Cap.13 - Seis dias para o 'Grande Evento': Revelação (Parte I)

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E Matheo toma uma invertida do amigo. Mais que merecido. Mas ele não esperava... 

Não deixem de conferir este capítulo na íntegra. Revelações importantíssimas estão aqui...

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O dia oficial do descanso mal tinha clareado e Matheo já estava na estrada, rumo à Taberna, com a intenção de se esbaldar com o bem servido café da manhã de dona Gertrudes. Já que dispensava o casal de serviçais que o atendia, aos domingos.

Pelo horário que chegou, não esperava encontrar ninguém ali.

Tamanha a surpresa o acometeu ao deparar-se com seu maior amigo, ocupando uma das mesas coletivas do honesto recinto, servindo-se de pães caseiros, gemada, creme azedo, geleias, queijos e tudo o mais que simpática Gertrudes pudesse oferecer.

Ao se verem, ficaram mutuamente surpreendidos.

Matheo, como se nada tivesse acontecido, aproximou-se para cumprimentar o amigo.

Herbert devolveu a saudação de forma fria e impessoal.

— O que há contigo? Faz o que aqui logo cedo? — Matheo atravessa, em resposta à insossa recepção.

— Decidi que vou embora de LaViera logo mais... — Herbert devolve, sem delongas. — Já estamos aqui há duas semanas, tempo mais que suficiente pra descansar e colocar-nos de novo na estrada, rumo aos Reinos que precisam de ajuda. — e completou a ideia, com palavras de efeito ensaiadas na noite anterior, tentando não ser acometido por nenhuma represália do, até então, maior amigo.

Matheo, não querendo demonstrar ansiedade, mesmo ciente do quanto precisava de seu "braço direito" a seu lado, oficialmente para dar continuidade aos planos de Fernan, oficiosamente para segurá-lo nas loucuras que fazia por lá, abordou-o num tom atipicamente sutil.

— Mas resolveu assim... do nada? Sem me avisar? E Pablo e Patrick? Já falou com eles?

— Tomei essa decisão ontem. A intenção é partir hoje, no final do dia, pro povoado de La Playa, não muito longe daqui. Depois, sigo para o Norte, onde há foco de conflitos em vários Reinos. Ia falar com vocês três juntos, mas já que chegou mais cedo, ficou sabendo de primeira mão. — sem conseguir omitir o tom de desapontamento. — Esperaria que quisessem vir comigo e gostaria que isso acontecesse. Mas... imagino que não vá topar e, talvez, nem eles. Por isso, estou preparado pra seguir sozinho se for o caso. — e terminou, torcendo para não despertar qualquer reação de ira em Matheo.

Após escutar as justificativas, o líder ficou em silêncio, pensativo, buscando uma resposta apropriada para tentar convencê-lo a desistir daquela insanidade.

— Olha, parceiro... Você sabe que eu o tenho como um irmão. Nunca pensei que a gente fosse se separar assim, do nada. E acabar com o grupo do dia pra noite. — e se esforçava para não perder as estribeiras e agredir Herbert verbalmente, ou querer impor suas vontades, como habitualmente fazia.

Mas Herbert nem olhava para ele.

— Queria te fazer uma proposta... Na verdade, te pedir uma ajuda. — percebendo que a abordagem inicial não surtiu efeito, Matheo muda sua estratégia.

Ajuda? Como assim? Nunca o vi pedindo ajuda a ninguém, desde que o conheci... O que deu nele? Herbert estava surpreso.

— A gente fica aqui pelos próximos três meses até concluir o treinamento da Guarda de Fernan. Eu falo com ele em nome do grupo, e peço que aumente a recompensa. Terminamos o trabalho, pegamos o ouro e vamos embora de LaViera de uma vez. — propõe, totalmente desarmado da típica intransigência.

Herbert o ouviu com atenção, depois ficou quieto, a raciocinar...

— Não é pela recompensa, Matheo. Não é por isso que quero ir embora. Tampouco é isso que busco no próximo Reino que vier a socorrer. — e faz uma pausa até encontrar as palavras certas. — Minha decisão vai muito além da recompensa. Na verdade, eu tô preocupado comigo, com o grupo. A gente corre cada dia mais risco e o motivo disso é você. Digo... A forma que vem tratando a princesa.

Respirou fundo e continuou...

— Não é possível que ela continuará aceitando essa situação, Matheo. Ao mesmo tempo que não dá pra conceber que uma donzela como ela, tão, tão... doce, delicada, mereça ser tratada dessa maneira. — e mal disfarçava o pesar na voz, indignado com comportamento hostil do amigo, que jamais imaginou poder tratar uma donzela como Laila, com os sucessivos ataques de grosseria que presenciara nos últimos dias.

Estava disposto a tomar a drástica atitude de separar-se deles, para preservar sua integridade e ao mesmo tempo retaliar o amigo pelo comportamento perverso que havia saído do controle como nunca.

Matheo, vendo que estava perdendo a "luta", decidiu abrir-se de vez e contar o que estava por trás das invertidas contra Laila.

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Curtindo? Então, não deixe de dar as estrelinhas... Super obrigada! :-)

(COMPLETO) Laila Dómini - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora