Cap.12 - Sete dias para o 'Grande Evento' (Parte IV)

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Outra atitude impensável de Matheo...

Tem alguém aí querendo socar a cara desse homem? Além de mim...? :-/

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Laila finalmente chega

Mal parou diante da Porta Principal e Laila praticamente despencou do cavalo, deixando a rédea de qualquer jeito nas mãos do primeiro guarda à frente. Subiu os quatro lances da escadaria principal em uma agilidade ímpar.

Prestes a acessar a escada exclusiva, avistou Euclides.

— Doutor? Boa tarde... Como está meu pai? Por favor me fale. É grave?

— Não se preocupe, minha filha. Ele está bem e, daqui em diante, só irá melhorar. Não tem nada com que se afligir. — tais palavras a tranquilizaram momentaneamente. Mas não se contentaria até vê-lo e ter certeza que estava fora de perigo.

Ao chegar na passarela de acesso ao Aposento Real, Laila ia a passos acelerados rumo à porta de entrada, quando topa de relance com Matheo e seus amigos deixando o quarto dos pais.

Todos a cumprimentam, menos ele, que a tratou com um desdém absoluto, como se ela não estivesse ali, e continuou caminhando em direção à escada, seguido por Herbert, que vinha logo atrás.

A princesa, indignada com tudo que ele a fazia passar e já pensando que pudesse ter parte no infortúnio com o pai...

— Foi você!! — e cuspiu as palavras. — Eu sei que é você que está por trás deste incidente com meu pai, seu monstro sem escrúpulos! — e, num ímpeto de fúria, ela se pôs a ofendê-lo, regurgitando as acusações entaladas na garganta que saíam de sua boca sem pensar.

Laila mal concluiu a frase e Matheo veio como uma avalanche para cima dela, descontrolado, assustador...

Nem bem chegou e já a encurralou contra a estreita faixa de parede, entre a porta dupla e o parapeito de pedra. Com os olhos espumando de ódio, ainda colocou o dedo praticamente dentro do olho dela...

— Não admito que me ofenda dessa forma! Ainda mais na frente dos meus amigos... Princesinha mimada, mal-agradecida. Engula suas palavras agora e peça desculpa!! — portando seu irritante e intimidador timbre de voz.

Era atorrizante, indignante, inaceitável... Ninguém ali imaginaria testemunhar algum dia, tamanha ousadia e falta de noção.

Matheo estava, de fato, há um triz de avançar contra Laila, mas, para não fazê-lo, resolveu descontar a raiva na parede, dando um soco com toda sua força, há poucos centímetros da cabeça dela.

O impacto foi forte que, potencializado por sua força desmedida, rachou e fez voar fragmentos da pedra maciça que compunha a alvenaria do prédio.

Laila fechou os olhos em um reflexo, encolheu os ombros e a cabeça, virando-se para o lado oposto a mão dele.

Os demais permaneceram paralisados diante dos dois protagonistas. Menos Herbert que, em um ímpeto de sensatez, veio correndo tirar o amigo da situação absurda. Ao mesmo tempo que salvar a princesa da fúria daquele ser indomável... Um déjà vu do ocorrido no Baile, uma semana atrás.

— Matheo, vamos embora. — Herbert, a voz tensa, segurava o braço dele, tentando arrastá-lo até a escada.

Mas ele não reagia. Só encarava Laila com os olhos vermelhos, cercando-a e fungando feito um bicho feroz.

Ela, com o pescoço encolhido e o braço sobre a cabeça, não conseguia conter o choro de pavor.

Por sorte, Herbert finalmente conseguiu tirá-lo dali.

Pablo e Patrick, anestesiados, só reagiram quando Herbert passou por eles, puxando Matheo pelo braço.

Matheo olhava para trás, para encarar Laila, ainda relutando em seguir com o amigo.

Laila, petrificada, permaneceu colada à parede, em estado de choque, chorando copiosamente.

Elisa, que tinha chegado poucos minutos depois, assistiu ao impensável embate do último degrau da escada, e agora corria ao encontro dela para ampará-la. Estava também estupefata com a atitude daquele homem. Era a segunda vez que presenciava Sua Alteza sendo abordada de forma hostil por aquele que considerava praticamente uma divindade.

Como podia, um homem tão bom para todos... Tão abençoado por suas habilidades... Tão generoso por seus salvamentos, tratar sua ama com tamanha grosseria? Ainda mais uma princesa?

Confusa como nunca, ela não sabia mais o que pensar sobre Matheo.

— Minha ama, a senhorita está bem? —e segurou sua mão sem esperar pela resposta, já que o estado deplorável da ama não lhe permitia qualquer outra reação além de tremer e chorar.

Elisa a conduziu até o sofá, dentro da saleta do Aposento Real.

Laila permaneceu ainda um tempo, tendo calafrios de pavor, em detrimento do medo que havia se apossado de seu corpo, com Elisa segurando suas mãos gélidas.

Assim que se recuperou minimamente, Elisa a deixou para buscar uma veste apropriada. Os pais não entenderiam a filha trajando a vestimenta do treino com espadas. E Laila, por sua vez, não estava pronta para se explicar.

A princesa trocou-se ali mesmo com a ajuda da dama, enxugou as lágrimas e seguiu até o quarto dos pais.

Por sorte, a porta que separava o quarto dos demais ambientes dos aposentos reais, era feita de uma grossa madeira, por questões de segurança, e estava fechada. O que impediu os pais de escutarem a confusão que se formara minutos antes, entre sua única filha e o protegido do Rei.

Ao abrir a porta, Laila deparou-se com seu pai. Uma figura altiva, imponente, agora devastado em uma aparência lastimável, sobre a cama.

A Rainha, continuava ao lado dele, conversando baixinho, acariciando a mão.

— Meu pai, como o senhor está? — já à beira da cama ao lado de Isaboh.

Lágrimas insistiam em cair, sensibilizada pelo estado do pai, somado ao pavor da abordagem de minutos atrás.

— Bem, dentro do possível, tesouro. — a voz trêmula. — Graças ao nosso fiel guardião, ainda estou vivo. — referindo-se ao algoz não declarado da filha. — Que graça divina tê-lo por perto... — e parafraseava Elisa e todos os habitantes daquele adorável Reino, enfeitiçados pelo misterioso e intrigante rapaz, sacramentando-o mais uma vez como "O Salvador".

— Fico aliviada em vê-lo assim, forte e se recuperando, após um incidente desta proporção. — Laila arrancava forças do âmago para animá-lo.

Ela mesma, quase sem esperança com o mundo pelo que vinha passando e ainda mais abalada pelos últimos acontecimentos do dia.

E lá permaneceu, em companhia dos pais pelo restante da tarde, sem falar muito, sofrendo calada pelo assédio daquele homem que só ela sabia o quão pernicioso era.

Voltaria a seu quarto à noite para tomar um banho. Já que, logo mais, estaria com eles novamente, tendo prometido fazer a última refeição lá.

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E para quem está comigo, o Capítulo 13 é imperdível, com revelações bombásticas, contadas pelo próprio Matheo... Aguardem...

Aproveitem e não esqueçam de me deixarem suas opiniões...

Bjos!!!

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(COMPLETO) Laila Dómini - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora