroo dois kigurumis de gatos, porém com cores diferentes. O que sempre usava era cinza e branco e o de Kuroo todo preto. - Vistam. - Disse vestindo seu traje de coruja por cima da blusa branca e shorts preto que usava.

Estava frio por conta do tempo chuvoso, então apenas vestimos por cima da roupa que já usávamos. Eu e Tetsurou compramos esses trajes na época que estudávamos na Nekoma, pois tínhamos achado a cara do Kotarou, desde então o acinzentado fazia questão de guardar para sempre que fizéssemos uma festa do pijama como a anos atrás e usarmos os pijamas. Adorava ver como Bokuto ficava feliz quando o vestia, sempre relembrava os velhos tempos.

Nos deitamos na cama, colocando um filme aleatório de terror depois de apagar as luzes e só deixar as leds acesas na cor roxa. Mal prestamos atenção no que se passava na televisão do meu quarto, a todo momento era um assunto diferente a ser puxado. Kuroo se levanta da cama, indo pegar mais alguns salgadinhos enquanto eu e Bokuto escolhemos quais máscaras faciais usar.

- Voltei. - A voz de Kuroo ecoou pelo cômodo. - Do que estavam falando? - Se sentou na cama, colocando a vasilha com salgadinhos em nossa frente.

- Do nosso aniversário de namoro. - O acinzentado abriu o pacote da skin care, colocando o tecido branco no rosto do moreno. - Quando a gente encontrou o Tsuki e namorado, aquele de cabelo verde. Qual era o nome dele mesmo?

- Yamaguchi? - Disse na dúvida.

- Esse mesmo. - Quando terminou de ajeitar a máscara na face de Kuroo, abriu outro pacote começando a esticar a mesma pelo meu rosto. - O Tsuki ficou uma fera quando nos encontrou.

- Tenho certeza que ele não gostou muito quando juntamos nossa mesa na deles. - O moreno disse com a voz arrastada, me fazendo rir, mas logo foi repreendida pelo olhar de Bokuto.

- Provavelmente sim. Não me lembro muito de Tsukishima, mas ele sempre foi bem na dele, e vocês ainda tem essa mania de querer sair em casal.

- Ei! - O garoto à minha frente se afastou após ajustar a máscara com uma feição ofendida no rosto. - Sair em duplinha é legal, vocês chatos que não veem isso.

- Concordo com ele. - Tetsurou falou enquanto abria a embalagem do tecido branco, começando a colocar no rosto de Bokuto.

- Mudando de assunto, eu falei com a Alisa esses dias.

- Sério? Como ela está?

- Está bem, mas está atolada com os trabalhos da agência. Ela disse que não vê a hora de voltar para Nova York, mas tem viajado muito por conta dos desfiles.

- Eu deveria largar a faculdade e me tornar um modelo. Eu seria muito gato, né Kuroo? - Disse sorridente, tirando um revirar de olhos e um sorriso divertido do moreno.

- Você não precisa ser um modelo para ser um gato. - Selou os lábios do mesmo em um selinho demorado.

Eu apenas observava tudo, se fosse outra pessoa provavelmente reclamaria de ser a vela entre os dois, mas eu realmente não me importava, amava ver o relacionamento que ambos tinham, sempre me tirava uns sorrisos ver eles tão felizes. Estava orgulhosa dos dois, estive por perto desde quando começaram a sentir algo um pelo outro.

Ver as duas pessoas que eu mais amava, felizes juntas, já era o suficiente para uma felicidade genuína em minha pessoa.

- Vem cá, filha. - Kuroo estendeu o braços, para que pudesse me abraçar.

- Filha? - Falei rindo, engatinhando até eles e ficando no meio dos dois.

- Sim, você parece a nossa filha.

- Ok então, pai. - Gargalhei alto.

Conversamos um pouco como seria o acampamento. Descobri que iria ser em uma área mais afastada da cidade, mas ficaríamos apenas uma noite, voltando a tarde do dia seguinte. Tudo já estava comprado, desde os equipamentos até as comidas. Mal podia esperar no que isso iria dar, Kuroo e Bokuto não eram lá as pessoas mais calmas do mundo, ambos tinham uma energia que poderiam correr uma maratona. Seria engraçado ver dois seres energéticos tentando montar uma barraca.

- Parou de chover. - O acinzentado tirou a nossa atenção. Nesse momento eu terminava de pintar as unhas de Tetsurou. - A gente podia ir para o telhado do prédio. - Sugeriu inocente.

- Está louco? É muito alto e está frio.

- É só a gente ir enrolado em cobertas. - Sorriu o moreno.

- Vocês são os piores pais. - Riram alto enquanto ia de encontro ao meu armário e pegando três cobertores de pelinhos. - Tomem, só não borra as unhas, eu não irei pintar de novo.

- Sim senhora. - Levantou as mãos em rendição.

Após nos enrolarmos, saímos de casa trancando a porta e fomos para o elevador, apertando o último botão que nos levaria para área dos funcionários. Enquanto esperávamos a cabine parar no andar certo, olhava o celular em busca de alguma mensagem de Akaashi. Desde a nossa última ligação eu não o via pela faculdade e muito menos recebia algum contato dele. Cogitei em perguntar para Bokuto, mas pensei que ele poderia ficar preocupado de algo ter acontecido, então logo descartei essa possibilidade.

Acabei me rendendo e mandando uma mensagem. Precisa saber se estava tudo bem e precisava fazer algo para que os questionamentos infernais cessassem. A Porta metálica se abre, revelando um corredor escuro com uma escada no final deste.

- Que merda, está muito escuro. - Reclamou o acinzentado.

- Está com medo, Kotarou? - Provocou Kuroo.

- Claro! - Nós dois soltamos uma risada alta, porém a contemos rapidamente.

Eu ligo a lanterna do meu celular e começo a andar mais a frente deles, para que pudessem enxergar melhor o caminho. Subimos um lance de escadas até estarmos de frente para uma porta. Assim que abrimos, fomos recebidos com um vento gelado e leves respingos da chuva anterior, presente visualmente pelas nuvens completamente cinzas que cobriam todo o céu.

- Essa é a melhor noite de todas! - Gritou Bokuto.

Eu apenas sorria junto a eles, observando grande parte do meu bairro iluminado pelas luzes coloridas de lojas, aproveitava o vento bagunçando meu cabelo. Nunca me senti tão viva.

- (Nome), vem. - Kuroo me despertou dos pensamentos, estavam sentados um pouco perto da ponta do prédio, com uma coberta abaixo deles. Me sentei no lugar que o mesmo sinalizava para ficar, entre eles, e ambos apoiaram a cabeça no meu ombro rindo.

- Mais festas do pijama como essa! - Gritou Bokuto.


downfallꜞꜝ. . .

.' 1158 palavras escritas;

𝒅𝒐𝒘𝒏𝒇𝒂𝒍𝒍 (𝑨𝒌𝒂𝒂𝒔𝒉𝒊 𝑲𝒆𝒊𝒋𝒊) [𝐞𝐦 𝐫𝐞𝐯𝐢𝐬𝐚̃𝐨]Onde histórias criam vida. Descubra agora